OPINIÃO
Como se comportou o legislativo saltense em 2019
O Legislativo saltense entrou em recesso no dia 15 deste mês, completando o 3º ano da atual legislatura, iniciada em janeiro de 2017. Em virtude da redução do número de jornalistas neste jornal, por causa da crise que atinge os órgãos de imprensa, temos nos incumbido de acompanhar as sessões, através das gravações pela internet, por isso nos julgamos em condições de fazer uma análise geral sobre a atuação dos vereadores em plenário. Também tomamos conhecimento das proposituras que apresentam, pois a Assessoria de Imprensa da Casa de leis as divulga através de releases, o que aumenta nosso conhecimento. De uma maneira geral, pode-se dizer que infelizmente não contamos com uma Câmara merecedora de maiores encômios, por sua conduta legislativa. Isso, aliás, não é novidade. Acompanhamos como jornalista os seus trabalhos desde o final da década de 1950 e até meados da década de 1990 comparecendo às sessões realizadas, divulgando o que nela acontecia em nossas edições. Nunca tivemos um Legislativo merecedor de nota 10 por sua atuação. Aliás, na maioria dos anos, as notas não passaram de 5, no cômputo geral. Individualmente tivemos alguns vereadores que marcaram presença pela sua assiduidade (numa época em que a função não era remunerada), pelas importantes proposituras que apresentaram, pelos admiráveis pronunciamentos que fizeram e pelo procedimento ético como representantes do povo saltense. Poderíamos citar vários nomes, mas não o fazemos para não cometermos injustiça, pois poderíamos deixar de citar alguns que merecem destaque. Porém seus nomes ficaram gravados nos anais da Câmara, embora isso não represente muito nos dias que seguem, quando fatos pretéritos não são relembrados. Neste 2019 que dá seus últimos suspiros, nossa Câmara esteve bem mais para ruim do que para boa. Dos 17 não houve um vereador que se sobressaísse, mas não podemos deixar de destacar o papel representado pela oposição ao prefeito Geraldo Garcia. O trabalho que ela realizou foi muito útil para o município e até para o chefe do Executivo, pois este teve a oportunidade de conhecer e às vezes até acatar as críticas com fundamento que lhe foram feitas. Houve muitas, mas, por outro lado, é preciso lamentar que alguns oposicionistas exageraram em várias ocasiões, agindo mais politicamente e partindo até para o ataque pessoal, o que não se admite num legislador consciente e com bom senso. Os vereadores da situação, por outro lado, tiveram uma conduta opaca, se omitindo em muitas vezes no que seria sua obrigação: a defesa do prefeito. Somente em poucas delas, dois ou três dos seus integrantes tiveram a oportunidade de responder. Não o fizeram, porque não têm as qualidades oratórias necessárias e certamente também porque não foram devidamente orientados pelo Executivo. Os prejuízos ao prefeito Geraldo não foram maiores porque, apesar de toda a ação ofensiva da oposição, o que acabou prevalecendo foi a votação das proposições, na grande maioria das vezes benéfica a Geraldo Garcia. A situação tende a não se modificar em 2020. A oposição certamente continuará sendo agressiva, talvez muito mais pela aproximação das eleições de outubro, e a situação continuará fazendo o mínimo no apoio ao chefe do Executivo. Ou seja: não haverá nada de novo no cenário político local.
