OPINIÃO
Desemprego aumenta, após bom ano
Ao contrário do que ocorreu no ano passado, quando Salto criou 1.200 vagas de emprego, nos primeiros cinco meses deste ano o número de demissões foi maior que o de admissões, ocorrendo um déficit de 25 vagas. É um número pequeno, reconheça-se, que pode ser revertido, mas revela uma tendência que se espera não venha a se manter nos 7 meses seguintes. Tem contribuído para que a quantidade de vagas criadas, numa comparação com as extintas, a ocorrência de muitas demissões em nosso comércio: 226 nos primeiros cinco meses do ano. Dos 8 setores divulgados, apenas o comércio e a administração pública (que demitiu 32 a mais até maio) apresentam números negativos. Os demais criam mais empregos do que extinguem, destacando-se a indústria de transformação, com 102 positivos, seguida pelos serviços (43), construção civil (41), serviços industriais de utilidade pública (32) e agropecuária (15). O setor extrativa mineral foi zerado. Esses números não entusiasmam, mas demonstram que o comércio é o “calcanhar de aquiles” de nossas atividades econômicas, o que é bastante visível, tendo em vista a quantidade maior de fechamentos de empresas do que as aberturas, além da patente queda de movimento, causada por vários fatores.
No mês de maio, último informado, tivemos 90 novos empregos a menos, considerando-se as admissões (875) e as demissões (965). Se considerarmos os últimos 10 anos, de 2009 até este primeiro semestre de 2019, foram criadas 5.066 novas vagas, menos que Indaiatuba (9.894) e Itu (6.423), mas um número expressivo se considerarmos a população das três cidades vizinhas.
O que pode ser feito para reverter essa situação? Evidentemente, atraindo novas empresas que proporcionariam um bom número de empregos, mas isso não está fácil. Consultado, o prefeito Geraldo Garcia informa que a Secretaria Desenvolvimento do Trabalho e Turismo tem se esforçado, mas a situação do país inibe aqueles que pretendem fazer investimentos, esperando pelo sucesso das medidas econômicas adotadas pelo Governo Federal. É uma alegação que não se pode contestar, mas nem por isso a Secretaria deve paralisar suas investidas junto aos empresários, pois existem setores da nossa economia que passam por uma situação não muito preocupante.
Na Câmara os vereadores criticam o prefeito pela não instalação de novas empresas, mas também não apresentam alternativas. O único a fazê-lo, recentemente, foi Cícero Landim, que propôs uma espécie de “frente de trabalho” para a mão de obra não especializada, visando melhorar a situação daqueles que passam por dificuldades, com a água e energia cortadas, por exemplo. O chefe do Executivo já respondeu que essa proposta é inviável, pois o Poder Público não tem condições de contratar indiscriminadamente, sem a realização de concurso público. Cícero insiste, falando até na criação de um fundo, a ser aprovado pela Câmara, mas é algo que precisa ser bastante discutido e sem muitas probabilidades de sucesso. Valeu, porém, a intenção. Novas propostas podem e devem ser postas em discussão, inclusive priorizando nosso comércio, que está necessitando como nunca de um apoio, maior que os demais setores de nossa economia. A união de forças pode operar milagres.
CÁ ENTRE NÓS
POUPATEMPO
Estaria praticamente certa a instalação de um Poupatempo em Salto, órgão do Governo Estadual, criado em 1996 e administrado pela Prodesp. Oferece num mesmo local mais de 400 serviços como emissão de cédula de identidade, de atestado de antecedentes criminais, carteira profissional, CNH, etc., tudo isso em tempo recorde. São cerca de 70 unidades no Estado e estariam sendo anunciadas mais 4, uma das quais em Salto, segundo relato do presidente da Câmara, Lafaiete Pinheiro dos Santos e outros vereadores situacionistas. Lafaiete, inclusive, revelou que pelo fato de não contar com 200 mil habitantes, mínimo exigido para a instalação do Poupatempo, seria difícil conseguir, mas graças ao empenho do deputado Rogério Nogueira junto ao presidente da Prodesp, numa audiência à qual compareceram também o prefeito Geraldo e o presidente da Câmara, isso será possível. É que foi lembrado que Indaiatuba e Itu conseguiram o Poupatempo quando não contavam com 200 mil habitantes cada uma, mas juntaram a população de Salto e obtiveram o benefício. Agora Salto é que vai se beneficiar da soma de uma das duas cidades para atingir os 200 mil necessários.
COMERCIANTES
O comércio saltense que já está enfrentando muitos problemas com a queda do movimento nos últimos tempos, está sofrendo também os efeitos proporcionados pela nova Zona Azul, implantada recentemente. As ruas estão desertas, assim como a maioria dos estabelecimentos comerciais. Eles se reuniram com os responsáveis pela empresa que realiza o serviço e com representantes da Prefeitura, na semana passada, para discutir mudanças, mas nesta altura do campeonato está sendo difícil, embora não impossível. Se houver boa vontade por parte do Executivo poderão ser encontradas alternativas. No entanto, é preciso considerar que um dos principais obstáculos no que se refere a essas mudanças é a possível renúncia de receita, ou seja, redução da receita a ser gerada pelo estacionamento rotativo, da qual a Prefeitura recebe uma parte. Como a situação é grave, exigindo providências para que as partes não sejam prejudicadas (inclusive a empresa, que assumiu, obedecendo o que estabelecia o edital de licitação) há necessidade de se fazer alguma coisa, pois pior do que está é impossível.
17 MORTES
Até mesmo um veículo da Guarda Civil Municipal envolveu-se num acidente, nesta semana, na SP-75, que alguns estão chamando de “Rodovia da Morte” com certa razão. Já morreram 17 pessoas nos primeiros cinco meses deste ano, segundo informações que o Taperá obteve junto à Polícia Rodoviária, número que poderá aumentar, tendo em vista que os acidentes continuam ocorrendo diariamente. A situação exige providências e comportamentos. Providências por parte da AB Colinas, que deve melhorar a sinalização, com mais placas de advertência e estudar a possibilidade da implantação de uma terceira pista em cada um dos sentidos, pois as duas atuais já não são suficientes para o trânsito que aumenta a cada dia. Ela precisa também reivindicar junto ao Governo do Estado a implantação de radares fixos ou móveis ao longo de todo o trecho, pois isso inibe os motoristas que abusam da velocidade. No que tange aos comportamentos, eles cabem aos motoristas que precisam se conscientizar que a SP-75 não é uma pista de corridas. Os abusos são frequentes e algumas placas alertando sobre “fiscalização eletrônica” (que só existe em pequenos trechos) não impedem o excesso de velocidade. Sabe-se também que grande parte dos acidentes ocorrem porque os motoristas ingeriram álcool antes de pegar a estrada e esse tipo de comportamento precisa também ter fim. Se a concessionária, Governo do Estado e os motoristas fizerem suas obrigações, a situação poderá mudar. Para melhor, evidentemente.
BOCA-DE-SIRI
Ajuda do Anjo da Guarda
Os muitos acidentes que ocorrem na mortífera rodovia SP-75 estão fazendo as pessoas tomarem cuidados especiais. Alguns rezam um terço antes de pegar a estrada, outros fazem promessas aos santos para voltarem incólumes para casa, mas o melhor mesmo é apelar para nosso Anjo da Guarda, pois ele nos acompanha o tempo todo. Só não dá pra pedir a ele que assuma o volante, quando a gente tomar umas “biritas”.