QUEM FOI QUEM

Tony Damito, cantor e compositor que se tornou Cidadão Saltense

Não é saltense apenas aquele que nasceu em Salto, mas também os que adotaram a cidade e aqui viveram boa parte de sua vida. Foi o caso de Tony Damito, nome artístico do mineiro Antonio Damião da Silva, nascido em 27 de setembro de 1940, na cidade de Dom Silverio, que veio para Salto em 1991, procedente da capital paulista.

Era filho de lavradores, João Fernandes da Silva e Joana, e desde cedo pegou o gosto pela música, pois seu pai era um sanfoneiro da região, que inclusive é nome de rua em São Tomé. Ele ia vender as frutas que sua família produzia e cantava o tempo todo, despertando a atenção das pessoas.

No final de sua adolescência deixou a cidadezinha onde residia e foi tentar a vida no Rio de Janeiro, onde trabalhou em diversos locais, até que foi contratado como motorista do cantor Paulo Sérgio. Ajudado por ele, passou a se apresentar em programas de calouros, até que lançou seu primeiro disco em 1969. Vieram vários outros a seguir, nos quais apresentava músicas de sua autoria, pois também era compositor, e de outros compositores. O maior sucesso de sua carreira foi, sem dúvida, “Não vá embora”, que até hoje é lembrada, mas algumas outras também caíram no gosto do público, como “Atenda o telefone”, “Casaco de pele”, “Toma juízo, menina”, “Sem bolo e sem vela” e “Passa lá”.

Tony foi detentor de um disco de platina e três de ouro. Como compositor fez mais de 500 músicas, as quais foram gravadas por grandes artistas, como Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis, Joana, Tião Carreiro e Pardinho, Altemar Dutra, Paulo Sérgio, Genival Lacerda, Carmen Silva e Waldik Soriano, por exemplo. Fez parte ainda de uma coletânea do LP Globo de Ouro (primeira faixa) e participou de um grande número de programas de TV, além de entrevistas em programas de rádio e em jornais. Ao longo da carreira percorreu também o território nacional, realizando muitas apresentações.

Em Salto – Tony Damito residiu em Salto de 1991 até seu falecimento em 2004, 13 anos, portanto. Com a esposa e três filhos ainda menores, residiu no Jardim Celani e nesse período como “saltense”, amou a cidade, como demonstra o fato de ter composto uma canção homenageando-a, quando a mesma completou 300 anos, em 1998. Ele considerava essa sua mais trabalhosa e também uma das mais belas composições de sua autoria, para a qual, aliás, teve o apoio do radialista Gasparini Filho, da FM-90. A inspiração veio por ocasião de uma visita do cantor e compositor ao Monumento à Padroeira, nas Lavras.

Cantor evangélico – No início dos anos 2000 teve problemas de saúde, com queimadura nas pernas que o obrigaram a se afastar das atividades artísticas. Passou, então, a cantar nas igrejas evangélicas, inclusive compondo músicas do gênero gospel.

Homenagens – Durante sua vida Tony Gamito foi alvo de diversas homenagens, começando pelo título recebido em sua cidade natal (Dom Silvério), que o distinguiu com a comenda de Cidadão Emérito. Durante sua carreira recebeu inúmeros troféus, medalhas e outras homenagens.

Em Salto seu trabalho artístico e como morador da cidade foi reconhecido, ao ser-lhe outorgado pela Câmara Municipal o título de Cidadão Saltense, em abril de 1998.

Família – Tony era casado com Caliopy, com quem teve três filhos: Damito, Damione e Daniel. Quando era criança e adolescente viveu e trabalhou na roça com seu irmão Bento Ramos, que é também compositor, mas que não deixou o Estado de Minas Gerais, pois passou a residir em Belo Horizonte.

Tony Damito faleceu em 20 de março de 2004, quando se apresentava num culto de uma igreja evangélica, tendo sofrido um enfarte fulminante.