OPINIÃO

Os gastos com os eventos de Natal

Ao contrário do ano anterior, quando as comemorações natalinas foram inexpressivas em Salto, neste a administração pública se esmerou, realizando uma grande variedade de eventos, que tiveram início com a Parada de Natal, realizada no último dia 30 de novembro. Nesse dia a Praça XV de Novembro já estava devidamente ornamentada com motivos natalinos e nos dias seguintes foram oferecidas diversas outras atrações que devem se prolongar até a próxima semana. Tudo isso custa dinheiro: apenas o evento do dia 30/11 chegou a pouco mais de 54 mil e as outras despesas mais 110 mil, dando um total de 165 mil reais. Isso demonstra que a situação da Prefeitura melhorou, em relação ao primeiro ano da atual administração, quando – segundo o prefeito – havia dívidas que precisavam ser saldadas e por isso as atrações foram reduzidas ou até suspensas. Foi o caso do carnaval e da Festa Ítalo-Saltense, que neste 2018 voltaram a ser promovidos. Na Câmara, os vereadores fizeram críticas aos gastos natalinos, argumentando que um investimento desse numa época de crise na Saúde local e problemas estruturais no prédio do Hospital Municipal, não se justificam. Em tese eles têm uma certa razão, mas é preciso lembrar que a Prefeitura investirá na Saúde Pública 25,6% (R$ 104,1 milhões) do orçamento de 405,4 milhões de reais, no próximo ano. Corresponde a mais de 10% sobre os 15% exigidos por lei para as despesas com a Saúde. Será o maior gasto da Prefeitura, inclusive superando o exigido por lei para a Educação (R$ 91,2 milhões). Falta fazer muita coisa para o setor da Saúde municipal, inclusive a reforma do Hospital Municipal é algo necessário e que está preocupando o Poder Público saltense. Mas não é porque existe essa e outras prioridades que a cidade deve parar, que se deve suspender todo e qualquer outra despesa, inclusive o lazer para a população, que trabalha durante a semana toda e precisa de alguma diversão. Se esses 165 mil estão sendo aplicados nas festividades natalinas, é porque o orçamento da Prefeitura permite e esse orçamento não contempla apenas a Saúde, a Educação e outras secretarias importantes, mas todas elas, inclusive a da Cultura, que foi de onde saiu o dinheiro para os gastos.