REPETECO
Eleições de antigamente
Para os jovens de hoje não deve ser nenhuma surpresa o fato do resultado final das eleições ser apresentado algumas horas após o pleito, pois conhecem do que é capaz e o quanto está desenvolvida a informática. A própria urna eletrônica não é para eles uma grande novidade, pois as maquininhas que eles manipulam e até seus telefones celulares mostram um avanço extraordinário nesse campo.
Tudo é muito diferente das eleições de antigamente. Não estamos falando das cédulas em que o eleitor colocava um “x” no quadradinho na frente do nome do seu candidato a prefeito e escrevia o nome do seu candidato a vereador. Falamos de um tempo ainda anterior, nos anos 50, quando as pessoas tinham que colocar no envelope fornecido pelas mesas receptoras de votos uma cédula com o nome do seu candidato a vereador e outra do seu candidato a prefeito. Ao invés dos “santinhos” de hoje, os candidatos imprimiam em pequenos papéis brancos seus nomes e os nomes dos partidos, encimados com a expressão “Para Prefeito” ou “Para Vereador”. Essas cédulas, além de distribuídas, eram também colocadas no interior das cabines.
Lembro-me que meu pai dificilmente revelava para quem iria votar, principalmente para vereador, mas nos dias das eleições, eu, muito curioso, fazia uma verificação nos seus bolsos do paletó, que ele colocava numa cadeira, para tentar descobrir em quem havia votado. É que eu também tinha minhas preferências, apesar de ainda criança.
Como a maioria dos homens usava paletó, muitos candidatos e cabos eleitorais espertos colocavam suas cédulas em seus bolsos, nas proximidades dos locais de votação, chegando a retirar as que ali se encontravam e na hora de votar eles acabavam se confundindo e não eram poucas as vezes em que eles berravam lá de dentro: “Não estou encontrando a cédula do Chinchino”.
(Taperá de 02/10/04 e livro “Croniquetas”)