OPNIÃO
Quase toda a cidade sem água
Pode-se prescindir de muita coisa, mas da água e da energia não. São indispensáveis para nosso conforto, subsistência e também para nossa própria vida, pois ninguém vive sem água e a falta de energia pode proporcionar problemas muito sérios. No final da semana passada uma grande parte da cidade sofreu com a falta d’água, causada, coincidentemente, por dois problemas que atingiram os principais mananciais saltenses, o do Ribeirão Piraí e o do Córrego do Buru.
Logo se soube que a causa envolvendo o Piraí se deveu a um acidente ocorrido com um dos canos, que traz água da barragem para a ETA, que se rompeu. Pelo fato desse cano estar localizado no meio de um pântano, de difícil acesso, as providências por parte dos funcionários do SAAE atrasaram, mas eles se empenharam ao máximo para resolver o problema com a maior brevidade possível. Já o caso do Buru aconteceu porque nas obras de duplicação da ponte sobre esse córrego, foi rompida acidentalmente a tubulação, o que causou falta d’água em bairros e condomínios próximos.
Os dois problemas foram aos poucos sendo solucionados e no início da semana tudo já estava resolvido. No entanto, quem sofreu com a falta d’água em um ou mais dias, não tendo conhecimento das reais razões da suspensão do fornecimento, reclamaram bastante. O SAAE fez o que foi possível, mandando caminhões-pipa para abastecer residências do bairro.
Na Câmara, como não poderia deixar de ser, os vereadores da oposição “deitaram e rolaram” nas críticas ao SAAE e ao Executivo, alegando que se o acidente no Piraí aconteceu foi porque houve falta de manutenção dos canos, agravada pelo fato de terem sido instaladas bombas novas, que contribuíram para o rompimento do cano. Também afastaram a hipótese do problema ter sido causado pela CPFL, como o SAAE e a Prefeitura alegaram, justificativa que julgaram mentirosa. Os vereadores da situação se revoltaram com as críticas, mas de nada adiantou: a oposição aproveita qualquer fato para dar sua versão aos fatos, sempre contra a administração, mesmo que não tenha os devidos conhecimentos.
Na última quinta-feira ficou demonstrado que as críticas, no que se refere à culpa da CPFL, não se justificavam, pois a própria concessionária reconheceu que existem falhas na energia entregue ao Piraí e que isso aconteceu no problema ocorrido na quinta-feira passada (3/10). Essa falha ocasionou o rompimento do cano e a suspensão do abastecimento de água à população. Quanto ao acidente com o cano, ele teria ocorrido porque, com a interrupção no fornecimento de energia, quando ela volta, a pressão é grande e os canos se rompem. O problema, nesse caso, não seria a falta de manutenção alegada pelos vereadores.
É importante e necessária que haja uma oposição e que os vereadores não se limitem a dizer “amém” a todas as propostas do Executivo. No entanto, é necessário também agir com responsabilidade, pois acusações infundadas podem desmerecer o trabalho dos vereadores que “não leem a mesma cartilha” do Executivo, os quais acabam perdendo a credibilidade ao fazer críticas de afogadinho e sem a devida justificativa.
CÁ ENTRE NÓS
A CPFL e Salto
Nossa cidade é uma das únicas de toda a região que não cobra a taxa de iluminação dos seus moradores. Quando se tentou implantá-la, a “grita” foi geral e os administradores não levaram avante a ideia. O último fato relacionado a essa possível cobrança aconteceu na administração de Juvenil Cirelli, quando a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) determinou que os municípios passassem a se responsabilizar pela manutenção da rede de energia elétrica. Salto (leia-se prefeito Juvenil) não concordou, pois teria que estabelecer a taxa de iluminação e isso, além de onerar a população, causaria prejuízos políticos. Juvenil entrou com recurso e obteve na Justiça uma liminar que ainda permanece em vigor. Em virtude dessa liminar, o atendimento da concessionária de energia (que já foi Light, Eletropaulo e hoje é a CPFL) não é o mesmo dispensado a outros municípios nos quais eles cuidam de manutenção da rede energética. Nem mesmo a troca de lâmpadas tem sido feitas de imediato, outros serviços, então, demoram bastante e nem sempre são realizados. Veja-se o caso do rompimento do cano do Piraí, no qual ficou provada a culpa da concessionária, o que ela própria admitiu. Outros municípios que cuidam da manutenção, são beneficiados pela CPFL com alguns projetos, como o que era feito em Salto, que distribuía geladeiras a famílias carentes e proporcionava outros benefícios, visando a redução do consumo de energia. Segundo um secretário municipal, se Salto criasse a taxa de iluminação, os consumidores teriam um acréscimo de 4 ou 5 reais em suas contas e os benefícios seriam compensadores para todos e para o próprio município, que teria recursos para fazer uma manutenção que hoje não é realizada corretamente pela concessionária. Como, porém, estamos num ano pré-eleitoral, dificilmente irá se pensar na criação da taxa de iluminação, pois quando se mexe no bolso do povo os prejuízos eleitorais são inevitáveis.
Homenagens em domicílio
São tantas as homenagens prestadas pelos vereadores a pessoas, entidades, grupos empresariais, etc., que não está sendo possível marcar sessões solenes para entregar os certificados, títulos, etc. A entrega está sendo feita em domicílio, como a de pizzas, remédios, etc. A diferença é que não está sendo feita pelos motoboys (talvez um dia isso seja necessário), mas pelos próprios vereadores proponentes, como aconteceu na semana passada, quando Divaldo Garotinho esteve neste jornal para entregar o certificado de de congratulações pelo 55º aniversário do Taperá. Um tanto chateado, ele lamentou que a homenagem tenha sido feita dessa forma aos que ele propôs com a melhor das intenções.
Salto na rabeira
Toda semana temos notícias nas quais Salto aparece com destaque em diversos levantamentos realizados por órgão oficiais e não oficiais e isso é bom. No entanto, quando são divulgados pelo Ministério do Trabalho os números do desemprego nas cidades da região estamos sempre na rabeira, ou seja, sempre atrás (e bem atrás) de Itu e Indaiatuba, as mais próximas. O último levantamento mostrou o município com um saldo negativo de 137 empregos no ano, enquanto Indaiatuba alcançou impressionantes 2.796 positivos e Itu 842. Como explicar isso? Afinal, são três cidades bastante próximas e a diferença das duas com Salto é considerável. Geraldo Garcia precisa tratar como prioridade a criação de empregos, exigindo que a Secretaria responsável realize um trabalho como o que foi realizado na administração de Juvenil Cirelli, quando a situação era muito melhor. Aliás, comenta-se que a secretária da época Eliana Moreira, da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Turismo, que realizou um bom trabalho na atração de empresas para Salto, na administração passada, atua hoje em Capela do Alto e lá também se destaca na função. Será que as coisas mudaram tanto em nossa cidade em tão curto período?
BOCA-DE-SIRI
Roubo autografado
Existem milhares tipos de roubos, mas o ocorrido em Salto, na semana passada, é único na história do Universo. Um ladrão, armado de revólver, exigiu que a vítima, um senhor de 71 anos, entregasse o dinheiro que possuía e seus documentos. Depois pediu-lhe que assinasse seu nome 4 vezes num caderno. Discute-se o porquê dessa atitude: ele quis ter para si uma prova do crime cometido, coleciona assinaturas das vítimas ou gostou do jeitão do idoso?