CÁ ENTRE NÓS
Títulos e medalhas Uma das atribuições da Câmara é homenagear pessoas que se destacaram em algum setor ou fizeram algo de útil pela cidade. Durante muitos anos elas foram reconhecidas, com a entrega de títulos de Cidadão Saltense, para os que não nasceram na cidade, ou Cidadão Emérito para os saltenses natos. Em 1999 o vereador Jades Martins de Mello propôs a criação da Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, destinada a homenagear os que muito fizeram por Salto e os três primeiros foram Vilmar Evangelista Faria, que colaborou para que Salto conseguisse o Instituto Federal (atual IFSP), o presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Walter Feldmann e a família Dalla Vecchia, na pessoa do seu patriarca, Remígio Dalla Vecchia. Foram três escolhas julgadas justíssimas na época e somente 5 anos depois, em 2004, foram concedidas mais duas Medalhas: para o historiador Ettore Liberalesso e para este colunista. Quer dizer: 5 Medalhas Moutonnée em 5 anos e 15 de uma só vez na semana passada. Nos últimos anos tem havido uma “enxurrada” de entregas da Medalha Moutonnée, o que levou, inclusive, Ettore a propor em certa ocasião que devolvêssemos as que tínhamos recebido, com o que não concordei, para não causar constrangimentos.
Muitas entregas De 2004 para cá muitas foram as entregas da Medalha Moutonnée de Honra ao Mérito, algumas das quais foram questionadas, outras aprovadas. Na semana passada a Câmara de Salto entregou mais 15 de uma “tacada” só, número nunca alcançado anteriormente, sem contar os 8 títulos de Cidadão Saltense. Quer dizer: nossos edis partiram para o exagero. Não questionamos os que foram beneficiados, pois todos eles fizeram alguma ou muita coisa para merecer a honraria. Questionamos a quantidade, pois beneficiando muitas pessoas ao mesmo tempo, a importância é menor e dá a impressão de que está havendo uma distribuição à mancheias. Os próprios beneficiados poderão sentir que seu trabalho não está sendo devidamente ressaltado, pois a entrega para uma quantidade menor de pessoas iria valorizar ainda mais suas escolhas. Se o procedimento dos nossos vereadores continuar assim no ano próximo, quando haverá eleições, teremos mais uma “enxurrada” de homenagens pra agradar às famílias dos beneficiados e isso não fica bem, pois “quando a esmola é demais, o santo desconfia”, sem querer equiparar a entrega de títulos e medalhas às esmolas.
Gente que faz Nos dias que antecedem o Natal muitos pensam em si próprios, na família ou nos parentes mais chegados. A preocupação geral é sobre os presentes que serão adquiridos, o que comerão no almoço do dia 25, enquanto os mais abonados pensam para onde irão viajar neste final de ano. Mas nem todos agem assim. A quantidade dos que pensam no próximo, felizmente é grande, embora não seja suficiente para resolver os problemas daqueles que não têm condições de comprar um presente para os filhos ou netos; daqueles que sabem que o almoço do dia de Natal não fugirá muito à regra, pois faltam condições para comprar algo diferente e daqueles que gostariam até que não tivesse Natal, porque não vão poder comemorar a data como gostariam. Os que pensam nos mais necessitados nesta época do ano fazem parte de entidades que redobram seus esforços para conseguir oferecer algo ainda melhor do que oferece o ano todo. Eles participam também de grupos de pessoas que se satisfazem levando alegria para lares onde Papai Noel não chega. Ou então reúnem familiares e amigos para arrecadar brinquedos destinados às crianças que não teriam um dia de felicidade não fosse através dessas ações que acontecem em vários pontos da cidade. Infelizmente nem todos os meninos e meninas que sonham com um Natal diferente são atingidos por esse trabalho executado voluntariamente. Por isso, se cada um de nós fizesse um esforço e procurasse levar alegria a pelo menos uma família carente, conseguiríamos fazer sorrir aqueles que durante o ano todo só tem motivos para se instristecer.
BOCA DE SIRI
Próximo desempregado
A partir do próximo dia 26 vamos ter mais um desempregado em Salto, juntando-se às centenas que aguardam colocação em algumaempresa. Trata-se do Papai Noel, que está sendo muito paparicado nestes dias, mas, quando o Natal passar, só irão se lembrar dele em dezembro de 2020. Até lá tem alguém interessado num bom velhinho que usa a rena como meio de transporte? Se não tiver, aí sim ele ficará de saco cheio.