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OPINIÃO

A gente sabe das dificuldades que o prefeito Geraldo Garcia tem no que se refere à implantação de mudanças na Zona Azul, pois se ele for atender todos os pedidos que são apresentados (vários deles justos), vai criar problemas com a empresa que administra o estacionamento pago na cidade. No entanto, a situação exige alterações, começando pelo preço cobrado, com muitas pessoas (principalmente vereadores) argumentando que em cidades vizinhas cobra-se menos do que em Salto. Os preços agora estabelecidos foram fixados por Geraldo através de decreto e como será difícil reduzi-los, pelo menos poderia ser estabelecida a cobrança para meia hora, fixando a metade do valor cobrado para uma hora. A inclusão da meia hora é inclusive proposta pelos vereadores Edemilson dos Santos, Cícero Landim e Márcio Conrado, que apresentaram projeto de lei nesse sentido. O Jurídico da Câmara se manifestou favoravelmente, mas dificilmente a aprovação acontecerá, pois o Executivo alegará inconstitucionalidade, já que não poderá renunciar à parte da receita e a empresa tem o direito de exigir o cumprimento do edital de licitação.

Com relação a outras mudanças existem impedimentos que dificultam a implantação. É o caso da tolerância. Esses mesmos vereadores estão propondo que seja estabelecido o tempo de 10 minutos para que o motorista estacione numa vaga quando necessita apenas fazer uma entrega, pegar um documento, ou parar para que alguém ingresse ou desça do seu veículo. Isso procede, pois tem acontecido de motoristas realizarem uma parada rápida e logo serem abordados pelos “amarelinhos” que não querem conversa, pretendendo cobrar pelo menos os 2 reais fixados para 1 hora. Consideramos que 10 minutos pode até ser um tempo exagerado. 5 minutos seriam suficientes, mas o problema é: como calcular esse tempo? É que alguns motoristas param num determinado local, avisam malandramente que “vou logo ali fazer uma entrega” e acabam voltando 15 ou 20 minutos depois, argumentando que surgiu um imprevisto. Acabam sendo notificados e ficam bravos.

Outra reclamação que tem sido feita é com relação ao tempo de estacionamento. Nesta semana surgiram protestos porque motoristas ultrapassaram em 2 ou 5 minutos a 1 hora pela qual pagaram 2 reais e tiveram que desembolsar mais 8 reais, pois o decreto estabelece que para escapar da multa de quase 200 reais, o motorista têm que desembolsar 10 reais no total. Os “amarelinhos” são implacáveis, mas seguem a orientação que recebem: eles não querem nem saber e exigem que a determinação seja cumprida e isso causa revolta.

Repetimos: existem limitações para que o prefeito Geraldo faça modificações na Zona Azul. Mas elas são necessárias e o prefeito tem que achar uma forma de adotá-las, para que não se mantenha esse clima de inamosidade, cuja insatisfação atinge muitas pessoas na cidade, tornando a Zona Azul um serviço odiado, ao invés de cumprir sua missão de proporcionar benefícios aos cidadãos. Os direitos da empresa devem ser preservados, isso é fundamental, mas se for encontrada uma saída, compensando-a de outra forma, seria bom pra todos. E o mais importante: a paz voltaria a reinar.


CÁ ENTRE NÓS


Moradores de rua

Um problema difícil de resolver é o que se refere aos moradores de rua, pessoas em sua maioria que optaram por deixar suas residências para viver livres e soltos. Existem também os casos dos que chegaram a uma situação de penúria financeira, que não tinham outra opção a não ser viver sob pontes ou em locais onde existe um espaço para sobreviverem. Alguns vereadores defendem a criação de um albergue, mas os prefeitos que se sucederam relutam em adotar essa solução, achando que o melhor é confiar os desabrigados a entidades, como ocorre atualmente, conforme alega o chefe do Executivo, respondendo indagação de um vereador. O que é necessário – e a Prefeitura argumenta que faz – é dar condição de vivência para os moradores de rua. Já que eles não querem se recolher a um local onde poderiam ser melhor tratados, pelo menos que lhes seja fornecida alimentação, agasalhos e cobertores. É uma solução imediatista, mas deve-se cogitar de um tratamento mais adequado aos moradores de rua, convencendo-os a se reintegrar à sociedade, da qual não deveriam ter saído.


Ecopontos é solução?

A atual administração e a empresa CSO Ambiental inauguraram na semana passada o 9º ecoponto na cidade, desta feita no Jardim Bandeirantes. Eles estão espalhados pelos bairros da cidade, mas será que essa é a solução para o descarte de grandes volumes, resíduos eletrônicos, etc.? Conversando outro dia com um morador da região de Campinas, soubemos que em algumas cidades a Prefeitura mantém um veículo que percorre todos os dias os bairros, coletando objetos de maior porte, inclusive sofás, peças de madeira, plásticos, etc., ao invés de criar ecopontos. Em Salto, apesar da existência deles, ainda se vê pela cidade móveis abandonados e outros objetos, pois as pessoas não têm condições de levá-los ao ecoponto mais próximo. Infelizmente, porém, nessa altura já não há como voltar atrás. A solução seria criar um serviço de atendimento aos que não têm condições de levar ou de pagar o transporte de um objeto, o que seria feito por um veículo da Prefeitura ou da CSO, sem despesa para o solicitante.


Asfalto

Nos últimos tempos tem havido muitas reclamações contra serviços de correção do asfaltamento em diversas ruas da cidade, que ocorrem principalmente quando o SAAE executa uma obra e providencia para que uma empresa contratada faça o devido reparo. Geralmente esse serviço é mal feito, além de demorado. Questionado por um vereador, o prefeito Geraldo informou que a empresa responsável está desistindo de continuar atuando na cidade, tendo lamentado que a licitação realizada selecionou-a por apresentar o melhor preço e ela não tem se mostrado capaz de fazer um bom trabalho. Nesta semana, na Câmara, o vereador Cícero Landim disse ter sido procurado pela empresa que fornece o asfalto, a qual garantiu que seu produto é de boa qualidade e que o problema está na aplicação pela contratada pelo SAAE. Vamos ver se agora o serviço melhora, não só no que se refere a sua execução, mas também à presteza que deve haver, pois não se justifica demora de até meses para tapar buracos que atrapalham a vida de moradores que com eles convivem.


BOCA-DE-SIRI


Multas para se guardar


Segundo este jornal apurou, no primeiro semestre deste ano foram aplicadas quase 9.000 multas de trânsito na cidade, o que corresponde a 50 multas por dia. Isso mostra que a fiscalização está agindo e os motoristas dando bandeira. Depois de pagarem as multas, seria bom que eles não fizessem como as pessoas que guardam muita tranqueira durante anos em casa. Multa não é coisa pra se guardar e nem mesmo dentro do peito, como diria Milton Nascimento.

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