top of page

OPINIÃO

A agitada sessão de Câmara


Poucas vezes tivemos uma sessão da Câmara de Salto tão agitada como a da última terça-feira, considerada a de abertura da sessão legislativa deste ano. Convidados pela Mesa, estiveram presentes o prefeito Geraldo Garcia e o padre Michael Henrique dos Santos, da Paróquia de São Roque, além de diversos representantes de entidades locais. O anúncio da presença do chefe do Executivo, informada inclusive na edição de sábado deste jornal, provocou uma convocação feita por vereadores oposicionistas para que moradores dos bairros onde tem faltado água se fizessem presentes. Eles foram até o Legislativo em grande número e fizeram enorme barulho, reclamando da situação difícil pela qual passam, praticamente atrapalhando as manifestações do presidente Lafaiete Pinheiro dos Santos e especialmente do prefeito Geraldo, que a muito custo fez seu discurso. Não estava no programa de Geraldo falar sobre a falta d’água na cidade, mas teve que fazê-lo em virtude dos seguidos questionamentos feitos em voz alta pelos presentes, os quais não foram impedidos pelo presidente Lafaiete, apesar de o Regimento Interno da Câmara impedir que haja manifestações da plateia, principalmente as de alto brado, como aconteceram. Os integrantes da Mesa deveriam saber disso e tomar as devidas providências, mas, por outro lado, os “sem água” não são obrigados a conhecer o Regimento e por isso a única coisa que poderiam fazer seria protestar, pois todos sabem o drama que as famílias sofrem quando a água não chega às suas residências como deveriam. O prefeito tentou explicar, prometendo inclusive que nesta segunda-feira irá se reunir com os moradores do Santa Marta, para resolver o problema da falta d’água na parte mais alta da cidade, que não recebem o líquido. Ele teria, inclusive, uma solução para o caso, mas acontece que o problema não é apenas na Santa Marta, mas em outros bairros também, como o Jardim das Nações, Panorama, Nair Maria, Planalto e Santa Cruz, cujos moradores presentes à sessão reclamaram da situação difícil que enfrentam. Apesar da gritaria desses moradores, não se pode censurá-los pela atitude tomada, pois estão defendendo um direito seu, que é o de receber água 24 horas por dia, de segunda-feira a domingo, sem interrupções, ao contrário do que vem acontecendo. As pessoas ficam desesperadas e esperam do Poder Público medidas imediatas, pois muitas delas têm crianças pequenas, idosos e elas próprias necessitam de um abastecimento constante, de boa qualidade e sem interrupções. Aceita-se quando ocorre algum defeito, falta de energia ou outros problemas nos reservatórios ou nas redes, mas quando a falta d’água é constante, causada principalmente pela falta de funcionamento de bombas que abasteçam todas as ruas, o jeito é mesmo protestar. Quanto ao prefeito e principalmente ao SAAE, responsável pelo serviço, espera-se que resolvam de vez a situação, para que não tenham que se submeter a situações vexatórias como a que ocorreu na última terça-feira na Câmara.

Posts recentes
bottom of page