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OPINIÃO

Até o final de maio o centro da cidade pulsava: era difícil encontrar uma vaga para estacionar nas principais ruas e o trânsito era intenso, formando-se grandes congestionamentos em determinadas horas do dia. Isso acontecia de segunda a sábado e havia também grande circulação de pedestres, muitos deles motoristas que tinham estacionado seus veículos nas vagas e se dirigiam aos mais diversos locais. A partir deste mês de junho tudo se modificou. Desde a implantação da cobrança feita pela empresa responsável pelo estacionamento rotativo, as ruas, avenidas e praças passaram a ficar desertas. Hoje estacionar no centro é a coisa mais tranquila, assim como trafegar em praticamente todas as direções. Onde estão os veículos que ficavam estacionados o tempo todo, dificultando para aqueles que desejavam estacionar? É a nova Zona Azul, que se transformou de repente num “monstro” para grande parte dos motoristas. Os motociclistas ainda não sentiram o efeito, mas isso deve acontecer assim que a cobrança das motos se iniciar Por que ela causa temor em muitas pessoas? Talvez nem seja pelo preço cobrado, que duplicou em relação ao que era estipulado antes, mas sim pela dificuldade de entendimento das informações repassadas pela empresa e pela Prefeitura. Falam em aplicativos, de como efetuar o pagamento, da mudança do cartão e de outras coisas que deixam motoristas sem saber como agir. Resultado: ou saem a pé de casa, utilizam o transporte público, ou estacionam em ruas onde não foi implantado o sistema rotativo. Os “amarelinhos”, aquelas moças e rapazes que tentam auxiliar os motoristas, explicando como a coisa funciona, são considerados verdadeiros inimigos e alguns chegam a brigar com eles e até ameaçá-los, apesar de eles estarem cumprindo a missão que lhes foi confiada. Anteriormente muita gente abusava, não utilizava os cartões e estacionava por longo tempo nas vagas, só raramente sendo multados. Hoje é só estacionar que já aparece um “amarelinho”, devidamente “armado” com seu equipamento de última geração, pronto para cobrar, depois de dar as explicações devidas para os que não sabem como agir. Os protestos ainda são muitos: pelo preço cobrado, pela cobrança também aos sábados e pela fixação de tarifa também para as motos. Se considerarmos que utilizando o aplicativo o preço cai bastante (paga-se apenas pelo tempo estacionado), a despesa pode ser bem menor, mas não são todos que sabem como utilizar o aplicativo. A cobrança aos sábados teria sido uma reivindicação dos comerciantes, que alegavam que muitos estacionavam seus veículos nas proximidades dos seus estabelecimentos e ali permaneciam o dia todo. A extensão da cobrança das motos teria sido porque elas são consideradas também veículos automotores, conforme constou da lei votada no governo de Juvenil Cirelli. A não cobrança, alega o prefeito, poderia enquadrá-lo como renunciante à receita, o que poderia lhe valer problemas com a Justiça. A vida na cidade mudou muito com a nova Zona Azul. O que se espera agora é que algumas situações sejam revistas e até alteradas, se for o caso, começando com a proposta do prefeito para reduzir a tarifa das motos de 2 para 1 real por hora, além de outras que surgem com a aplicação do decreto. Assim Salto pode voltar a sua vida normal de antigamente.

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