QUEM FOI QUEM
Hoje a focalizada é uma entidade:
Cooperativa Operária Saltense
(1ª Parte)
Nesta coluna “Quem foi quem” temos focalizado pessoas que se destacaram durante sua existência na cidade. Mudando um pouco nosso foco, vamos, a partir de hoje, também focalizar entidades que funcionaram em Salto e foram extintas, começando pela Cooperativa Operária Saltense. Nesta primeira parte o objetivo é falar sobre essa entidade e, na segunda, focalizar uma pessoa que muito fez por ela, o presidente Oscar Zuim.
Fundação - Em 16 de junho de 1918 a Cooperativa Operária Saltense foi fundada por João Scarano, Vicente Donalísio, Santo Zuim e Artur Carnicelli, que são considerados os fundadores, embora outras pessoas tivessem participado dos preparativos e do surgimento da sociedade. Sua primeira denominação foi Associação Cooperativa Operária Saltense, mas tempos depois, obedecendo orientação do Departamento de Assistência ao Cooperativismo, foi reorganizada, eliminando o “Associação”. Começou com um armazém, que se localizava num belo prédio localizado na esquina da Rua 9 de Julho e Avenida D. Pedro II. No início da década de 1950, aproveitando o amplo terreno, surgiram a padaria, as canchas de bochas com as mesas para o jogo de truco ao lado, o açougue e um amplo salão.
No armazém, padaria e açougue, os associados adquiriam todos os tipos de produtos comumente comercializados em estabelecimentos desse tipo; as canchas de bochas, bar e as mesas do truco eram sempre ocupadas, principalmente pelas pessoas idosas, que ali passavam momentos de lazer. O salão, por sua vez, sediava eventos de toda natureza: sociais, conferências, palestras, concertos, exposições, peças teatrais, shows e principalmente bailes, que aconteciam aos sábados, domingos e feriados, terminando às 22 horas.
A Cooperativa promovia costumeiramente diversos tipos de eventos, destacando-se as festas juninas, que aconteciam anualmente, atraindo muitos participantes e assistentes. As apresentações de bandas, principalmente a União dos Artistas de Itu, eram também constantes, assim como partidas de bochas entre uma seleção dos melhores bochófilos da Cooperativa, contra equipes da capital e Grande São Paulo, almoços promovidos pela entidade ou a ela solicitados. Ocorriam também atos religiosos, como as rezas a cargo do professor João Baptista Dalla Vecchia, que colaborava com Oscar, assim como João M. Bombana, diretores e altos funcionários da Brasital S.A., onde Oscar havia trabalhado durante vários anos. Aliás, esse pessoal da Brasital, principalmente os diretores, dificilmente eram vistos em outros acontecimentos realizados na cidade, mas na Cooperativa estavam quase sempre presentes, pois sabiam que lá iriam encontrar um ambiente acolhedor, de muito respeito e com atrações das mais diversas.
O fim da Cooperativa em 1974 entristeceu muitas famílias, principalmente as de trabalhadores, que faziam suas compras no armazém, na padaria e no açougue. Aos poucos foram faltando mercadorias e os clientes começaram a se afastar, até não haver mais condições de continuidade. A frequência aos locais de lazer também diminuiu consideravelmente até o dia em que foram suspensas todas as atividades. Nessa época (início da década de 1970), começaram a surgir ações judiciais que culminaram com a venda do prédio e demais instalações para a Lojas Cem, que ali instalou uma grande loja, substituindo a que funcionava na esquina da 9 de Julho com a Monsenhor Couto.
A Cooperativa ficou, então, apenas na saudade.