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QUEM FOI QUEM

Tancredo do Amaral, destaque no Magistério, no Ministério Público e como literato, escritor e poeta


Tancredo do Amaral atuou em Salto no final do século XIX

O professor que deu nome ao primeiro grupo escolar de Salto, atualmente escola estadual, não era saltense. Nasceu em São Paulo, em 18 de fevereiro de 1886, filho do comendador Manoel Leite do Amaral e Ana Josefa Gaudie Leroy do Amaral. Casou-se com Maria Luiza do Amaral, com quem teve dois filhos: Floriano e Maria do Amaral Costa.


Difícil apontar um setor em que o professor Tancredo Leite do Amaral Coutinho se destacou mais. Se como professor, promotor público, juiz de Direito, literato, escritor ou poeta. Ele exerceu todas essas atividades com brilho e Salto teve o privilégio de contar com sua presença no final do século XIX, quando atuou como professor primário a partir de 1887, no único estabelecimento de ensino oficial que existia na época.

Tancredo foi um entusiasta do Partido Republicano e teve a oportunidade de demonstrar essa sua preferência também no tempo em que exerceu suas atividades, pois nesta cidade foi um dos fundadores e redator-chefe do primeiro jornal que circulou em Salto, o Correio de Salto, juntamente com o dr. Barros Jr. E não ficou só nisso: fundou também o “Clube Republicano 14 de Julho”, de cuja diretoria fez parte.

O primeiro grupo escolar de Salto levou o nome de Tancredo do Amaral

Transferiu sua residência para São Paulo em 1890, onde exerceu importantes cargos: foi oficial de gabinete do presidente do Estado Bernardino de Campos, em 1891; foi nomeado 1º oficial da Secretaria do Interior, quando o dr. Carlos de Campos assumiu a pasta da Justiça; na administração Campos Salles foi oficial de gabinete e ao ser criado o Alomoxarifado da Justiça, foi nomeado sub-diretor dessa repartição.

Demonstrou lealdade e dedicação ao seus companheiros de legenda quando houve uma cisão no Partido Republicano e ao acompanhar o general Glicério e assumir o posto de redator do jornal A Nação, foi afastado das lides políticas, o que lhe proporcionou a oportunidade de escrever vários livros didáticos, dentre eles “Livro das Escolas”, “Geografia Elementar”, “História de S. Paulo e seus vultos notáveis” e “O Estado de S. Paulo”, todos aprovados oficialmente e adotados nas escolas públicas estaduais.


No Magistério – Pela sua competência e operosidade destacou-se no Ministério Público, procurando exercer suas funções colocando em prática ideias novas, criando, por exemplo, o Gabinete de Identificação, cuja iniciativa repercutiu na época. Com isso chegou ao posto de Inspetor Escolar, atuando em diversas cidades do Estado, galgando, a seguir, o posto de Diretor Geral da Instrução Pública, um dos mais importantes do ensino estadual.


Promotor e Juiz – Em 1906 deixou o cargo que exercia no Magistério, pois havia se formado brilhantemente em Direito. Nomeado promotor público, atuou nas cidades de Capão Bonito, Batatais e Capivari e a seguir foi nomeado juiz da comarca de Santa Isabel, onde se aposentou em 1923, após 30 anos de relevantes serviços prestados ao Estado. Destacou-se no cumprimento das leis e perseguição aos marginais, impondo-se ainda pela sua integridade moral.


Outras atividades – Tancredo atuou também com cronistra teatral e secretário de redação do jornal Correio Paulistano, quando participou de associações literárias e científicas, dentre elas o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Como literato, escritor e poeta deixou várias obras esparsas, algumas inéditas. Era convidado para proferir palestras, como as que pronunciou nas recepções a Santos Dumont e ao Barão do Rio Branco.


Homenagens – Tancredo do Amaral foi devidamente homenageado pelos saltenses, com a denominação dada ao primeiro grupo escolar que funcionou na cidade, o qual completou 100 anos de existência em 2013.


Falecimento – O admirado professor faleceu em 23 de julho de 1928, época em que residia em São Bernardo. Contava com 62 anos de idade, em virtude de uma uremia, consequência de forte gripe.


Fachada atual do prédio da Escola Estadual que homenageou Tancredo do Amaral
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