OPINIÃO
Pedágio Salto-Campinas: absurdo continua!
Não é de hoje que os motoristas saltenses, assim como este jornal e outras forças vivas da cidade reclamam dos valores cobrados no pedágio para quem se dirige ou volta de Campinas. A tarifa é sempre reajustada e hoje atinge absurdos R$ 13,20. Ou seja, quem vai para Campinas e volta com seu veículo gasta um total de R$ 26,40, valor muito superior para quem se dirige para Sorocaba, que paga apenas R$ 6,40. Por que essa grande diferença, que atinge 20 reais por viagem, se as duas cidades ficam a uma distância de cerca de 40 quilômetros de Salto? É porque o asfalto da Rodovia Santos Dumont (SP-75) no trecho de Salto para Campinas é mais macio? Por que a paisagem é muito mais bonita nesse trecho? Não existe uma explicação plausível para essa grande diferença. Nas duas últimas semanas este jornal recebeu a visita de dois deputados: um estadual, do Partido dos Trabalhadores, Luiz Fernando, trazido pelo vereador Antônio Cordeiro e um federal, do Partido Progressistas, Guilherme Derrite, acompanhado do prefeito Geraldo Garcia. Este colunista recepcionou a ambos e, como soube que o deputado Luiz Fernando teria uma audiência na Artesp – Agência Reguladora dos Transportes de São Paulo na semana seguinte, solicitamos a ele que tratasse do assunto junto a esse órgão, que tem poderes para analisar o assunto e talvez até intervir. Posteriormente, quando da visita do federal Derrite, fizemos-lhe a mesma solicitação. O primeiro deputado é de São Bernardo, mas o segundo é de Sorocaba e, portanto, tem interesse em melhorar o preço do pedágio Salto-Campinas, pois os motoristas sorocabanos também têm que pagar R$ 26,40 quando vão e voltam de Campinas. Ele prometeu que iria verificar, mas até agora não temos nenhuma notícia. Em 2012, no governo Geraldo Alckmin, parecia que havia sido encontrada uma saída pelo governo estadual que beneficiaria não apenas os saltenses, mas motoristas de toda a região. É que foram instalados os chamados “ponto a ponto”, o que proporcionaria uma grande economia para quem fizesse o percurso entre as duas cidades, que pagaria cerca de R$ 5,90 na ida para Campinas e o mesmo valor na volta: total de R$ 11,80, menos da metade do que é cobrado hoje. Esses ponto a ponto acabaram beneficiando apenas os indaiatubanos, que já contavam com um pedágio de fuga ou alternativo, no qual se paga apenas R$ R$ 2,40, além de mais dois ponto a ponto (R$ 1,00 mais R$ 1,90), vindo de Campinas, o que dá um total de R$ 5,30. Para os saltenses, principalmente, seria pior a emenda do que o soneto, se os ponto a ponto passassem a funcionar. Para quem saísse de Salto e fosse até o Centro Administrativo das Lojas Cem (percurso que milhares de pessoas fazem diariamente), teriam que pagar (se instalasse o chip do sistema) R$ 3,00 de pedágio, tanto na ida como na volta (R$ 6,00 no total), pois o sistema registraria sua passagem. Além desse prejuízo financeiro, haveria o desvio de caminhões e outros veículos pelos bairros lindeiros à SP-75, para fugir dos ponto a ponto. Taperá, na época batalhou para que o ponto a ponto não funcionasse e sua aplicação foi suspensa. Essa situação proporcionada pelo atual pedágio Salto-Campinas não pode continuar! Já pagamos muito caro para trafegar pela SP-75, principalmente aqueles que trabalham na vizinha cidade, muitos dos quais optaram por licenciar seus veículos em Indaiatuba, para poder usar o pedágio alternativo, que fica antes do pedágio absurdo, para quem vem de Campinas. Nossas autoridades devem colocar como prioridade a luta pelo fim do pedágio absurdo e também eliminar o pedágio eletrônico que fica na altura da fábrica Ipê, colocando-o bem mais à frente, fora da nossa área urbana. Vamos continuar cobrando, o que deve ser feito não só pelas autoridades, mas também por entidades locais, ONGs e pelos saltenses em geral. É urgente!