OPINIÃO
O futuro do Hospital Municipal
Não será uma boa para a Prefeitura e principalmente para a população a saída da Associação São Camilo do Hospital Municipal, a ocorrer a partir da primeira hora do próximo dia 1º de outubro. Durante o tempo em que essa entidade respondeu pela nossa casa de saúde ocorreram alguns problemas, reclamações, mas a maioria das pessoas nela atendida ficou satisfeita com o atendimento recebido. Segundo a alta direção da São Camilo, a saída de Salto se deve à necessidade que ela tem de reduzir o número de hospitais de sua responsabilidade, mas se sabe que havia também outra razão: a necessidade de serem despendidos gastos consideráveis (fala-se em 5 milhões de reais) para a reforma das dependências do Hospital e do AME. Pergunta-se: a empresa ganhadora da licitação aceitará fazer a reforma? Tudo indica que não, e essa é uma das razões pelas quais se prevê um futuro com problemas para nossa maior unidade hospitalar.
Conversamos nesta semana com o prefeito Geraldo Garcia e o mesmo relatou que 19 empresas se qualificaram para a licitação, mas apenas 9 efetivaram a participação. Foram selecionadas 6, que apresentaram todos os documentos exigidos, escolhendo-se a que apresentou menor preço: o Instituto Moriah, que dirige hospitais em Sorocaba e Votorantim, a qual vai atuar durante 6 meses com um contrato emergencial. Não será possível definir a contratação definitiva desse Instituto, pois têm que ser obedecidos prazos determinados pela legislação, por isso a consumação poderá demorar dias e até meses. Isso se não houver a apresentação de recursos por parte das 5 não escolhidas, o que dificilmente deixará de acontecer, pois se trata de um valor de quase 4 milhões mensais e todos lutam pelo novo contrato.
Mesmo antes do Instituto Moriah assumir, já surgiu denúncia questionando sua atuação nos hospitais de Sorocaba (Vera Cruz) e Votorantim. Este jornal recebeu uma que aponta irregularidades como a de ser alvo de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara de Sorocaba, problemas com a documentação, certidão de contribuições previdenciárias vencida e falta do cumprimento de direitos trabalhistas com 20 ex-funcionários. Encaminhamos essa denúncia à Prefeitura, que irá verificar se procedem, pois podem ter partido de organização social não escolhida no pleito licitatória e, portanto, não merecedora de total confiança. O prefeito Geraldo, aliás, garantiu que vai acompanhar o cumprimento rigoroso das obrigações e do contrato a ser firmado. Isso é mesmo necessário.
Também é importante que seja garantido - como Geraldo já assinalou - o aproveitamento dos funcionários, médicos, enfermeiras, etc. por parte da nova organização social. A São Camilo está providenciando a dispensa de todo o pessoal, que terá que ser contratado pela nova empresa, o que contribuirá para que não haja solução de continuidade para o atendimento e os serviços que são prestados à população. É o que todos esperam.
CÁ ENTRE NÓS
Empréstimo
Por unanimidade de votos a Câmara aprovou em sua sessão de terça-feira, projeto do prefeito que autoriza o Poder Executivo a contratar operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal para o financiamento à infraestrutura e ao saneamento a ser aplicado em obras no Jardim Santa Cruz. Traduzido para a linguagem simples, trata-se de um empréstimo com carência de 24 meses, que visa resolver o problema das inundações que ocorrem no bairro, em virtude da falta de drenagem. É o tipo de solicitação que sempre proporcionou muita polêmica, principalmente quando os valores são elevados, como esse e a oposição está sempre alerta. Esperava-se que isso acontecesse na votação da última sessão, mas, surpreendentemente, até os vereadores que são ferrenhos oposicionistas se manifestaram a favor e inclusive elogiaram e aprovaram a medida tomada pelo prefeito Geraldo Garcia. Não deixaram, porém, de registrar que se a Prefeitura não tivesse aplicado importância de valor aproximado com os 6 milhões na construção da nova Prefeitura, não haveria necessidade do empréstimo. A crítica tem sentido, pois o novo prédio da Prefeitura poderia esperar mais um pouco e a obra do Santa Cruz de há muito se mostrou necessária. As inundações acontecem há anos e nenhum prefeito anterior resolveu o problema, inclusive o próprio Geraldo, que agora se redimiu e entendeu que é necessário mesmo solucionar a questão. Pior seria se não se preocupasse com ela...
Local da festa
O assunto “local da festa”, que abordamos na semana passada e que foi novamente discutido neste 2019, não pode ser esquecido, deixando para falar nele apenas em 2020. É preciso que continue sendo abordado e analisadas as diversas sugestões apresentadas. Nós formulamos a nossa na edição passada, sugerindo que a Festa do Salto continue sendo realizada na Praça Archimedes Lammoglia, mas de tamanho menor: com no máximo 6 brinquedos (os preferidos das crianças e adolescentes), sem as barracas de comestíveis do parque, que tomam um bom espaço e fazem concorrência às entidades locais e mantendo-se a praça de alimentação, que funcionou muito bem mais uma vez neste ano, as quais proporcionam boa receita às entidades locais. Com isso o trânsito não precisaria ser impedido no acesso à ponte sobre o Rio Tietê, como tem ocorrido, sobrando mais espaço para as pessoas se locomoveram na praça. A Praça da Bíblia poderia servir de complemento, instalando-se ali algumas barracas que fossem julgadas necessárias, sem atrapalhar o trânsito de veículos. Além dessa nossa opinião, o vereador Divaldo Garotinho fez outra, na sessão da Câmara de terça-feira: a possibilidade de se realizar a festa na área localizada na saída para Itu, na Rodovia da Convenção (antigo CREB), onde, aliás, o evento já se realizou em 2010 e 2011, quando o local ainda não contava com a infraestrutura necessária. O importante é que o assunto continue sendo discutido, pois, com a velocidade do tempo, logo chegará novamente setembro e o problema ainda não estará resolvido.
Rodeio sui-generis
Já aconteceram em Salto Festas do Peão em diversos locais, como no terreno do atual Centro Esportivo do Jardim Bandeirante, campo da Saltense, CREB e em outros locais. Alcançaram relativo sucesso, mas as dificuldades relacionadas à promoção, que exige grandes investimentos, não incentivou os responsáveis pela realização e novos investidores a promover o evento. A festa acontece com sucesso em outras cidades, inclusive em Itu, para onde atrai muita gente, inclusive das cidades próximas, mas há necessidade de importantes patrocinadores, o que é difícil conseguir em Salto. Nos últimos dias apareceu uma pessoa interessada em promover uma Festa do Peão na cidade, mas logo se notou que lhe falta condições mínimas para levar avante o projeto, por isso não houve como a Prefeitura aprovar o pedido feito, pois teria que investir num projeto bastante duvidoso.
BOCA-DE-SIRI
Um rodeio diferente
Um cidadão anunciou nas redes sociais que vai realizar um rodeio na cidade, mas ele não tem nem local para o evento e quer que a Prefeitura providencie quase tudo; 10 caminhões de areia, limpeza do terreno onde a festa poderá acontecer, água, energia elétrica, linha de ônibus até não se sabe pra onde, 2 ambulâncias, etc. Não se surpreendam se ele usar capivaras (que tem muita na cidade) no rodeio. A não ser que ele também peça para a Prefeitura cavalos e peões e até mesmo alguém para gritar: “Segura, peão!”.