QUEM FOI QUEM
Octávio da Rós, comerciante que participava ativamente da vida da cidade
Octávio da Rós era saltense nato, um dos dois filhos do casal João da Rós e Maria Piria. Nascido em 19 de novembro de 1907, desde menino trabalhava com o pai num armazém localizado na esquina da Rua Floriano Peixoto com a José Galvão. Quando fez 16 anos de idade, seu pai passou o estabelecimento para seu nome e ele procurou inovar, pois no “Armazém São João” era grande a variedade de produtos vendidos: secos e molhados (como se dizia para os alimentos e bebidas comercializados), ferragens, ferramentas, bebidas finas e até pregos, que ainda eram importados.
Com alguns companheiros, fazia compras em São Paulo para revender em seu armazém e encontrava problemas para adquirir algumas mercadorias que faltavam, principalmente durante a 2ª Guerra (década de 1940). Como a população tinha dificuldades para adquirir produtos alimentícios, ele abria os pacotes de arroz, feijão, macarrão, café, etc., para atender os que só podiam comprar quantidades menores que um quilo. Era o tempo das cadernetas, onde se anotava os produtos adquiridos e geralmente no dia 10 (quando saía o pagamento nas indústrias locais) era saldado o débito, recebendo os fregueses que cumpriam seu compromisso um brinde, como pacotes de bala ou biscoito e até mais valiosos, como panelas, talheres, jarras para água, etc. Quando não havia agências bancárias na cidade, Octávio se tornou representante do Banco do Brasil, atendendo as pessoas até altas horas da noite numa sala de sua casa, onde fazia os depósitos, saques e o pagamentos das contas dos que o procuravam. Em certa época comprou um terreno no Jardim Itaguassu, ao lado do Bairro da Estação, onde plantava frutas e verduras que vendida aos interessados, chegando a plantar eucalíptos que eram adquiridos pela Eucatex, quando a indústria se instalou na cidade (início da década de 1950). Essa área de terra foi vendida na década de 1970 (governo Josias Costa Pinto) para a Nord, que ali instalou sua fábrica.
Ele atuou na política saltense e inclusive foi eleito vereador, em 1947, pelo PDC, fazendo parte da primeira Câmara de Vereadores, após a redemocratização do país ocorrida nesse ano.
Vida social – Octávio participava da vida social da cidade e o fazia de forma amigável e simpática, levando sua alegria a vários clubes e entidades. Em certa ocasião, por exemplo, fundou um clube de futebol denominado “Ponte Caída Futebol Clube”, em “homenagem” à ponte sobre o Rio Jundiaí, que havia caído. Ele fez parte do Clube de Regatas Estudantes Saltenses, da primeira diretoria do Clube dos Trabalhadores Saltenses; foi também membro do Rotary Club de Salto e entusiasta pelos Veteranos Saltenses. Gostava de jogar bochas e aplicava também seu bom humor nas disputas ocorridas em diversas canchas da cidade. Certa feita adotou um procedimento divertido: formando dupla com o então prefeito Tita Ferrari, tornou-se campeão e “brindou” os colocados em 2º e 3º lugares com chupetas, como prêmio de consolação.
Vida pessoal – Octávio casou-se com Hermínia Rigolin em 18 de setembro de 1928, tendo o casal 3 filhos: Vilmera, Terezinha e João. Ele faleceu aos 78 anos de idade, em 7 de outubro de 1985.