OPINIÃO
Medidas para resolver a falta d’água
O último final de semana foi o 4º seguido em que aconteceram reclamações pela falta d’água. Foram apenas alguns locais, mas quem ficou sem o líquido “botou a boca no trombone”, pois ninguém aguenta passar por essa situação, mesmo que seja por algumas horas. Antes de qualquer consideração, é preciso que se esclareça que a maior parte das pessoas que ficam sem água são aquelas que não tem caixa d’água em suas residências. A Prefeitura fez uma campanha para fornecer caixas aos consumidores necessitados por um preço baixo e para serem pagas em 10 parcelas e – acreditem – só 4 pessoas aceitaram a oferta. Se todos tivessem caixas d’água em suas residências, o número dos reclamantes certamente seria bem menor.
Bem, mas o assunto é sobre as medidas que a Prefeitura está tomando para resolver as falhas que hoje ocorrem no abastecimento. Ela é a maior interessada em solucionar o problema, pois é sempre o alvo das reclamações, que colocam o Executivo numa difícil situação, além de prejudicar a imagem do prefeito, que é sempre o visado. Nesta semana procuramos saber as medidas que estão sendo tomadas para resolver definitivamente a falta d’água em toda a cidade. Tomamos conhecimento, então, que está sendo implantada uma linha, cujas obras já começaram, ligando a Estação de Tratamento de Água ao Guaraú, através da Rua 24 de Outubro, passando pela Rua Joaquim Nabuco e atingindo a margem esquerda do Tietê (bairros São Pedro/São Paulo, Madre Paulina, Haras Paineiras e Salto de São José). Esses bairros são hoje abastecidos por uma linha que também sai do ETA e vai até o Jurumirim, passando pelo reservatório do Bairro da Estação. Com a nova linha ETA-Guaraú, a linha ETA-Jurumirim será desviada para a região do Santa Cruz-Cecap (Monte Serrat), aumentando o oferecimento de água nos bairros próximos. A Prefeitura espera que, com essa medida, os bairros localizados na margem esquerda do Tietê (São Pedro/São Paulo, Madre Paulina, etc.) serão beneficiados, assim como os bairros da região Santa Cruz-Cecap, que hoje são abastecidos pelo reservatório em frente à Continental. Esta última região tem tido problemas com o abastecimento, mas, com esse reforço de mais uma linha (a atual ETA-Jurumirim), a situação pode melhorar e até causar a solução do problema.
Além dessas medidas, a Prefeitura conseguiu autorização da Caixa Econômica Federal (Programa Avança Cidades) para utilizar também a água do Rio Jundiaí, que a Cetesb já considerou que poderá ser aproveitada, se for captada antes das indústrias localizadas na margem esquerda do rio, em nosso município. Para a construção da captação, estação de tratamento, etc., será necessário contrair um empréstimo de 28 milhões de reais, o que será tratado junto aos vereadores saltenses, pois há necessidade da apresentação e aprovação de um projeto de lei. Há condições do Jundiaí fornecer até 200 litros de água por segundo, metade do que hoje é fornecido pelo Ribeirão Piraí.
É bom saber que o Executivo saltense está cuidando de reforçar o abastecimento de água à população, pois se isso não for feito com a maior urgência, a “grita” vai aumentar e a situação pode se tornar insustentável.
CÁ ENTRE NÓS
Água não falta
Salto, felizmente, está numa situação privilegiada, no que se refere aos mananciais. Até o final da década de 1960 apenas o Córrego Conceição abastecia o município, que contava com uma quantidade bem menor de habitantes. Repetidamente faltava água e, por não ser tratada, não podia ser utilizada in natura, precisando ser filtrada nas residências. Com a inauguração da barragem do Piraí e da Estação de Tratamento do Bela Vista, a situação melhorou bastante, mas chegou um dia em que havia a necessidade de novas fontes de abastecimento. A inauguração da ETA do Córrego do Buru fez com que a situação melhorasse, mas ainda existem falhas que precisam ser corrigidas. Uma coisa é certa: água não falta em Salto. Falta água em algumas ocasiões e em determinados locais, mas não é porque não temos uma quantidade suficiente. Os problemas são causados pela distribuição – que ainda não é suficientemente capaz de atender a todos - e a reservação, pois os reservatórios não são suficientes. A idade dos canos é outro problema, pois alguns foram instalados há cerca de 40 anos e precisam ser substituídos. Se levarmos em conta todos os mananciais, vamos verificar que podemos captar até 800 metros por segundo, 400 de uma quantidade maior do Piraí; 120 do Buru (hoje são necessários apenas 70 litros p/s), que somados aos litros por segundo da Conceição, os 200 l/s que o Jundiaí poderá nos fornecer, atingem um total que nos deixa tranquilos pelo menos nos próximos 40 ou 50 anos. Em resumo: água não falta, é preciso melhorar a captação, distribuição e reservação.
Horários e itinerários
Toda mudança causa questionamentos e reclamações, como a que está se verificando atualmente, no que se refere aos horários e itinerários dos ônibus. Hoje a Prefeitura, evidentemente em consonância com a opinião técnica da Auto Ônibus Nardelli, é a responsável pelas alterações e elas visam – segundo a justificativa – atender melhor a população. Parte de alguns passageiros, principalmente os que residem em novos bairros, serão beneficiados, outros terão que se adequar às novas determinações e por isso não aceitam passivamente as mudanças. Com o tempo, eles deverão ir se adaptando a elas, mas é importante também que suas reclamações cheguem até o Poder Público, que poderá atendê-las, se considerá-las pertinentes. Aos poucos a gente chega lá (pelo menos é o que se espera).
Autuação e fiscalização
Duas notícias preocupantes foram publicadas na edição do último sábado deste jornal: as autuações feitas pelo Procon em empresas da cidade que vendem brinquedos e a constatação de que 20% dos locais que vendem alimentos podem estar irregulares. No que se refere às empresas que comercializam brinquedos, não vamos aqui defendê-las, pois devem obedecer a legislação, comprando e vendendo com nota fiscal. Mas, tem-se que reconhecer também que dificilmente elas têm condição de sobreviver nos dias de hoje pagando todos os impostos que são cobrados sem dó e sem piedade, além de serem excessivamente altos. Essas casas comerciais acabam apelando para os brinquedos chineses, muito mais baratos. Se não fizerem isso certamente não terão condições de sobreviver, mas é um comportamento que não pode prosseguir, pois as consequências serão danosas. Elas têm que encontrar uma alternativa, possibilitando que continuem na ativa, respeitando as leis e oferecendo produtos que não sejam irregulares, obtidos depois de muita pesquisa junto aos fornecedores. Isso pode evitar prejuízos ainda maiores, pois além das medidas corretivas, que podem causar inclusive o fechamento do estabelecimento, correm o risco também de terem que pagar elevadas multas. Quanto aos estabelecimentos que não obedecem às determinações da Vigilância Sanitária, no que se refere, principalmente, à higiene e à limpeza, para estes a única saída é se adequar às exigências e oferecer mercadorias que possam ser consumidas sem o perigo de prejudicar sua saúde e a própria vida.
BOCA-DE-SIRI
Troca poluidora
O saltense estava até sonhando com a inclusão de Salto no Guinness Book como a maior vítima da poluição do mundo, mas arrefeceu seu ânimo quando tomou conhecimento das manchas de óleo que atingiram várias cidades do nordeste brasileiro. Não há termo de comparação entre os dois produtos poluidores, pela quantidade e danos causados, por isso, se alguém imaginava alguma troca, pode esquecer.