QUEM FOI QUEM
Innocêncio Pradelli foi maestro na época de
ouro das bandas na cidade
A partir da década de 1920 as bandas de música eram bastante prestigiadas, tinham o apoio de empresas e entidades e as populações das cidades as prestigiavam com sua presença e aplauso nas apresentações. Era a época de ouro dessas corporações musicais, que atraiam grandes músicos e maestros. Foi o que aconteceu em 1921, quando a Brasital S.A. convidou um famoso maestro, Innocêncio Pradelli, para reorganizar a Corporazione Musicale Giuseppe Verdi, antecessora da Gomes-Verdi, a qual era bastante conhecida e admirada entre as bandas da região.
Pradelli nasceu na Itália em 10 de junho de 1890 e menino ainda tornou-se músico. Aos 18 anos ingressou no Exército Italiano, como músico e aos 22 anos embarcou para o Brasil, passando a residir inicialmente no bairro da Pompeia, em São Paulo, onde atuou como garçom no Parque Antarctica (estádio da S.E. Palmeiras). Três anos depois fez teste numa orquestra, sendo contratado para uma turnê internacional, começando pelo Uruguai.
Antes de vir para Salto, organizou a banda da cidade de Guaíba e de Santa Adélia, até que surgiu o convite para dirigir a Banda Italiana saltense (como era conhecida). Com sua presença, essa banda ultrapassou os limites do Estado, recebendo convites para participar de diversas solenidades, dentre elas em diversas capitais brasileiras, inclusive as de São Paulo e do Rio de Janeiro. Sob sua regência, a Banda Italiana tocou no Teatro Municipal de São Paulo; no Palácio dos Campos Elíseos (sede do governo paulista); na posse do bispo d. Duarte; a bordo do navio “Reggio Nave Italiana”; na residência do conde Frandisco Matarazzo (de cujas mãos Innocêncio recebeu medalha de honra) e em outros locais.
Teve uma passagem por Santo André, mas voltou para Salto atendendo insistentes convites, onde permaneceu até 1938, quando se transferiu para Jacarezinho, no Paraná, a convite da municipalidade daquele município. Na mesma época lecionou música no Colégio Estadual e no Colégio Cristo Rei do Paraná.
Ele foi autor de muitas músicas, orquestrou partituras incontáveis, para bandas, orquestras e conjuntos. Deu muitos exemplos de trabalho, civismo, amor, solidariedade e fraternidade cristã.
Era casado em primeiras núpcias com Palmira Pradelli, de cujo consórcio nasceram os filhos Francisca, Henrique e Alfredo. Em segunda núpcias casou-se com Olinda Lencini Pradelli.
Durante os primeiros anos que esteve no país, Pradelli naturalizou-se brasileiro e em 1985, aos 95 anos de idade (quando faleceu), recebeu o título de Cidadão Saltense.