REPETECO
Vai uma cervejinha?
Embora eu não seja um especialista no assunto, pois consumo cerveja exclusivamente aos sábados e domingos, sem sentir falta dela no resto da semana, vou falar hoje sobre cerveja. Um dos países de maior consumo de cerveja é a Alemanha e lá, durante a Copa do Mundo de 2006, vimos e ouvimos muitas histórias sobre essa bebida fermentada, que tem entre seus grandes consumidores os alemães. Muitos brasileiros constataram, durante a Copa de 2006, que eles não têm hora para consumi-la, inclusive naquelas canecas enormes de 1 litro.
O brasileiro sempre gostou de cerveja, desde os tempos da “Faixa Azul”, da Antarctica, com quem tive os primeiros contatos, ainda criança, não consumindo o líquido dourado e espumante, mas me interessando pela tabela do Campeonato Paulista, que era distribuída nos campos de futebol da cidade, patrocinada por ela. Adulto, além do meu contato semanal, tive o privilégio de consumi-la em seu principal evento mundial, o Oktoberfest, em Munique, meio acidentalmente, em 1997 (qualquer hora conto essa história).
Mas em Salto também se fabricava (ou engarrafava) cerveja, da clara e da escura. Lembro-me especificamente que a fábrica de bebidas dos Lenzi (meus parentes longínquos) distribuía uma cerveja de rótulo vermelho chamada “Vienense”, procedente do sul do país, que abastecia a população, juntamente com as marcas já famosas da época (Brahma e Antarctica). Também fabricava (ou engarrafava) a cerveja preta “Carajás”, do tipo da Caracu, que foi muito bem aceita durante vários anos na cidade.
Após o fechamento dessa fábrica de bebidas, tivemos aqui vários depósitos, como o da Antarctica, do Mário “Cebolinha”, que viveu momentos de euforia, numa época em que a cerveja era raridade e que só se conseguia comprar sendo muito amigo do Mário ou fazendo “compra casada”: 1 caixa de cerveja e 1 de refrigerante. Nessa época, como não se encontrava as duas marcas famosas, apareceram as cervejas “Pérola” e “Malta”, dentre outras, que depois sumiram do mercado.
Esta crônica não tem a pretensão de divulgar o produto ou exaltar suas qualidades. Antes que alguém tire conclusões precipitadas, é bom que se esclareça e se peça para os que estiverem lendo esta crônica que a consumam com moderação. Mesmo porque este trabalho está sem gosto e sem gelo e tem como única serventia a de lembrar que uma cervejinha vai bem em qualquer ocasião.
(Livro “Vagueando”, de 2010)