OPINIÕES
Por que nosso turismo não está entre os melhores?
Salto é uma estância turística desde 1999, quando o Governo do Estado aprovou o projeto apresentado na Assembleia Legislativa, o qual contou com o apoio de deputados de diversos partidos, inclusive da oposição. Leia-se PT (Partido dos Trabalhadores), representado na época pelo deputado sorocabano, Hamilton Pereira, um amigo de Salto, que conseguiu o apoio de sua bancada e de outros partidos oposicionistas pela aprovação da propositura. Naquele ano nosso município já contava com condições suficientes para se transformar em estância, como nossas belezas naturais (cascata), a pedra moutonnée de 220 milhões de anos, que foram acrescidas do monumento à Padroeira e dos nossos três parques. De 1999 até hoje Salto passou a justificar ainda mais, com a criação do Memorial do Tietê, o Caminho das Esculturas e o Parque de Ilha da Emae. Se conta com tanta atrações, por que nosso turismo não deslancha? Não se pode negar que os governos municipais que se sucederam desde o final da década de 1990 até hoje fizeram algumas tentativas para atrair turistas. A situação tem melhorado, mas ainda não é suficiente para justificar a criação da estância turística. Temos recebido turistas comuns (pessoas ou famílias que vêm com seus veículos para nossa cidade), grupos da terceira idade e estudantes de estabelecimentos de ensino da região, mas esse número ainda é inferior, por exemplo, ao volume de turistas que visita Itu, cidade que conta com um número de pontos turísticos inferior aos de nosso município, mas que mesmo assim atraem muita gente. A situação atual do turismo saltense não o capacitou para ser um dos 70 melhores destinos turísticos do Estado de São Paulo, apontados na semana passada no Prêmio Top, apresentado pelo Governo do Estado. As duas cidades vizinhas, Itu e Indaiatuba, conseguiram ser incluídas, a primeira por ser considerado o principal destino religioso do Estado e Indaiatuba, surpreendentemente, pelo seus parques temáticos. Dá até pra aceitar a colocação de Itu, embora – reconheça-se – seu forte não é o destino religioso. Mas Indaiatuba ser apontado pelos seus parques, enquanto Salto possui nada menos que quatro de grande interesse, nos parece uma injustiça. Infelizmente, até hoje nossa cidade não conseguiu convencer moradores do Estado a virem nos visitar em grande número, através de uma quantidade maior de excursões rodoviárias ou passeios utilizando veículos particulares. Nossa esperança é o Trem Republicano, que deveria ter começado a funcionar no mês de novembro último, como previu o prefeito Geraldo Garcia. Quando ele passar a percorrer os trilhos ligando Salto a Itu, certamente vamos ter mais gente visitando nosso município, mas não se tem uma previsão de que isso ocorrerá em breve. Enquanto isso, continuaremos sendo uma estância turística, na qual o número de turistas não justifica a denominação.
CÁ ENTRE NÓS
COLOCAÇÃO DE PLACAS A Prefeitura está anunciando que serão colocadas cerca de 2.300 placas em vias e logradouros públicos do município. A medida é necessária, pois hoje, mesmo transitando pelo centro, verifica-se que nem todas as vias são identificadas com placas que deveriam ser instaladas em todos os cruzamentos. Nos bairros, então, a situação é muito pior. Existem alguns onde nenhuma placa existe, o que leva os moradores a improvisar, identificando-as de maneira rústica para colaborar com quem tem necessidade de encontrar o que procura. Quando Salto contava com poucas ruas, a Prefeitura colocou placas na cidade toda, algumas das quais ainda existem; em governos posteriores houve diversas tentativas, uma delas patrocinada pela Droga Leão, mas o crescimento da cidade e até mesmo a destruição das placas por vândalos, tornaram necessária uma medida que atinja toda a cidade, o que deve agora acontecer. Inclusive, existe uma lei municipal que exige que, além do nome da via, praça, etc., seja informado o porquê da denominação. Por exemplo: Getúlio Vargas (em letras maiores) – Presidente da República (em letras menores). Isso é bom, pois vai informar aos moradores sobre a figura homenageada. COMPRE EM SALTO É muito comum, nos finais de ano, as pessoas residentes na cidade se dirigirem a outros centros de compra, na capital ou em cidades vizinhas, como Campinas e Sorocaba. A maioria dirige-se aos shoppings, que ficam lotados nessa época e por isso os que para eles se dirigem têm dificuldades para encontrar local para estacionar, pagam pelo estacionamento e ainda compram mercadorias cujos preços são iguais ou até superiores aos encontrados em Salto. Nosso comércio, apesar da crise pela qual tem passado neste ano, é bem desenvolvido e aqui pode-se encontrar praticamente tudo que necessitamos. Por isso, para o bem do município e para o bem dos consumidores locais, pois o imposto reverte para eles próprios, é bom comprar em sua cidade. Além de ser muito mais tranquilo, em certos aspectos é até muito mais vantajoso.
GOLPES CONTINUAM Semanalmente lê-se neste jornal que espertinhos aplicam os mais diversos tipos de golpes contra pessoas que não tomam os devidos cuidados, acreditam em histórias inverossímeis ou tomam prejuízos em virtude de sua inocência, por acreditar em quem não merece atenção. Como este jornal publicou, o último tipo de golpe aplicado na cidade é através de mensagens no WhatsApp, que proporcionam quantias consideráveis para os malandros. A atenção deve ser redobrada quando se vai a uma agência bancária utilizar os caixas eletrônicos, quando se é abordado na rua por pessoas desconhecidas e agora também quando se recebe mensagens com pedidos de fornecimento de importâncias em dinheiro. Todo cuidado é pouco.
PRAÇA VAZIA Enquanto a Praça XV de Novembro está feericamente iluminada, com motivos natalinos e tudo o mais, nossa principal praça, a Dr. Archimedes Lammoglia, continua deserta e triste neste final de ano. Não só nesta época, quando ali poderiam ser colocados alguns enfeites natalinos, mas também em todos os finais de semana deveríamos ter alguma atividade nessa praça.Isso é praticamente impossível durante o dia, principalmente, quando não há como se abrigar do sol na maior parte da praça, mas apenas no Jardim Municipal, ao lado. O turista que chega ali talvez fique a perguntar se estaria mesmo numa estância turística, se nem no centro da cidade lhe é oferecida alguma atração. Antigamente, na época da Concha Acústica, durante a semana à noite e nos finais de semana, funcionava um serviço de alto-falantes que pelo menos denotava a intenção de entreter quem por ali passava ou permanecia alguns momentos. Hoje nem isso mais existe.
BOCA-DE-SIRI
Saco vazio não para em pé
Papai Noel chegou em Salto no final da semana passado com o saco cheio de presentes e de pedidos dos mais absurdos. Enquanto isso, a maioria das pessoas está com o saco vazio, apesar da liberação dos 500 reais do FGTS e do pagamento do 13º salário. Mas a economia está mudando, o PIB cresceu 0,6% e está todo mundo vibrando, achando que 2020 vai ser um ano maravilhoso. Isso se o saco vazio parar em pé até lá.