QUEM FOI QUEM
Flavinho, um dos maiores jogadores saltenses em todos os tempos
Flávio Pavanelli, conhecido como Flavinho, brilhou intensamente no esporte saltense, como jogador de futebol. Pode ser colocado entre os 4 ou 5 de maior destaque nesse esporte, em todos os tempos, na cidade. Aliás, brilhou, juntamente com Amadeu Mosca e Paulim Monari, não só no futebol de Salto, mas também no futebol estadual, pois defendeu um clube da 1ª divisão de profissionais, na década de 1950.
Ele nasceu em Salto aos 10 de março de 1930, filho de Francisco Pavanelli e Maria Piotto Pavanelli. Estudou no Colégio (atual Escola) Sagrada Família e na Escola Anota Garibaldi, numa época em que Salto não contava ainda com o curso ginasial.
Até os 15 anos de idade, jogava futebol num dos quintalões da Brasital, mas se transferiu para o juvenil da Associação Atlética Saltense e dali para a equipe profissional foi “um pulo”: em 1947, ainda com 17 anos, despertou a atenção dos dirigentes e foi promovido à equipe profissional. Pela sua facilidade em se adaptar a qualquer posição, atuou em várias delas, acabando por se fixar como médio apoiador, nome que se dava aos que atuavam no meio de campo, em apoio ao ataque. Era um jogador de técnica apurada, um verdadeiro “principe", com um estilo de jogo que “enchia os olhos” dos torcedores. Com isso, despertou o interesse de um clube que disputava a divisão principal de profissionais do Estado, a Portuguesa Santista, transferindo-se em 1953 para Santos, onde permaneceu por cerca de 1 ano, jogando numa equipe na qual atuavam jogadores que iriam se destacar em outras agremiações paulistas, como o goleiro Laércio, que depois atuou no Palmeiras e no Santos. Recebeu propostas de diversas equipes, como o Fluminense do Rio de Janeiro, mas resolveu voltar para sua terra natal.
Antes de novamente defender a Saltense, jogou um ano no Primavera de Indaiatuba, em 1954. Pelo tricolor, seu clube do coração, atuou até 1960, sendo que nos últimos anos, por não ter mais as condições físicas exigidas para um jogador que tinha que despender muita energia no meio de campo, passou à lateral esquerda, onde continuou sendo o jogador técnico por excelência. Em virtude dos seus conhecimentos futebolísticos, foi escolhido como técnico da Saltense, mas não se adaptou e por isso permaneceu pouco tempo nesse cargo, mas ocupou alguns cargos na diretoria. Preferiu continuar jogando sem aquela responsabilidade de quando defendia equipes profissionais, tendo atuado por algum tempo na equipe do Nacional, que foi tricampeã amadora da cidade e posteriormente nos Veteranos Saltenses.
Aliás, nos Veteranos ele não foi apenas jogador, mas também dirigente, ocupando a presidência por várias vezes, nas décadas de 1979 e no final da de 1990, além de fazer parte de diversas categorias. Embora não tivesse as condições físicas ideais, Flavinho disputava partidas aos sábados e domingos pelos Veteranos e isso ocorreu até a primeira década do atual século. Com mais de 70 anos de idade ainda demonstrava sua categoria, até que resolveu parar de vez.
2 edições de livro – Conhecedor profundo do esporte saltense, por ter participado e por ter acompanhado durante vários anos as atividades, escreveu um livro que teve duas edições: uma em 1985 e a outra em 1992. Nesse livro, denominado “Tempo bom... de bola”, conta fatos curiosos e engraçados ocorridos principalmente no futebol local, o qual foi muito bem recebido pelos esportistas e até mesmo pelos que não acompanhavam o esporte saltense.
Homenagens – Em vida Flavinho recebeu diversas homenagens, dentre elas da A.A. Saltense e principalmente dos Veteranos Saltenses, clube que defendeu como atleta e dirigente. Em março de 2001, por exemplo, foi homenageado pelos Veteranos com uma placa de prata, que lhe foi entregue pelo também atleta veterano, Macalé. Numa outra oportunidade, em dezembro de 2001 foi dado seu nome ao minicampo do Jatobá, de propriedade dos Veteranos, oportunidade em que foi saudado pelo amigo dr. Mário Dotta.
A Câmara Municipal de Salto também homenageou Flavinho, em dezembro de 1992, quando premiou 5 saltenses que se destacavam: ele, Humberto Vitale, Flávio Vitale, Severino Henrique de Araujo e Osvaldo Salvador.
Outra homenagem foi-lhe prestada pelo jornal Taperá, em fevereiro de 2005, quando lhe entregou um troféu pelo seu Mérito e Tradição.
Vida pessoal – Foi casado com Nair Barcella Pavanelli, falecida em 2020, com quem teve 3 filhos: Francisco, Maria Ângela e Rosana
Ele faleceu aos 77 anos, em 7 de setembro de 2007.