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OPINIÃO


Os debates em torno do projeto de empréstimo


Os arquivos da Câmara mostram que projetos do Executivo solicitando empréstimos para a realização de obras ou para outros fins sempre tiveram muita discussão e na maioria dos casos acabaram sendo rejeitados. Não foi o que aconteceu com a propositura apresentada pelo Executivo, discutida e votada na última sessão da Câmara, a qual autoriza operação de crédito junto à Caixa Econômica Federal para a realização de obras visando a captação de água do Rio Jundiaí, no valor de 26 milhões e 400 mil reais. Ela foi aprovada por 10 votos a 6, recebendo muitas críticas por parte dos vereadores da oposição, que dentre outras coisas argumentaram que existem outras alternativas para aumentar a captação de água para consumo da população, a péssima qualidade da água do Rio Jundiaí e o fato da quantia a ser emprestada quase dobrar, atingindo cerca de 58 milhões de reais.

No que se refere às outras alternativas para a captação de água, trata-se de uma alegação sem consistência, pois, além do Piraí, Conceição e Buru, não existem outros cursos d’água em condições de serem aproveitados para abastecer parte da população. Na gestão passada tentou-se aproveitar as águas do aquífero Guarani, existente em nosso subsolo, mas essa alternativa demonstrou ser inviável.

Quanto à qualidade das águas do Jundiaí, ela tem um certo cabimento, mas é preciso levar em conta que hoje esse rio está na classe 3, ou seja, é possível tratar sua água utilizando métodos modernos e eficazes, que custam mais caro. Porém, como ela será utilizada somente em caso excepcional, quando o Piraí, Conceição e Buru não forem suficientes para abastecer a população, só então acontecerá o tratamento. Aliás, é o que ocorre em Indaiatuba, onde alguns vereadores estiveram e constataram que só em último caso acontece o tratamento da água do Jundiaí para os munícipes da cidade vizinha. Vereadores que apoiam o prefeito argumentaram também que haverá um aproveitamento da sobra do Piraí, na foz com o Jundiaí, o que melhorará a qualidade da que será aproveitada, a qual só fica mesmo muito ruim após esse rio passar pelas indústrias localizadas em suas margens em nosso município.

Por último, foi criticado o fato de 26 milhões e 400 milhões ser uma quantia considerável, que vai exigir o pagamento de juros, alcançando cerca de 58 milhões. Este valor poderia ser ainda bem maior se os juros não fossem baixos, “de pai para filho”, como se costuma dizer, não atingindo sequer o dobro, apesar do prazo longo (20 anos, com 4 de carência). Aliás, também foi criticada essa carência, mas é norma da Caixa que a administração apenas aceitou, certamente de bom grado, pois só o prefeito a ser eleito em 2024 é que começará a pagar.

Pode-se afirmar, então, que foi uma decisão correta a dos vereadores aprovando o projeto do Executivo, pensando-se no futuro, como argumentou um deles. Daqui a 20 ou 30 anos será que o Piraí, a Conceição e o Buru continuarão abastecendo Salto com a mesma eficiência de hoje? Caso isso não ocorra, felizmente teremos uma boa alternativa.


CÁ ENTRE NÓS


Começa a esquentar

Com a aproximação do mês de outubro, quando teremos eleições municipais, o clima na Câmara de Vereadores começa a esquentar. Terça-feira tivemos um exemplo disso, quando vários vereadores trocaram farpas entre si. Os da oposição, por exemplo, têm criticado os da situação, achando que eles aprovam tudo o que o prefeito manda, alguns em troca de “carguinhos”, o que deixou os situacionistas irritados. Alguns deles reagiram, inclusive os que não têm participado com constância nas discussões, como Kiel Damasceno, que terça-feira foi incisivo na defesa dos companheiros da base. Ele fez críticas pesadas aos da oposição, cujos integrantes, a seu ver, se consideram defensores do povo, achando que os demais não são. Certamente nas próximas sessões a temperatura vai aumentar ainda mais.


“Vacina do Coronavírus”

Falando em Kiel, ele foi enfático também em criticar os que usam indevidamente as redes sociais, citando o vereador Cícero, que colocou numa rede social a foto de uma cerveja, a Corona, dizendo que “chegou a vacina do Coronavírus”. Kiel considerou horrenda e indevida essa brincadeira de Cícero, achando que ele, como pessoa esclarecida, membro de um sindicato e vereador, não deveria ter feito essa publicação. Cícero não respondeu à observação, mas, segundo Kiel, deve ter sentido a repercussão negativa da brincadeira, pois retirou a mensagem.


Ar no hidrômetro

Um dos projetos rejeitados pela Comissão de Justiça e Redação, foi o que tratava da instalação de bloqueadores ou eliminadores de ar nos hidrômetros dos imóveis da cidade. Já foi constatado em alguns casos que o relógio do hidrômetro continua girando, mesmo quando o fornecimento de água é cortado, por isso o projeto de Cícero Landim era pertinente. Só que não cabe ao vereador fazer uma proposta dessa natureza, o que levou o Jurídico da Câmara a se manifestar pela ilegalidade da propositura (confirmada pela Comissão de Redação e Justiça), pois ela só poderia partir do Executivo. O superintendente do SAAE, respondendo indagação do vereador, feita através deste jornal, disse que não há necessidade de ventosas ou mesmo dos bloqueadores de ar, mas ele deve dispensar melhores estudos para o assunto, pois tudo indica que o ar está realmente fazendo o relógio dos hidrômetros girar e a conta de água subir, mesmo quando o líquido falta.


Buracos

Felizmente as chuvas deram uma trégua e alguns buracos “históricos”, como o da Avenida José Maria Marques de Oliveira, em frente ao Supermercado Dia %, puderam ser eliminados. Outros pontos da cidade, onde existiam (e ainda existem) alguns buracos que podem ser considerados verdadeiras crateras, estão também recebendo o devido tamponamento. Como foi explicado, não havia condições de executar o serviço com o solo encharcado ou mesmo úmido, mas o sol acabou aparecendo e nesta semana a situação melhorou bastante.


Nova Prefeitura

A imprensa foi conhecer a Nova Prefeitura quarta-feira e constatou que o prédio é mesmo magnífico, além de funcional e dotado das condições necessárias para servir as diversas secretarias e para um atendimento melhor à população. Haverá certamente reclamações para o fato de ele se situar a uma distância considerável do centro, mas com as melhorias no acesso e na Avenida Tranquillo Giannini, além de uma avenida que será aberta ligando a região noroeste à antiga Abadia, aos poucos as pessoas irão se acostumando. Segundo o prefeito, foram gastos cerca de 7 milhões de reais, com recursos próprios, que é uma importância elevada, mas pelo menos um prédio que estava abandonado e sendo saqueado se transformou num patrimônio valioso do município. Ele pode, inclusive, ser objeto de troca no futuro, se algum futuro prefeito pretender construir a Prefeitura no terreno que está lhe reservado na Avenida dos Três Poderes, de acesso ao Central Parque.


BOCA-DE-SIRI


Crescem as atividades informais


Com o desemprego crescendo na cidade, que tem apresentado números negativos em comparação com os positivos apresentados pelas duas cidades vizinhas, Itu e Indaiatuba, as pessoas estão procurando exercer atividades informais para poder se manter. Com isso, tem mais gente vendendo produtos nas ruas ou oferecendo doces nos principais cruzamentos. O problema é que o dinheiro que falta aos vendedores, também falta aos compradores.




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