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REPETECO

Tocar no escuro não dá


Até há algum tempo Salto, apesar de ser uma cidade do interior, não tinha um coreto, coisa que não falta a qualquer município, por menor que ele seja. O prefeito Pilzio construiu um, em frente à matriz de Monte Serrat, mas coreto que se preze tem que ter concerdo de banda. Felizmente ainda temos uma, porém acontece que os cachês pagos aos músicos não dão nem para pagar o circular e por isso as apresentações da banda só acontecem em ocasiões especiais.

Sábado, talvez porque era o Dia Internacional dos Direitos Humanos, foi anunciado um concerto da Banda Gomes-Verdi no coreto existente em frente à matriz.

Um músico, como todos sabem, tem direito de se apresentar num local decente; tem direito a uma cadeira para se sentar e um pedestal para colocar a partitura. Tava tudo lá, mas alguém esqueceu de um detalhe importante numa apresentação noturna: acender as lâmpadas. Eles esperaram pela providência, mas praça não é maternidade e por isso ninguém deu a luz. A saída foi levar as cadeiras para as proximidades do busto de bronze do monsenhor João Couto, próximo às escadarias da igreja, onde tiveram direito a tocar alguns dobrados. Pediram que eles executassem “Luzes da Ribalta”, mas como as luzes não estavam no programa, ficou para uma outra ocasião, de preferência durante o dia.

Depois desse fiasco, seria bom que a Prefeitura tratasse de promover, com a maior urgência, outro acontecimento no coreto da matriz: um conserto (com “s”) das instalações elétricas.

(Do livro “Boca-de-Siri”)

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