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REPETECO

“Pasta dos rejeitados”


O jornal também tem sua “pasta dos rejeitados”, para onde vão as colaborações enviadas pelos mais diversos tipos de pessoas e que, ao passarem pelo crivo do editor, não foram aprovadas por várias razões. Remexendo outro dia essa pasta, lá encontrei algumas coisas sérias, outras curiosas e outras ainda ridículas.

Tem, por exemplo, histórias de um autor que chama a atenção pelos títulos: “O jacaré egoísta”, “O leão vegetariano”, além de algumas séries. Há também artigos enviados por um colaborador nosso, de Itu, os quais apresentam títulos chamativos, mas não apropriados para nosso tipo de publicação: “Eu sou uma prostituta!”, “Eu sou uma moça virgem”, onde hipotéticas ou verdadeiras entrevistas com moças saltenses e ituanas mostram algumas situações delicadas.

Num outro trabalho o autor fala de jogos que inventou, dentre eles um incrível, denominado “Aventuras na Cachoeira de Salto: bandeirantes x índios”, mostrando uma disputa entre o chefe Pajé e o capitão Antonio Vieira Tavares.

Muito interessante e divertida é uma paródia denominada “Secretário Eletrônico”, que não publiquei para não esculachar nossa coluna, no feminino. Uma das pérolas da paródia: “Receita – Queria pedir a Martha Rossi para publicar como se faz a suculenta ‘Minhoca ao molho’. Dizem que é uma delícia”; outra sobre Barulho – “É um absurdo como certa família assiste TV com som alto até altas horas da madrugada, que chega a perturbar o som ultra potente do nosso boteco”. Tem ainda um artigo sob o título “Adolf Hitler, obrigado”, do alemão que teria salvo a vida do pai do colunista e de uma certa judia também. Devem ter sido as únicas coisas boas que o perseguidor de judeus fez na vida, se é que fez.

Finalmente, um outro falando de um sujeito audacioso, que ganharia fácil se entrasse na política, uma joia rara, quase divina, amigo certo nas horas incertas, símbolo da humanidade, da sinceridade, da honestidade e da criatividade, com um celestial panorama espiritual.

Fiquei a imaginar quem seria essa pessoa tão especial, tão completa, tão exemplar. Lá estava seu nome: o meu! Nesse caso a ida do escrito para a “pasta dos rejeitados” foi a mais justa possível, pois era muito (mas muito mesmo) exagero junto.

(Taperá 24-09-2005 e livro Croniquetas)

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