QUEM FOI QUEM
Orestes Ferrari foi vereador, prefeito e cidadão exemplar
A Família Ferrari proporcionou a Salto três prefeitos: Hilário, João Baptista (Tita) e Orestes Ferrari. Dos três o que permaneceu menor tempo no cargo foi Orestes, que só assumiu em virtude do licenciamento do titular, por coincidência seu primo Tita. Foram apenas 46 dias, de 15 de novembro a 31 de dezembro de 1951, e ele só assumiu porque o presidente da Câmara na época, Pedro Garavello, não pôde aceitar a substituição, pois era funcionário público estadual e trabalhava fora de Salto na época. Orestes era vereador e foi eleito vice-presidente da Câmara para o mandato de 1948 a 1951.
Além de político, Orestes foi um cidadão atuante, um homem que sempre se dedicou ao trabalho e a ajudar o próximo. Foi lavrador, pecuarista e comerciante e seu trabalho de maior destaque como cidadão foi na presidência de uma comissão que todos os anos realizava uma campanha de arrecadação na cidade, visando auxiliar os saltenses e os demais internados no Sanatório de Pirapitingui, pertencente ao município de Itu, os quais recebiam uma cesta de Natal. Além disso, foi um dos fundadores do movimento que acabaria por se tornar a Associação dos Romeiros de Salto, em 21 de abril de 1954. que todos os anos se dirige a Pirapora nesse mês.
Ele era uma pessoa simples e humilde, que dividia com os empregados a tarefa no campo, mesmo quando foi o patrão, na Fazenda Santa Elizabeth (que havia recebido como herança do seu pai Arthur), inclusive comendo a “boia fria” com eles. Segundo uma crônica publicada no jornal Taperá em 29 de março de 1989, de autoria de Aurora Arruda Behmer, “a maior lição de sua vida foi quando ele perdeu todos os seus bens materiais – dinheiro, fazenda, casa e mais... os amigos! Não se dando por vencido, começou tudo de novo, enfrentando as dificuldades, chegando a trabalhar como entregador de botijões de gás da loja A. Milioni & Cia. Ltda”.
Família – Orestes era filho de Arthur e Ângela Patucci Ferrari, casal de origem italiana, que no Brasil adquiriu uma área para se trabalhar em diversas culturas. Ele estudou até o 3º ano primário, pois como integrante de uma família de agricultores havia dificuldades para se dedicar aos estudos. O diploma não lhe fez falta, pois aprendeu com a vida e lutou juntamente com sua esposa Odália, filha do maestro Henrique Castellari e de Luíza das Chagas Operária. O casal teve 3 filhos: Sebastião, Ismael e Bernadete. Orestes foi soldado do 4º RAM (atual Regimento Deodoro de Itu) e participou da revolução de 1932, chegando a ficar preso num vagão de trem durante vários dias. Ele faleceu em 22 de fevereiro de 1989, aos 82 anos de idade.
Homenagens – Nos seus últimos anos de vida Orestes recebeu diversas homenagens, dentre elas o título de Honra ao Mérito, do Rotary Club de Salto, juntamente com seu amigo Archimedes Lammoglia. Também seu nome foi dado a uma praça da cidade, localizada na Vila Ideal.