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OPINIÃO



O exagero na apresentação de votos de louvor, títulos e medalhas


São muito restritas as atribuições dos vereadores e por isso a maioria deles procura outras alternativas para aparecer perante o eleitorado, principalmente quando se aproxima mais um pleito eleitoral. Nos últimos tempos tem aumentado consideravelmente a proposituras de louvação a pessoas, entidades e até a empresas na Câmara de Salto. Está havendo um certo exagero na apresentação de votos de louvor, de congratulações, concessão de títulos de cidadão saltense, da Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, criação de datas a serem comemoradas beneficiando determinadas categorias, etc. Não se pode considerar isso como desvio de conduta dos membros do Legislativo, no entanto, salta à vista a intenção de auferir simpatia e possíveis futuros votos nas eleições municipais marcadas para o próximo ano. Segundo levantamento do jornal Primeira Feira, foram apresentados até a semana passada 97 proposituras nesse sentido, nos 3 anos e 8 meses da atual legislatura. É muita coisa.

Nesta semana nada menos que 18 foram se somaram a elas, das quais 9 são de concessão de Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, 5 de títulos de Cidadão Saltense e 4 de moções de louvor e congratulações. Vários dos aquinhoados (a maioria) realmente merecem a homenagem, outros não se sabe quais seus méritos, mas quando o número de concessões ultrapassa os limites, até mesmo o beneficiado se sente constrangido e inclusive reluta em aceitá-las.

Nos últimos tempos tem sido constante a concessão da Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, criada em 1999, por proposta do vereador Jades Martins de Mello. Os três primeiros beneficiados foram o chefe de gabinete do então presidente Fernando Henrique Cardoso, Vilmar Faria, que conseguiu para Salto o hoje Instituto Federal de Educação; o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Walter Feldman, que se imaginava fosse saltense, e a Família Dalla Vecchia, pelo muito que fez e continua fazendo por Salto. Outros dois receberam a seguir: o historiador Ettore Liberalesso e este colunista. Após esses cinco, começou a acontecer uma distribuição volumosa dessa homenagem, o que levou Ettore a me propor, certo dia, que devolvêssemos a honraria, o que não aceitei. Em muitos casos das propostas de concessão da Medalha que foram feitas, caberia mais uma moção de louvor e congratulações, para que ela mantivesse sua importância, mas os vereadores em algumas ocasiões exorbitaram e os demais não quiseram correr o risco de rejeitar as propostas, ficando mal perante os homenageados e familiares.

Os projetos concedendo o título de Cidadão Saltense deveriam também merecer um maior cuidado, levando-se em conta o trabalho prestado pelo homenageado. A maioria dos aprovados pode até ter merecido a concessão (muitos mereceram), mas outros, por terem sua atuação desconhecida, não tiveram a devida justificativa. Quanto aos votos de louvor e congratulações, esses não merecem maiores discussões, pois os indicados devem ter realizado ações benéficas à cidade e a sua população.

Este jornal também costuma premiar, na festa dos Destaques, muitas pessoas, empresas, entidades, etc., e número considerável. No entanto, no caso dos vereadores, a situação é diferente. Eles deveriam, para valorizar as indicações que fazem, serem mais comedidos, fazê-las sem o exagero que se tem notado, o que as valorizaria bastante.


CÁ ENTRE NÓS


Suspensão no Hospital

Como se previa, a escolha da nova administradora do Hospital Municipal já está causando problemas. Quem perde protesta, recorre, enfim briga para desalojar quem conquistou a posição de vencedora. Isso não está acontecendo propriamente com a licitação para a organização social que vai dirigir nossa principal casa de saúde, mas com a licitação realizada para a contratação emergencial daquela que vai administrar durante 6 meses. A vencedora, como foi divulgado, é o Instituto Moriah, de Votorantim, mas a segunda colocada, que perdeu por uma diferença de pouco mais de 1 mil reais, entrou na Justiça alegando que a primeira colocada entrou no processo licitatório descumprindo diversos itens do edital de convocação e o Tribunal de Justiça do Estado acatou a reclamação, determinando a suspensão da licitação. Isso não vai interromper o atendimento no Hospital, mas vai exigir que a Prefeitura se justifique, o que já está sendo providenciado.


Prefeito esclarece

Conversamos com o prefeito Geraldo Garcia a respeito da decisão judicial e ele garantiu que tudo está sendo feito dentro da lei. Segundo disse, foi realizada a licitação para a escolha da empresa que vai dirigir o Hospital durante nos próximos 20 anos, o que não teria chegado ao conhecimento do juiz do Tribunal que proferiu a decisão. Ele explicou que nem havia necessidade de se fazer uma licitação para a escolha de uma empresa emergencial, podendo ser consultadas informalmente 3 delas, que apresentariam suas condições. Isso quer dizer que o município cumpriu além de sua obrigação e por isso ele não vê motivos para o questionamento apresentado. Aliás, pergunta-se: e se a empresa que questionou a escolha do Instituto Moriah vier a ser vencedora da licitação principal, como é que ficará sua relação e convivência com a Prefeitura? Esclareça-se que a licitação para a organização social que passará a dirigir o Hospital efetivamente só terá sua vencedora conhecida dentro de alguns dias, pois os envelopes com as propostas das 6 que se habilitaram ainda estão aguardando prazo, fechados e depositados num cofre da Prefeitura. Resumindo: tudo está sendo feito dentro da lei, pelo que se depreende das informações que recebemos, mas sempre haverá os descontentes que apresentarão seus questionamentos, pois, afinal, está se tratando de um contrato que vai render quase 4 milhões de reais por mês, o que desperta a cobiça dos que não forem escolhidos.


Centro Tecnológico

O Centro Tecnológico inaugurado na semana passada na propriedade que já pertenceu a Marsicano, é um investimento tecnológico importante, mas não vai proporcionar um grande número de empregos como muitos imaginam: apenas 15 inicialmente, podendo chegar a 30 até o final do ano. Naquele local a Gandini pretendia instalar uma fábrica da Kia, como foi anunciado há alguns anos, mas a empresa coreana decidiu não produzir seus veículos em nosso país, decisão que permanece até hoje. O interesse de José Luiz Gandini, que como empresário é o proprietário da área da Marsicano, é destinar o terreno restante, que é muito amplo para empresas que decidirem se instalar em nosso município, mas a situação do país ainda não permitiu que essa sua pretensão seja atendida. Isso, porém, deve acontecer um dia e Salto poderá ser beneficiada, o que infelizmente não acontece hoje, com a frequência e a quantidade que se deseja.


Apreensões de drogas

A cada semana cresce o número de notícias de apreensões de drogas na cidade. Na primeira página deste jornal e na página destinada às ocorrências policiais a quantidade impressiona toda semana. A Polícia e a Guarda Civil Municipal não se cansam de apreender os entorpecentes e prender os traficantes, mas é como enxugar gelo.


BOCA-DE-SIRI


Bagunçando o coreto


Quando o prefeito Pilzio Nunciatto Di Lelli construiu o coreto em frente à matriz de Monte Serrat, em 1987, não imaginou que ao invés de concertos pelas bandas da cidade ele fosse utilizado como moradia de desabrigados. A música deu lugar aos roncos dos que dormiam no local (eles foram retirados nesta semana), que literalmente bagunçaram o coreto com a implantação de um Programa tipo Minha Casa Minha Vida, próprio e sem similar no mundo.


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