QUEM FOI QUEM
Pedro Garavello, 1º presidente da Câmara
democrática, juiz de paz e bom orador
Pedro Garavello passou para a história saltense dentre outras coisas por ter sido o primeiro presidente da Câmara na redemocratização do país, ocorrida a partir de 1945, com o fim do “Estado Novo” de Getúlio Vargas. Tivemos eleições em 1947 e a partir de 1948 ele assumiu a presidência, na qual permaneceu apenas 1 ano, mas voltou em 1950 e em 1951, depois de ter sido vice-presidente da Mesa em 1949.
Era um bom orador e por isso sempre convidado a se manifestar nos eventos que ocorriam na cidade, principalmente os religiosos, pois era membro atuante da Paróquia de Nossa Sra. do Monte Serrat, participando ainda de diversas entidades a ela ligadas. Em 1930, por exemplo, ele ajudou a fundar o Círculo Católico, do qual foi várias vezes presidente; por três vezes presidiu a Comissão da Festa Setembrina, que era promovida pela igreja; fazia parte do Coro Oficial da matriz de Monte Serrat; participou do Grêmio Teatral da época e a partir de 1934 integrou a Sociedade São Vicente de Paulo, da qual, até pouco antes do seu falecimento, em 1998, foi membro atuante. Como presidente da Câmara, um dos seus principais trabalhos foi batalhar para que a São Vicente conseguisse o terreno e o prédio, que funcionou inicialmente como Asilo de Velhos.
Não se destacou apenas na área religiosa, pois fez parte de diversas outras entidades, dentre elas o Clube dos Trabalhadores Saltenses, na época em que essa entidade pretendia se desenvolver, inclusive construindo seu prédio próprio, que só foi tornado realidade na década de 1970. Isso não aconteceu antes por motivos políticos, quando havia disputa pelo comando da diretoria entre o ex-prefeito Tita Ferrari e por um dos seus sucessores, Vicente Scivittaro (“Chinchino”). Foi um ardoroso defensor do Guarani Saltense A.C., presidindo seu Conselho Deliberativo por mais de 10 anos e atuando como conselheiro em grande parte de sua vida, além de ser um dos seus torcedores mais entusiasmados.
Em 1980, depois de se aposentar do serviço público, Pedro aceitou o convite para substituir seu amigo José Maria Marques de Oliveira, o “Zequinha”, como juiz de paz. Nessa função realizou mais de 5.000 casamentos.
Vida pessoal
Pedro nasceu em Capivari em 8 de julho de 1910, filho de imigrantes italianos (Otávio e Maria Spagna Garavello), que tiveram mais 7 filhos. Veio para Salto em fevereiro de 1917, onde se casou com Amália Zuim, em janeiro de 1939 (ela faleceu em 1980). Teve 7 filhos: Maria José, Terezinha, Gilberto José (Gin), Fábio Luiz, Marcos Antonio, Pedro Dimas e Zélia Maria.
Trabalhou inicialmente como alfaiate, encerrando suas atividades nessa profissão em 1950, quando passou a trabalhar como funcionário da Secretaria Estadual da Agricultura, aposentando-se em 1980.
Homenagens
Pedro foi homenageado pela Câmara de Salto em 27 de maio de 1983, quando recebeu o título de Cidadão Saltense. Também é nome de rua (Jardim Monte Paschoal), o que ocorreu após seu falecimento, em 10 de dezembro de 1998.
Ele foi também o primeiro a usar a Tribuna Livre da Câmara, em 1989, ano em que recebeu nova homenagem do Legislativo local.