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OPINIÃO

Os casos de violência e de estupros

Infelizmente está acontecendo em Salto e em muitos municípios do país, um grande número de atos de violência contra a mulher, impressionando as pessoas que têm a oportunidade de acompanhar a divulgação deles pela grande imprensa e pelos jornais locais, como é o caso do Taperá. O assunto foi até manchete em nossa última edição, a qual teve o objetivo de constatar um fato que infelizmente ocorre em nossos dias, com maior incidência nos últimos tempos. Os casos de violência estão aumentando em Salto e até feminicídios, que é o assassinato de pessoa do sexo feminino, tem ocorrido, todos com requintes de crueldade. Infelizmente, não temos na cidade uma Delegacia da Mulher, que funcionou durante algum tempo, com uma delegada atendendo os reclamos das pessoas do sexo feminino. Hoje essa Delegacia funciona precariamente na Delegacia Central e isso tem inibido as que desejam fazer suas denúncias, pois ficariam muito mais à vontade sendo atendidas por uma pessoa do seu sexo. Com isso, muitos casos deixam de ser relatados e alguns deles acabam tendo consequências danosas. Um prédio está sendo adaptado para abrigar a Delegacia da Mulher, esperando-se que isso colabore para que o Estado venha a nomear uma delegada para responder pela repartição. Por outro lado, impressionante também é a quantidade de estupros, a maioria deles contra vulneráveis (menores de 14 anos de idade). Segundo números oficiais da Secretaria da Segurança Pública do Estado, foram registrados até o final de novembro, em nossa cidade, nada menos que 25 casos, sendo 15 contra vulneráveis. O pior é que esses crimes, que são punidos com reclusão de 8 a 15 anos, vêm ocorrendo em boa quantidade nos últimos anos. A Polícia ou a Guarda Civil Municipal não tem meios de contê-los, pois não tem acesso aos locais onde ocorrem. A única forma de impedir que continuem acontecendo é a conscientização das pessoas adultas ou adolescentes que agem nessa atividade criminosa, o que deve começar nas escolas ou em palestras realizadas nos mais diversos locais, principalmente em bairros. Isso não quer dizer que são as pessoas de baixa renda ou de baixa escolaridade que praticam o estupro, pois isso acontece também com pessoas das quais não se imagina serem capazes de tais atos. A imprensa tem um papel preponderante também nesses casos, apontando os fatos, denunciando, recriminando os que agem dessa maneira, o que pode contribuir para a redução dos crimes. Mas a ação da Polícia e da Justiça é ainda mais primordial, pois a constatação e a consequente punição pode inibir a prática de atos tão condenáveis.

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