OPINIÃO
A grande quantidade de multas
A revelação de que foram aplicadas 21.235 multas em Salto no ano de 2019 surpreendeu muita gente. Esse número representa quase 25% do número de veículos registrados na cidade, mas pode ser muito maior se levarmos em conta que o levantamento baseou-se apenas nas penalidades aplicadas pela Guarda Civil Municipal e pelo Departamento de Trânsito. É que a Polícia Militar também multa, o que aumenta o total divulgado (a PM aplicou 3.399 multas no ano passado). Apenas no que se refere às multas da GCM e do Departamento de Trânsito, verifica-se que as 21.235 equivalem a 58 multas por dia nos 365 dias do ano ou a mais de 2 multas por hora. É uma quantidade muito grande, que enseja uma análise cuidadosa.
Os números oficiais apontam ainda que a maioria das multas foram aplicadas em condutores de veículos que principalmente não respeitaram o sinal vermelho dos semáforos, estacionaram em locais proibidos ou dirigiram utilizando o telefone celular. Além dessas infrações, sabe-se também que foram punidos, numa quantidade menor, os que desenvolveram alta velocidade e os que trafegaram na contramão. Nota-se que estas duas últimas infrações têm aumentado consideravelmente na cidade, a alta velocidade no período noturno ou nas madrugadas, quando poucos veículos circulam e o tráfego na contramão verifica-se quase sempre em vias públicas afastadas do centro.
A quantidade de semáforos que existe em Salto é muito maior do que seria de se desejar. Na 9 de Julho, por exemplo, existem semáforos em mais da metade dos cruzamentos, o que ocorre também em outros pontos da cidade, cujos semáforos poderiam ser substituídos por outros redutores de velocidade ou para ordenar melhor o trânsito. Isso não justifica a desobediência do sinal vermelho, que ocorre principalmente quando o motorista acha que dá tempo de passar quando a luz amarela acende e acaba cometendo a infração.
No que se refere ao estacionamento em lugar proibido, isso acontece notadamente quando o motorista para nesse local, sob a argumentação de que “vou até ali e já volto” e acaba permanecendo um tempo que enseja a aplicação da multa. Parar em vaga de deficiente ou de idoso, que também é comum, é outro procedimento não permitido e causa de uma boa porcentagem das multas aplicadas. No caso dos deficientes a multa deveria ser bem maior.
Por último, falar ao celular enquanto dirige é uma atitude proibida por ser muito perigosa para o motorista e para os pedestres que podem ser atingidos quando uma ação como essa é adotada. Muitos acham que atender uma ligação no celular, passar ou receber uma mensagem pelo WhatsApp, é algo que não vai causar problema algum, mas sabe-se que muitos acidentes acontecem exatamente pela pouca importância que se dá a uma atitude desse tipo.
Embora às vezes ocorra alguma aplicação de multa injusta, a maioria delas é procedente e deve servir para que os condutores de veículos (que cometem muitos abusos) se conscientizem que é preciso, no trânsito, agir sempre com prudência, respeitando a sinalização, pois só assim estarão livres de alguma punição, além de não correr o risco de sofrer danos físicos, pois os materiais quase sempre são inevitáveis.
CÁ ENTRE NÓS
Conversa com o presidente
Na conversa que tivemos com o presidente do Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH), dr. José Antonio Rosa, pudemos constatar que se trata de uma pessoa simples, acessível, disposta ao diálogo e interessada em fazer com que sua empresa saia-se bem na empreitada que terá pela frente na gestão do nosso Hospital. Juntamente com o diretor Lucas Chaves, ele procurou demonstrar que o Instituto sabe das dificuldades que encontrará e da disposição em resolver os problemas que surgirem. O Instituto vem para Salto recomendado pelo trabalho que executa em hospitais como o Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, com 184 leitos, sendo 30 de Terapia Intensiva - UTI, atendendo 1,7 milhão de pessoas da região Sul da Bahia); da Unidade Modelo II de Vitória da Conquista (média de 12 mil atendimentos por mês, 24 leitos e capacidade para atender 450 pessoas por dia); Unidade Pernambucana de Atenção Especializada de Abreu e Lima (que beneficia 4 milhões de habitantes de 20 municípios, com diversas especialidades); Hospital Alayde Costa de Salvador (82 leitos para pacientes de longa permanência e 20 leitos de UTI); Hospital Dantas Bião (110 leitos para atendimento de urgência e emergência em regime de 24 horas, em várias especialidades, para uma região de mais de meio milhão de habitantes). O Instituto também tem unidades geridas pelo grupo, como a Associação Obras Sociais Irmã Dulce, com mais de 1.000 leitos e diversos outros hospitais e santas casas, num total de 32 unidades. Como se nota, as credenciais do Instituto são as mais respeitáveis, conforme, aliás, a Comissão de Licitação da Prefeitura de Salto constatou ao analisar as condições técnicas apresentadas. Veremos se no Hospital de Salto a escolha será justificada.
Salto é diferente?
O presidente e o diretor do Instituto já devem ter notado, mas na conversa que com eles tivemos, explicamos que em Salto as coisas podem ser diferentes das que se verificam na Bahia. Lá talvez não sejam como aqui, onde nossa população fica em permanente observação dos serviços prestados e se manifesta quando não recebe bom atendimento. Citamos o caso deste jornal, que se coloca sempre à disposição dos saltenses, registrando suas reclamações, mas dando sempre o direito de resposta ou esclarecimento ao Hospital, assim como faz com todos que são questionados. Tivemos esse procedimento com outros gestores do Hospital e continuaremos tendo com o Instituto. Aliás, na presença do prefeito Geraldo Garcia, dissemos que ele é testemunha de que quando fazemos alguma crítica, o objetivo é corrigir e melhorar o que está sendo oferecido à população, procedimento que é estendido a todos que prestam serviços. Eles entenderam perfeitamente e disseram que farão o possível para que o Instituto cumpra seus objetivos, registrados num folheto que nos foi entregue, no qual consta que o IBDAH tem como meta o empenho, dedicação, transparência, economia, foco, perseverança e competência. É o que todos esperamos.
Péssimo resultado
Diferença entre a admissão e demissão de trabalhadores em Salto no ano passado: 735 postos a menos, pior resultado desde 2002. Se o sinal de alerta da Prefeitura já tinha sido dado antes dessa divulgação, aumentou ainda mais o perigo, pois não se trata de um problema que atinge toda nossa microrregião, formada também por Itu e Indaiatuba. Nesses dois municípios o resultado foi bem diferente: 646 postos de trabalho a mais em Itu e 1.787 em Indaiatuba. Antes de tudo é preciso definir a causa desse péssimo resultado: incompetência da administração em atrair novas empresas ou adoção de medidas que até agora não proporcionaram nenhum resultado positivo? Depois é partir para a recuperação urgente!
BOCA-DE-SIRI
Acabaram os bloquinhos?
Foram tantas as multas aplicadas pela Guarda Civil Municipal e Departamento de Trânsito em 2019 que devem ter acabado aqueles bloquinhos que são usados para registrá-las. Os que são multados ficam p. da vida quando recebem uma multa, mas deveriam pensar antes de cometer a infração. Azar deles, pois mesmo com a fala de bloquinhos podem ser encontradas outras maneiras de multar. Será que já pensaram em utilizar o WhatsApp, por exemplo?