OPINIÃO
A principal votação nesta semana em nossa Câmara foi o projeto de lei que altera a estrutura administrativa e o quadro de pessoal do SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgotos e dá outras providências. Na verdade, é um substitutivo ao projeto original, que continha algumas inconstitucionalidades, segundo se alegou, sendo necessário realizar alguns acertos. Nesse aspecto funcionou bem a Assessoria Jurídica da Câmara, que teria apontado a maior parte das irregularidades, a maioria das quais acabaram corrigidas pela municipalidade.
Mas nem todas as alterações reclamadas pela oposição foram aceitas. Os oposicionistas não queriam, por exemplo, que fossem criados cargos comissionados e também argumentaram que as alterações processadas no quadro de pessoal do SAAE não vai mudar a realidade do abastecimento de água na cidade. O primeiro argumento é radical e foge à realidade. Temos cargos comissionados em todos os níveis dos governos federal, estadual e municipal. Inclusive no Senado, Câmara Federal e Assembleias Legislativas. Nestes últimos, sim, ocorrem os exageros, pois cada parlamentar conta com um número excessivo de servidores, muitos dos quais nem chegam a obter os crachás, pois nunca comparecem aos locais de trabalho. São, na maioria dos casos, cabos eleitorais, parentes ou apaniguados de senadores e deputados, que ganham bons salários sem que tenham necessidade de prestar serviços.
Em muitos casos há necessidade de ocupantes dos cargos de confiança, os comissionados. Discordamos, por exemplo, das exigências que o Ministério Público tem feito nos últimos anos, no sentido de que praticamente todos os cargos sejam ocupados por aprovados em concurso público. O governante precisa de pessoas em quem possa confiar. No que se refere a nossa cidade, antigamente o prefeito podia nomear seu motorista, seu assessor jurídico, seu assessor de imprensa e para outros cargos nos quais havia necessidade de alguém de sua confiança, pois, se não o fizesse, poderiam ser criados problemas para ele próprio, tendo em vista as características de um município onde quase todos se conhecem. Nos cargos mais humildes, como o de motorista, aos mais importantes, como o de assessor jurídico, também devem ser escolhidas pessoas de confiança, além de outros assessores, para que não ocorram vazamentos ou tomadas atitudes que podem comprometer o administrador. Não é regra geral, mas nem sempre o nomeado por concurso vai levar em conta a necessidade de agir com a devida correção, podendo até se portar de forma condenável por motivos políticos ou até pessoais. No caso do SAAE é diferente: espera-se que as nomeações dos comissionados não sejam para alguém se beneficiar eleitoralmente ou pela amizade ou parentesco, mas pela capacidade do escolhido, já que se tratam, em sua maioria, de cargos técnicos.
Quanto à afirmação de que a reforma administrativa do SAAE não vai melhorar o abastecimento de água na cidade, é uma alegação típica de oposicionista que, sem argumentos mais consistentes, acaba apelando para uma justificativa sem sentido. É como chamar Jesus de Genésio ou querer misturar alhos com bugalhos, isto é, misturar uma coisa que não tem nada a ver com a outra.
CÁ ENTRE NÓS
11ª Melhor Rodovia
A CNT – Confederação Nacional dos Transportes divulgou, na semana passada, um estudo que selecionou as melhores rodovias do país. Esse estudo levou em consideração o estado geral das rodovias, as condições do pavimento, a sinalização e a geometria das vias. Uma das estradas que servem Salto, a SP-75 – Rodovia Santos Dumont, colocou-se em 11º lugar entre todas do país, o que é uma classificação excelente. Quando ela foi construída, o trecho Sorocaba-Campinas recebeu a denominação de Santos Dumont, mas no decorrer dos anos essa identificação foi fatiada e hoje três dos seus trechos recebem nomes diferentes: Deputado Archimedes Lammoglia, Prefeito Hélio Steffen e Engenheiro Ermênio de Oliveira Penteado. Sem dúvida, a AB Colinas cuida bem dessa rodovia, justificando a colocação obtida. No entanto, se na década de 1970, quando ela foi construída, suas quatro pistas (duas cada lado), com os devidos acostamentos, eram suficientes para o movimento de veículos. Nesses quase 50 anos a quantidade de veículos aumentou extraordinariamente e por isso já se faz necessária a criação de uma terceira pista, em cada um dos sentidos. Há necessidade também de uma maior fiscalização, pois os motoristas usam e abusam da velocidade, o que permite que ocorra uma quantidade elevada de acidentes, ceifando muitas vidas. Duas terceiras pistas e fiscalização maior através de radares, são medidas necessárias e urgentes, para justificar ainda mais a posição de uma estrada que serve diretamente pelo menos 5 importantes municípios: Sorocaba, Itu, Salto, Indaiatuba e Campinas.
Mamografia
A mamografia é um exame que não pode ser deixado pra amanhã, quanto mais para daqui a 4, 5, 6 ou até 7 meses, como está acontecendo em nossa cidade. Este jornal inquiriu a Prefeitura sobre essa demora e a resposta foi que “os casos emergenciais são atendidos em poucos dias e que o tempo médio de espera de casos não urgentes é de 4 meses”. O que são casos emergenciais? No que se refere à mamografia, emergencial é hoje, amanhã. A prevenção tem que ser feita com a maior urgência e não pode esperar providências, como justifica a Prefeitura, só quando se constata o câncer da mama. O município, porém, não é o único culpado: muitas mulheres também o são. Grande número delas não se interessa por fazer o exame e quando a doença é descoberta pode ser tarde. Outras fazem o exame, mas não vão buscá-los, como apuramos numa unidade de saúde. É necessário, pois: a Prefeitura, através da sua Secretaria da Saúde, realizar um mutirão, como o do ano passado e as mulheres levarem mais a sério uma doença que pode lhes custar a vida.
Saltenses nos shoppings
Um levantamento realizado pelo Polo Shopping de Indaiatuba revelou que 10% dos seus clientes são saltenses. Não se tem um levantamento desse tipo no Shopping Plaza, de Itu, mas neste último o número de clientes de Salto deve ser três ou quatro vezes maior. É só dar uma volta no estacionamento do shopping ituano para comprovar isso. O fato de ser mais fácil o acesso ao shopping de Itu, partindo de nossa cidade, além da distância de Salto até suas dependências ser menor, numa comparação com a localização do shopping indaiatubano, justifica-se essa maior quantidade. A pergunta é: será que esse grande número de saltenses que se dirige aos shoppings das duas cidades vizinhas não seria suficiente para manter um shopping em Salto? Muitos reivindicam isso, mas várias pesquisas foram realizadas e nunca se chegou a uma certeza que um centro comercial desses poderia funcionar com êxito em nosso município.
BOCA-DE-SIRI
Dança do famoso
No Faustão tem a Dança dos Famosos, aqui em Salto temos a Dança do Famoso. E quem é o mais famoso da cidade? Evidentemente nosso prefeito Geraldo Garcia, que durante a realização da caminhada do Outubro Rosa, no Pavilhão das Artes, demonstrou mais uma de suas qualidades, a de dançarino. O que ele espera é que não venha a “dançar” na próxima eleição, por isso está dançando (sem aspas) desde já.