OPINIÃO
Mais um título: “Capital da Cultura”
Ao longo de sua existência Salto recebeu diversos títulos, dentre eles “Pequena Manchester Paulista”, pelo fato de contar com grande número de indústrias, como a cidade inglesa com o mesmo nome; “Cidade Poesia”, dado num momento de encantamento por um dos seus habitantes; “Cidade Celeiro de Astros”, quando tínhamos grandes nomes no rádio, cinema, música e TV, como Jota Silvestre, Anselmo Duarte, maestro Gaó (Odmar Amaral Gurgel), José Lopes e outros. Tentaram criar mais algumas denominações, mas não vingaram.
Na base da gozação, foram sugeridos outros títulos, dependendo de fatos que ocorreram na vida da cidade, os quais surgiram com o objetivo de críticas, como “Cidade das Lombadas”, quando foram implantadas diversas delas em vias da cidade. Um dos mais recentes foi “Cidade dos Semáforos”, pela grande quantidade de semáforos colocados nos cruzamentos e em outros locais. Esses, evidentemente, foram transitórios e não “pegaram”, porque o povo acostumou-se com as lombadas e com os semáforos, mas de vez em quando surge alguém para lembrar a denominação.
Na semana passada a cidade foi surpreendida com a notícia segundo a qual o município ganhou o título de “Cidade da Cultura”, concedido pelo Governo do Estado. Esse título fez parte de uma premiação realizada no Palácio dos Bandeirantes, que homenageou artistas, grupos culturais, empresários que beneficiaram a cultura, escritores, compositores, enfim um número muito grande de pessoas, grupos, etc. Medalhas foram distribuídas e Prêmios foram homenageados, dentre eles o Prêmio Capital Cultural do Estado de São Paulo, que é o que nos interessa. Neste, além de Salto, foram indicadas outras 3 cidades: São José dos Campos, Mongaguá e Ilha Solteira. O objetivo foi o de reconhecer e valorizar as cidades do Estado de São Paulo que mais e melhor investem em arte, cultura e economia.
A seleção. realizada mediante chamada pública de projetos, integra o programa Juntos Pela Cultura, que reúne uma série de ações feitas em parceria pelo Governo do Estado e as Prefeituras, com ótica municipalista. Das 4 cidades, Salto se sobressaiu, pois é a única a ser contemplada com todos os programas do Junto Pela Cultura: Circuito SP, Tradição SP e Virada SP. Isso permitirá que muitos eventos serão realizados em nossa cidade, promovidos pelo Governo do Estado, com artistas de renome, em datas a serem estabelecidas e com entrada gratuita.
Para Salto essa escolha é importantíssima para a imagem da cidade, embora não proporcione diretamente benefícios econômicos, mas servirá para melhorar nossa imagem perante o empresariado e proporcionar indiretamente valiosos benefícios. É mais um título que poderemos utilizar com orgulho, pois a cultura pode ser definida como o complexo que inclui o conhecimento, a arte, as crenças, a lei, a moral, os costumes e todos os hábitos e aptidões adquiridos pelo ser humano, conforme uma de suas definições.
CÁ ENTRE NÓS
Prédio do Fórum
Durante a administração do prefeito Juvenil Cirelli (2013-2016) tinha ficado praticamente acertada a construção do novo prédio do Fórum. Inclusive, foi feita a doação de uma área, no Central Parque, prevendo-se o início da construção de forma quase imediata. No ano de 2018, no entanto, tanto o presidente do Tribunal de Justiça como o secretário da Justiça do Estado consideraram que o Fórum de Salto não era prioridade e por isso as obras foram adiadas, sabe-se lá para quando. A Secretaria da Justiça coloca nosso Fórum como prioridade 2, ou seja, deve demorar muito tempo para que se decida pela construção, pois na prioridade 1 ainda existem 12 cidades para serem atendidas. A situação do prédio atual é ruim, por isso as autoridades judiciárias e principalmente os poderes Executivo e Legislativo devem pressionar o Estado, pois há grande necessidade de se realizar a obra.
Faltou manutenção
Vereadores da oposição, na Câmara, fizeram várias críticas relacionadas à Educação no município, dentre elas duas principais. Uma foi sobre os problemas no transporte dos estudantes no primeiro dia de aula (2ª feira), a qual se mostrou injusta depois das explicações dadas pelos vereadores e pelo Executivo: não houve tempo para que fossem tomadas as medidas necessárias, pois a contratação da empresa aconteceu dia 30 de janeiro e ela entrou em ação dia 3 deste mês. A outra tem procedência: faltou a Secretaria tomar as devidas providências para que quando as aulas recomeçassem tudo estivesse em ordem. Faltou manutenção, o que não se explica, pois sabia-se que as aulas seriam reiniciadas no dia 3.
Ponte Estaiada
Quando a Ponte Estaiada foi inaugurada achávamos que nosso turismo teria um avanço considerável, pois muitos se interessariam em conhecê-la e principalmente subir pelo elevador até o mirante, de onde se tem uma vista privilegiada de boa parte da cidade. Tem havido um certo interesse, mas não foi aquele “boom” que se imaginava. Segundo a Prefeitura, 26.952 pessoas visitaram a Ponte no ano passado (pouco mais de 500 por semana). É pouco. Quem passar pelas proximidades dela aos domingos, quando os turistas procuram locais interessantes para conhecer ou desfrutar, vai notar que a Praça Archimedes Lammoglia e imediações estará praticamente deserta, principalmente se o sol for inclemente. O que está faltando para que a Ponte se transforme numa atração turística de grande interesse? Certamente uma maior divulgação fora de Salto, mas isso é difícil e custa caro. O boca-a-boca pode estar funcionando, mas seus efeitos não são imediatos. Agora a Prefeitura anuncia que está colocando nela painéis mostrando os pontos turísticos e telescópio para observar detalhes dos arredores. É uma boa medida, mas o que se faz necessário é mais gente para conhecer esse ponto turístico que poucas cidades possuem.
Dívida de R$ 7 milhões
O SAAE – Serviço Autônomo de Água e Esgotos tem R$ 7 milhões a receber dos saltenses que contraíram essa dívida nos últimos anos, a maioria dos casos em virtude da situação financeira ruim pela qual passam. É muito dinheiro, por isso a autarquia está oferecendo vantagens para aqueles que pretendem ficar em dia com o pagamento das contas de água. Está concedendo descontos de até 95% em juros e multas sobre o débito em aberto, dependendo do prazo negociado para o pagamento. Além de evitar que seu débito seja inserido na dívida ativa e de ter que pagar custos processuais, o cidadão estará mais tranquilo se fizer a quitação, pois inclusive não corre o risco do fornecimento de água ser cortado.
BOCA-DE-SIRI
Viramos Veneza
Choveu tanto segunda-feira, que parecia estarmos em Veneza, embora não se visse barcos singrando pelas águas das vias públicas. Alguns carros tentaram substituí-los, mas a falta de barqueiros fez com que esses veículos boiassem daqui pra lá, de lá pra cá. Se fatos como esse voltarem a se repetir, vamos ter que mudar nossa classificação como estância turística, passando a estância hidro-temporal.