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QUEM FOI QUEM

Italiano Zefferino Milioni foi destaque na vitivinicultura


Nascido na cidade de Bagnaia, Itália, em 1º de agosto de 1863, Zefferino Milioni veio para Salto em 1904, após passagens por Guarulhos e Monte Mor. Ele havia se casado na Itália com Maria Danti, em 23 de fevereiro de 1888, com quem teve 3 filhos, antes de viajar para o Brasil, onde chegou em 1897, viajando pelo navio Colombo. Como milhares de outros italianos, saiu do país onde nasceu, tendo em vista não só a situação difícil pela qual o povo passava, mas também em virtude dos conflitos internos, que causavam preocupações às famílias.


Na Chácara Roma Zefferino iniciou a produção de uvas e vinhos

Segundo um relato minucioso feito por um dos descendentes de Zefferino, Rubens Milioni, no qual esta matéria se baseia, em Guarulhos ele trabalhou no cultivo de frutas, legumes e verduras, mas certa noite as águas atingiram o local onde Zefferino, mulher e filhos moravam, de onde foram retirados e levados para a Casa do Imigrande, em São Paulo, de lá seguindo para Monte Mor para trabalhar numa fazenda de café. Nessa cidade ele se desentendeu com o capataz, ao reivindicar melhores condições de vida para os empregados, tendo sido aconselhado a mudar-se para outro local. Sem recursos, carregando o que for possível, Zefferino, esposa e 4 filhos (o quarto, Phillippe havia nascido em Guarulhos), seguiram a pé, sem destino, até que depois de caminharem por vários quilômetros encontraram-se com um vendedor de pães, que fazia entregas na zona rural. O vendedor reconheceu Zefferino e este reconheceu o vendedor, da família Manfredini, com quem conviveu no exército italiano. Manfredini forneceu alimentos e dinheiro a Zefferino, aconselhando-o a andar mais alguns quilômetros e chegar em Salto, onde poderia se empregar numa grande fábrica de tecidos que surgia.

Familiares e funcionários da Vinícola no setor de produção de vinhos

Zefferino e família iniciaram na nova terra uma nova vida, ele trabalhando inicialmente numa olaria e os filhos mais velhos se empregando em outros locais (em Salto nasceu o quinto filho: Adélio). O que o italiano desejava, porém, era atuar na agricultura, tendo conseguido um emprego numa chácara que produzia hortaliças e frutas, a qual pertencia a uma família de italianos e era apelidada de “Roma”. Zefferino acabou aceitando as insistentes ofertas do proprietário e adquiriu aquela a quem chamou de “Chácara Roma”, por 8 contos de réis, para pagar a longo prazo.


Era grande a produção de vinhos e champanhes na Chácara Roma

Com a ajuda dos filhos, Zefferino iniciou um trabalho de expansão na produção de uvas e posteriormente na fabricação de vinhos, que deu origem à Vinícola Milioni. O período de maior desenvolvimento da empresa foi de 1945 a 1980, quando ela servia toda a região com seus produtos: vinhos de mesa (alguns dos quais levavam a denominação “Viterbo”), frisantes, champanhes, vermutes, bagaceira e vinagre de vinho. Essa empresa funcionou até 1991, tendo passado pelas razões sociais de Zefferino Milioni, Hermenegildo Milioni, em 1942 e Vinícola Milioni Ltda., em 1954, quando foram admitidos como sócios os outros 4 filhos de Zefferino. Quando foi desativada, a propriedade passou a ser utilizada por escolas locais, inicialmente pelo Colégio Objetivo. Causas da desativação: redução da produção de matéria prima na região, utilizada pela Vinícola, devido à grande valorização dos imóveis rurais e elevações constantes na tributação dos produtos.

Netos de Zefferino (Rubens, Ezio, Rubinho, Otávio e Ênio) trabalharam até o fechamento da Vinícola Milioni

Falecimentos

Zefferino faleceu no dia 23 de janeiro de 1941, época em que residia na Avenida D. Pedro II, próximo à esquina com a Rua 9 de Julho. Sua esposa Maria Danti Milioni, que passou a residir na chácara, com seu filho Hermenegildo, faleceu cerca de 9 anos depois (12 de janeiro de 1950).

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