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OPINIÃO

Zona Azul: entre a cruz e a espada

Mexeu no bolso do cidadão, mesmo que seja pra tirar 1 centavo, a reação é imediata e intensa. E os prejuízos à imagem de quem mexeu são inevitáveis. Foi o que aconteceu nesta semana, quando a Prefeitura apresentou a empresa que vai cuidar da Zona Azul, estacionamento rotativo de veículos automotores, nas principais vias públicas da cidade. O que repercutiu bastante foi o fato de que haverá o aumento de 100% no preço das tarifas, que este jornal denunciou no final de 2017 e o prefeito classificou a notícia como “fake news”, até que se convenceu que era aquilo mesmo que havíamos publicado. Outra reclamação bastante citada é o fato de que a partir da implementação da nova Zona Azul as motos terão também que pagar pelo estacionamento em valores iguais aos dos demais veículos. O decreto do Executivo que estabelece essas mudanças não é novo, mas de 29 de dezembro de 2017. Por que só agora deverá ser cumprido? Porque só agora, depois de cerca de 1 ano e meio, a licitação feita para escolher a empresa que vai cuidar da Zona Azul chegou ao seu final. Esse decreto aumenta para R$ 2,00 a permanência na vaga para os veículos automotores (carros e motos), enquanto hoje paga-se R$ 1,00 para 1 hora. Ou seja: aumento de 100%, devendo ser cobrado o dobro desse valor (R$ 4,00) para estacionamento por 2 horas, período que não é aplicado atualmente. Pergunta-se: quem permanecer 10, 15 minutos ou meia hora vai pagar esses valores? Não, porque existe uma alternativa: quem tiver o aplicativo disponibilizado em seu celular, pagará apenas pelo tempo em que permaneceu na vaga, seja ele de 10, 15, meia hora ou qualquer período inferior a 1 ou 2 horas. As críticas contra o prefeito Geraldo Garcia têm sido em grande quantidade, pois, como dissemos no início, ninguém gosta que mexam em seu bolso. Muitos motoristas estão revoltados e os motociclistas mais ainda, pois estes até agora nunca pagaram para estacionar suas motos nas ruas onde funciona a Zona Azul. O chefe do Executivo alega que não foi ele quem fixou a cobrança de todos os veículos automotores (carros e motos), mas sim o ex-prefeito Juvenil Cirelli, em 2013, através de uma lei que implantou o Sistema de Estacionamento Rotativo nas vias e logradouros públicos da cidade, revogando leis anteriores. Essa lei de Juvenil não fixava os valores, o que só foi feito pelo seu atual sucessor. Geraldo diz também que é obrigado a cobrar de todos os veículos, inclusive das motos, porque, se não o fizer, poderá ser responsabilizado por renúncia de receita. Realmente, nesse aspecto, está entre a cruz e a espada. Se ficar o bicho pega, se correr o bicho come. No entanto, ele poderia ser mais condescendente, estabelecendo, se possível e, por exemplo, valores menores para a ocupação das vagas, principalmente para as motocicletas, pois estas ocuparão espaços menores que os demais veículos. R$ 1,00 seria uma tarifa que muitos deles aceitariam. A nosso ver ainda é tempo para se fazer essa correção, desde que não existam impedimentos legais para isso.

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