OPINIÕES
As filas da semana passada
Houve quem interpretasse como uma crítica a publicação que este jornal fez no último sábado sobre duas filas que se formaram na semana passada. Realmente, enfrentar fila é um sacrifício que se faz quando a necessidade é grande e foi isso o que aconteceu. As duas, apesar de lamentáveis à primeira vista, foram para necessidades diversas, sendo que uma delas pode ser considerada uma “fila do bem”, pois tinha objetivo nobre: atraiu um grande número de pessoas interessadas em se inscrever visando conseguir um emprego na empresa terceirizada que passará a atuar nas escolas municipais, depois de ter vencido a respectiva licitação. Numa época difícil como esta pela qual passamos, não se pode perder a oportunidade, por isso tem-se que fazer um sacrifício agora para colher os frutos depois. Felizmente, os que exercem as funções atualmente e que são servidores municipais, não perderão o emprego, pois serão transferidos para outros serviços, conforme a Prefeitura já anunciou.
A outra fila teve um outro objetivo que não foi tão nobre como o da primeira, mas pode ter sua utilidade: ela foi realizada para permitir que as mães se candidatassem para fazer parte da lista de espera visando conseguir um lugar nas creches do município. Pode-se dizer que é uma lista para entrar na lista. Mais de 1.000 crianças aguardam o surgimento de vagas na cidade, razão pela qual não se pode bobear quando surge a oportunidade de alcançar uma colocação que tem sido muito difícil, nos últimos anos.
Pode-se imaginar o sofrimento das mães que já tinham um trabalho antes dos seus filhos nascerem e que não têm com quem deixá-los. Algumas têm a sorte de contar com a colaboração de uma familiar, geralmente uma mãe, tia ou prima, mas muitas, principalmente as que não contam com família numerosa na cidade, ficam numa situação difícil, tendo que pagar para alguém cuidar dos seus filhos. A necessidade de abertura de vagas nas creches já teve inclusive a participação da Promotoria de Justiça, que firmou um pacto com a Prefeitura, mas esta não está podendo atender o que foi acordado, pois o número de crianças precisando de creches aumenta sempre.
O que se espera é que surjam benefícios depois que essa fila foi formada, para ter valido a pena o sacrifício, por parte de quem luta por uma vaga na creche, às vezes tendo que aguardar muito tempo para conseguir.
CÁ ENTRE NÓS
Faltou um candidato
No comentário que fizemos no último sábado sobre os prováveis candidatos a prefeito de Salto faltou um nome: o do dr. Ângelo Domingos Nucci, um médico que há várias eleições vem tentando se eleger para a chefia do Executivo. É que seu nome vinha sendo ventilado para ser candidato a vice, segundo informações que obtivemos de uma pessoa de suas relações, tendo conversado com os possíveis candidatos Laerte Sonsin e Edemilson dos Santos. O dr. Ângelo, porém, não teria aceitado ser vice e pretende candidatar-se para o cargo de prefeito, pelo qual teve boas votações nos pleitos realizados nos anos 2000, 2004 e 2008, quando foi 2º colocado três vezes. Sem contar as boas votações que teve para deputado federal e estadual. É, portanto, um nome que não pode ser ignorado, mesmo porque, segundo se afirma, tem aparecido bem em pesquisas realizadas na cidade.
Reclamações
Outro assunto tratado na capa da edição do último sábado deste jornal foi sobre o surgimento das primeiras reclamações contra o novo gestor do Hospital Municipal, o Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH). Taperá recebeu diversas reclamações, de funcionários e de pacientes, por isso mais uma vez não se omitiu, pois nossa obrigação é defender a comunidade e apontar os possíveis erros, para que possam ser corrigidos. Nesse caso específico, fizemos questão de dar destaque às reclamações, para que o IBDAH saiba que precisa adotar em Salto o mesmo atendimento de alto padrão que oferece em seus hospitais da Bahia. Demos à empresa a oportunidade de responder, dando sua versão para os fatos, mas ela não se manifestou até o fechamento da nossa última edição. Nesta semana, no entanto, ela entrou em contato com este jornal e explicou que o problema maior é a demorada obtenção do CNPJ, cuja falta tem impedido que faça pagamentos e adote outros procedimentos para normalizar a situação. É uma explicação plausível, que acatamos, esperando que a normalização ocorra o mais rapidamente possível. Estaremos vigilantes para cobrar e para elogiar, conforme o caso.
Moradores de rua
- “É um absurdo o que está acontecendo com os moradores de rua de nossa cidade. Eles foram retirados do coreto da praça fronteiriça à matriz, mas levaram o problema para outros dois locais: Praça XV e Rodoviária. Reconhecemos que é um problema difícil de resolver, mas alguma medida tem que ser tomada, principalmente em relação à Praça XV, onde tomaram o lugar dos idosos que jogam truco.
Filas: ignorância
Como não costumamos acessar as redes sociais, um jornalista trouxe ao nosso conhecimento nesta semana que o vereador Cícero Landim fez uma postagem no Facebook gozando deste jornal por ter publicado uma notícia equivocada sobre as filas que se formaram na semana passada. Afirmou que publicamos sábado sobre duas filas que se formaram em frente ao CEC, mas na realidade eram três, pois havia também a foto da “fila” no Pronto Socorro. Não teríamos levado em conta se a crítica tivesse partido de outra pessoa, mas no caso do vereador Cícero, não é a primeira vez que ele demonstra sua antipatia por este jornal, pois em outras demonstrou ser mal agradecido quando fomos portadores de perguntas feitas por ele na Câmara ao chefe do Executivo, além de não citar o nome deste jornal, chamando-o sempre de “determinado jornal” (o que nos levou em certa ocasião a chamá-lo de “determinado vereador”, omitindo seu nome). A afirmação que fez revela sua ignorância no que se refere ao significado das filas. Para seu conhecimento, explicamos que “fila é o alinhamento de uma série de indivíduos ou objetos em sequência, de modo que um esteja imediatamente ATRÁS do outro”. Portanto, vereador, havia realmente duas filas, como publicamos. E a foto colhida no Pronto Socorro lotado, mostra pessoas sentadas, não se tratando de fila. Aliás, a própria manchete foi bem esclarecedora, não dando motivo para interpretações diferentes. A não ser para quem tem outros objetivos, menos o de procurar corrigir com argumentos corretos.
BOCA-DE-SIRI
“Pescando” no caixa eletrônico
Na semana passada, como este jornal publicou, foram “pescados” dois envelopes de depósito numa agência bancária da cidade, num total de R$ 10,1 mil. Os ladrões “pescadores” são especialistas nesse tipo de “pesca” e não precisam nem utilizar minhocas para fisgar o dinheiro. Eles só não sabem quanto vão conseguir na “pescaria”: pode ser um dourado ou um lambari.