QUEM FOI QUEM
Onofre de Ângelo, alfaiate que teve atuação na área da Saúde saltense
O fato de ter perdido a perna aos 13 anos de idade, quando brincava na chuva no Sítio Conceição, que era propriedade de sua família, causando a osteomalite que provocou a amputação, Onofre de Ângelo não se abateu e teve uma vida ativa, participando das tarefas comuns a uma pessoa normal.
Esse sítio de 14 alqueires, foi adquirido pelo avô de Onofre, Antônio de Ângelo, que tinha 6 filhos, alguns nascidos na Itália, outros no Brasil, dentre eles Francisco, que substituiu o pai, quando do seu falecimento, em 1933. Onofre viveu sua infância e a adolescência nesse sítio, desde seu nascimento, em 16 de fevereiro de 1931 até a venda da propriedade, em 1952. Nesse sítio existiam muitas pedras, dentre elas a conhecida como Rocha Moutonnée, de 220 milhões de anos, que, como as demais, foi recortada durante anos por arrendatários, que não conheciam o seu valor geológico. Quando isso ocorreu, Francisco impediu que ela continuasse sendo dilapidada, cercando-a com arame.
Onofre brincava sobre essa pedra de importância geológica, inclusive inventando um “tobogã” com 5 metros, sobre sua parte carneirada, antes de ser recortada. Conhecia todas as partes da propriedade, pois a percorria diariamente, até o dia em que ela foi vendida ao dr. Luiz Bicudo Júnior, o que motivou a transferência da família para a cidade.
Onofre então ingressou no curso primário no Grupo Escolar (atual Escola) Tancredo do Amaral, após o que cursou o ginasial e o curso de Contabilidade na Escola Junqueira Ortiz, de Itu. A seguir fez os cursos rápidos de Parapsicologia, Aprendizado Comercial e de Legislação.
Depois de ter trabalhado quase 20 anos como alfaiate (de 1946 a 1965), Onofre ingressou na área da Saúde, inicialmente como escriturário do Hospital Francisco Ribeiro Arantes, de Pirapitingui, onde permaneceu de 1965 a 1980, quando se aposentou. De escriturário foi ocupando cargos mais elevados e chegou a diretor de Serviços Técnicos Administrativos nesse hospital, por 10 anos (1070 a 1980). Nessa época ele já tinha realizado cursos como o de Administração Hospitalar na USP, São Paulo, tendo participado ainda de diversos eventos no setor de Saúde, como na 4ª Jornada Paulista de Administração Hospitalar, no Congresso Nacional de Hospitais, em Salvador, Bahia e outros.
Onofre participava ativamente da vida da cidade, demonstrando ser um cidadão interessado no progresso da terra onde nasceu e no bem estar dos seus cidadãos.
No Hospital Municipal - Onofre teve a oportunidade de demonstrar seus conhecimentos na área da Saúde saltense, quando, de 1989 a 1990, prestou serviços, praticamente sem remuneração, no Hospital Municipal. Quando ele e os demais diretores assumiram, a casa de saúde tinha muitos problemas, cabendo a ele resolver alguns, como deixar o almoxarifado bem abastecido; adquiriu 1.500 metros de tecidos para o centro cirúrgico; responsabilizou-se pela reforma da lavanderia, cujas máquinas estavam em péssimas condições; recuperou a cozinha e determinou a revisão de todas as instalações do centro cirúrgico, adquirindo também uma máquina de costura para a confecção de lençóis.
Família – Onofre era filho de Maria Marron e Francisco de Ângelo e tinha duas irmãs: Maria Rosa e Rosa (Zita). Era casado com Ana Ferraz (enlace realizado em 31 de dezembro de 1964), com quem teve 3 filhos: o engenheiro eletro-eletrônico Luiz Cláudio, a professora Cibele Maria e Silmara.