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POLÍTICA SALTENSE

  • Foto do escritor: Valter Lenzi
    Valter Lenzi
  • 28 de jan. de 2019
  • 3 min de leitura

O relacionamento às vezes tumultuado

dos jornais locais com os governantes

(1ª Parte)


Salto teve seu primeiro jornal a partir de 7 de outubro de 1888, data que é considerada como a do surgimento da imprensa saltense. Nesses 130 anos de existência os jornais locais prestaram grandes serviços à comunidade, mas nem sempre esse trabalho foi reconhecido, principalmente pelos governantes, que muitas vezes não aceitavam as críticas a eles dirigidas, surgindo desentendimentos, alguns bastante sérios. O primeiro jornal chamava-se “Correio de Salto”, que tinha como redator o professor Tancredo do Amaral. Surgiu para defender os ideais republicanos, por isso não mantinha um grande relacionamento com as autoridades locais.

“Correio do Salto”, 1º jornal que circulou em Salto, em 1888; jornal “O Serrote”, crítico e humorístico e “O Povo”, de maior duração nos primeiros 40 anos

Nesses 130 anos de existência, seguiram-se diversos outros, mas nos primeiros 50 anos a maioria teve vida efêmera, diante das dificuldades de circulação que encontravam. O que durou mais tempo foi “O Povo”, que circulou de fevereiro de 1931 a dezembro de 1939. Ele não tinha grandes embates com os governantes, pois era destinado às atividades dos moradores da cidade.

No final dessa década (1949), surgiram dois jornais que tiveram maior duração: “O Trabalhador”, a partir de junho desse ano, e “O Liberal”, desde setembro de 1949.

“O Trabalhador” surgiu em junho de 1949 e “O Liberal” em setembro do mesmo ano

O primeiro circulou por quase 45 anos (encerrou atividades em 28 de janeiro de 1996, mas havia sofrido uma paralisação por 2 anos). Já “O Liberal” durou quase 14 anos, pois suspendeu suas atividades em 21 de março de 1964, sendo substituído pelo Taperá. Tanto “O Trabalhador” como “O Liberal” mantinham independência com relação à Prefeitura e à Câmara. O primeiro fazia críticas menos ácidas, já o segundo era voraz em suas críticas, principalmente contra a facção do prefeito Vicente Scivittaro (“Chinchino”), já que defendia a outra facção, comandada pelo deputado Archimedes Lammoglia, que era um dos fundadores e dono do jornal.


Década de 1950 – Dois jornais surgiram na década de 1950: “A Tribuna”, que passou a circular em 18 de julho de 1958 e “A Luta”, primeiro jornal de Roberto Soleira, que editou vários, a maioria com pouca duração. O primeiro só teve 6 edições e o segundo, assim como os demais do Soleira, eram muito críticos contra as administrações com as quais ele não compactuava e benevolente com as que lhe proporcionavam alguns benefícios. Não era uma conduta elogiável.


Surge uma revista – A novidade, na década de 1960, foi o surgimento de una revista na cidade, a Revista Taperá, que se transformou em jornal 10 anos depois. O relacionamento desse jornal com as administrações saltenses é focalizado na segunda parte desta matéria.


Mais 2 jornais – Além dos jornais citados, mais dois circulam em Salto neste início de 2019: “Primeira Feira” e “Estância”. O primeiro é mais antigo, tendo sido fundado em 20 de abril de 1989, tendo como proprietário Edson de Almeida Seckler, que contava com a participação do seu filho Gustavo. Ambos se afastaram do jornal, que agora tem como proprietário um diretor da Auto Ônibus Nardelli. O “Primeira Feira” é comedido nas críticas, mas não deixa de fazê-las sempre que são necessárias.

Já o jornal “Estância” começou a circular em 17 de agosto de 2002, substituindo o “JP Salto”, do jornal “Periscópio”, de Itu. Seu primeiro proprietário foi Edemilson Pereira dos Santos, que hoje já não é mais diretor, mas colabora com o jornal. Edemilson aproveita para utilizar o órgão de imprensa para a divulgação dos seus atos, inclusive reproduzindo críticas feitas à administração municipal, na Câmara, onde exerce há dois mandatos a função de vereador. Até recentemente o jornal teve como redatora principal Rita de Cássia Peres Mantovani, que neste início de 2019 se afastou.

 
 
 

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