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REPETECO

Quando as cestas estavam na moda


Dezembro nos faz lembrar uma época em que as cestas de Natal estavam na moda. Algum luminar teve a feliz ideia (pra ele) de criar uma organização que, em troca de um pagamento mensal e antecipado, eram vendidas cestas para serem entregues no final do ano. O impulso para as vendas era proporcionado pelo sorteio de prêmios semanais, mensais e até diários. Era o Baú da Felicidade da época, inclusive no que se refere ao sucesso junto ao público.

Isso aconteceu no final dos anos 50 e início de 60, quando as famílias mais abastadas tinham o costume de adquirir as cestas todo final de ano. Em embalagem de vime, elas traziam bebidas finas (na maior parte importadas), como champanhe, uísque, vinho, etc., além de frutas natalinas, como nozes, avelãs, castanhas, figos secos, uvas passas, etc.

Tínhamos as cestas de Natal Amaral e Columbus, as mais famosas, além de outras, como a Titanus, com menor venda. O ápice da quantidade de prêmios da Cesta de Natal Amaral foi em 1962, quando foi anunciado o sorteio de 130 casas no ano e 25 prêmios por dia. Outras ofereciam presentes variados, como brinquedos, presépio desmontável, árvore de Natal, dentre outros.

Quem teve o privilégio de receber as cestas nos Natais daqueles anos, viveu momentos de satisfação, pois recebia artigos de qualidade, além de brindes, dentre eles um que marcou: o boneco do Gigante Amaral, um negro forte que lembrava os astros da luta-livre, que alguém ainda deve guardar com carinho em alguma gaveta.

Os que não tinham condições de receber a cesta, contentavam-se com brinquedos que algumas entidades ou empresas distribuíam e, ao invés de champanhe, uísques e vinhos, se satisfaziam com Tubaínas e Sodas Limonadas, que as gratificações de fim de ano permitiam comprar.

E eram tão ou mais felizes que aqueles cujas mesas eram muito mais fartas.

(Livro “Crônicas da Cidade”)

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