OPINIÃO
Caixas d’água: medida populista, mas elogiável
Os dicionários registram que populismo é o conceito que caracteriza o modo como um governante governa, usando estratégias e recursos que têm como objetivo angariar o apoio e a confiança popular, principalmente das classes menos favorecidas. Não se pode classificar o prefeito Geraldo Garcia como populista, mas ele deve estar imaginando que uma incursão por esse terreno não faz mal a ninguém, não é mesmo? Aconteceu quando ele encaminhou à Câmara um projeto de lei que autoriza a Prefeitura a fornecer 1.000 caixas d’água a pessoas carentes, a serem pagas em 12 prestações mensais juntamente com a tarifa de água e esgoto. É uma atitude populista? Sem dúvida é, mas, por outro lado, é também elogiável, pois vai favorecer muitas famílias que hoje têm problemas com a falta d’água, quando o SAAE realiza a suspensão do abastecimento na região em que elas residem. Andou bem o chefe do Executivo apresentando o projeto, que não é nenhuma coisa inédita, pois outras prefeituras já implantaram esse programa de armazenamento de água potável para favorecer os munícipes. Como não poderia deixar de ser, por unanimidade de votos os vereadores aprovaram a propositura do prefeito, embora os oposicionistas tivessem aproveitado a oportunidade para criticar Geraldo e o SAAE pelos problemas que ocorrem no abastecimento de água da população. Estão no seu papel, mas o que vale é que reconheceram que o projeto é merecedor do maior apoio, pois muitas pessoas (dentre elas muitos desempregados) não têm condições de adquirir uma caixa d’água e sofrem com os cortes que ocorrem. Serão beneficiados os usuários com renda familiar de até 4 salários mínimos, que demonstrarem interesse em aderir ao Programa de Armazenamento de Água Potável, que é a denominação dada pelo Executivo à iniciativa. Os que tiverem uma renda familiar de até 2 salários mínimos serão ainda mais beneficiados, pois terão um desconto de 50% no valor da caixa, a ser pago à Prefeitura. Não se pode deixar de elogiar o prefeito Geraldo pela medida, mas é preciso alertar que a Prefeitura e o SAAE não devem achar que com isso resolvam os problemas de abastecimento de água que ocorrem na cidade. Precisam continuar a tomar atitudes visando solucionar principalmente a distribuição e a própria reservação em maior escala, mesmo porque não serão apenas 1.000 pessoas as necessitadas, o número dos que precisam de uma caixa d’água é bem maior. Isso quer dizer também que a Prefeitura não deve estacionar nessas 1.000 caixas d’água, mas prosseguir com o oferecimento delas até que não fique mais ninguém de fora.