QUEM FOI QUEM
As várias facetas de Tim Laghi, um batalhador em várias áreas
Olavo Thindal Laghi, conhecido como Tim Laghi, foi o que se pode chamar de “homem dos sete instrumentos”, ou mais. Ele atuou em diversas áreas na cidade, sempre procurando beneficiar o seu semelhante, além de ter o objetivo principal de motivá-los a participar ou a apoiar várias iniciativas que tomou em setores distintos do município.
Era cirurgião dentista dos mais credenciados da cidade, numa época em que Salto tinha apenas 4 ou 5 profissionais odontológicos. Especializou-se na profissão, oferecendo sempre novidades para os saltenses, pois nessa atividade, como nas demais, procurava sempre atingir o ponto máximo.
Seu consultório se localizava na Rua Dr. Barros Jr., em frente ao Clube Ideal e, nas horas de folga, frequentava um bar vizinho onde conversava com todos, sem preconceito de raça ou cor. Era um período de sua vida em que demonstrava sua simpatia pelo Partido Comunista e isso fez com que ele fosse um dos visados pelo regime militar, chegando inclusive a ser preso, além de ter sua residência invadida, um dia após a chamada Revolução ocorrida em 31 de março de 1964.
Nos meses seguintes, superada essa fase que lhe proporcionou sofrimentos a ele e a seus familiares, passou a ter uma vida social mais intensa, assumindo a presidência da Comissão de Patrimônio da Associação Atlética Saltense, ocupando também a presidência da diretoria executiva, quando teve a iniciativa de construir o conjunto aquático (piscinas infantis e para adultos), salão de festas e o departamento fisioterápico (sauna).
No final da década de 1960, ajudou a fundar e foi o primeiro presidente da Associação dos Orquidófilos Saltenses, quando foram promovidos eventos memoráveis, além de oferecer uma joia (colar com diamantes) de grande valor ao vencedor da Exposição de Orquídeas e Plantas Ornamentais.
Em dezembro de 1966 foi um dos entusiastas para a fundação do Lions Clube de Salto, clube de serviços do qual foi umas das figuras mais importantes, chegando à presidência pelos seus méritos e pelo seu entusiasmo. Nessa época ingressou também no movimento carismático da Paróquia de Nossa Senhora do Monte Serrat, além de participar de outros movimentos religiosos. Procurava divulgar as atividades religiosas, publicando artigos no jornal Taperá, além de manter muitos contatos por toda a cidade.
Tim também fez parte da comissão que organizou os Jogos Regionais de Salto, no ano de 1981, atuando também na Sociedade Instrutiva e Recreativa Ideal.
Numa crônica que publiquei pouco depois do seu falecimento, ocorrido em 28 de junho de 1999, intitulada “Os vários rótulos de Tim Laghi”, apontei dentre as qualidades de Tim as de moço humilde, idealista, sonhador, progressista, lutador, entusiasta, realizador, companheiro e amigo. Ele dedicou sua vida às mais nobres causas, constituindo-se num dos saltenses mais realizadores.
Quando faleceu tinha 67 anos, deixando a esposa Suzel Leal Nunes Laghi e as filhas Márcia e Cilmara.