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CRONICANDO

E vocês, o que leem?

Na crônica anterior falei sobre uma das coisas que tenho feito neste período de quarentena: assistir a filmes. Evidentemente, não é a única atividade que eu e muitas pessoas estamos utilizando para passar o tempo das manhãs, tardes e noites modorrentas. Também assistimos TV, embora elas só falem o tempo todo do coronavírus. E ainda dedicamos um bom tempo à leitura de livros. E vocês, estão lendo o quê? Se têm uma boa quantidade de livros em casa, façam como eu: dê a eles a atenção que todos os livros merecem, ao invés de ficarem esquecidos nas prateleiras.

Felizmente tenho uma grande e variada biblioteca, pois durante minha vida comprei muitos livros, a maioria dos quais (confesso envergonhado) não li. Aliás, certa feita fui fazer uma limpeza na minha biblioteca e notei que um grande número dos vendidos pela Editora Abril (que adquiri do Jorge, na Livraria Bethânia, de grata lembrança) estavam ainda com o plástico protetor. Andei me desfazendo da maioria deles e os outros mantive para ler um dia, sabe-se lá quando (talvez numa próxima pandemia – Deus nos livre).

Num dia destes aproveitei para atualizar minha relação de livros, acrescentando os últimos que adquiri, mais de 20 do Sedney Sheldon, 10 ou 12 do Kenn Follet e outros que a mocinha da livraria da Rua Dr. Barros Jr. me indicou. Ao fazer essa atualização, verifiquei que tenho as coleções completas da Bíblia lançada pela Editora Abril, assim como do “Naturama”, “Super Sellers”, “Guerra Mundial”, “Nosso Século”, “Dicionário Ilustrado Veja Larousse” e outras, as quais – confesso – só folheei pra ver as figuras. Verifiquei também que tenho preferências por biografias, como as do Charles Chaplin (que li três vezes), da Ellis Regina, Garrincha (“Estrela Solitária”, autoria do Ruy Castro), do Roberto Marinho, do Silvio Santos (a pedido da minha mulher, esclareça-se), “Zélia, uma Paixão”, sobre a ministra da Fazenda do Collor (de autoria de Fernando Sabino, que deve ter levado uma boa grana para dissecar uma mulher que ajudou a prender nosso dinheiro e soltou o dele), além de outras.

Se alguém estiver interessado em saber qual o tipo de livros que gosto, esclareço, sem precisar justificar, que posso indicar os mais de 80 volumes da Agatha Christie (que já li 3 vezes), os de Connan Doyle sobre Sherlock Holmes (leitura repetida também) e alguns livros avulsos que me agradaram tanto que também repeti a dose mais de uma vez. Posso citar “Incidente em Antares”, de Érico Veríssimo, “Notícias do Planalto”, de Mário César Conti (sobre a relação da imprensa com o presidente Collor, Paulo César Farias, et caterva). Acho interessante contar como fui me tornar adepto de Agatha e Connan (posso chamá-los assim em virtude da nossa intimidade_: do Sherlock incentivado pelo Dowa Pittorri, quando ele ainda residia em Salto, na década de 1970, que me emprestou essa coleção de 10 ou 12 livros. A de Agatha me tornei fã quando assisti na Cinelândia, durante minha lua de mel no Rio de Janeiro, “A Morte sobre o Nilo”, isso na década de 1960. Li depois “Os 10 Negrinhos” e minha admiração pela senhora do suspense se consolidou.

Constam da minha biblioteca livros que li meio a contragosto, como “Xandô de Baker Street”, “As Esganadas” e “O Homem que matou Getúlio Vargas”, do Jô Soares. Assim como os do Chico Buarque, “Budapeste” e “Leite Derramado”. Sou fã de ambos de maneira diferente: do Jô por causa de sua inteligência e porque gostava de seu programa de entrevistas e do Chico por causa das músicas que compôs admiravelmente. Já suas preferências políticas (Cuba, PT, etc.) são um lixo.

Ao atualizar minha relação de livros, fiquei me perguntando como foram parar ali livros que eu certamente não compraria, principalmente pelos títulos, como “Na Barra do Catimbó”, de Plínio Marcos; “Tonico e Carniça”, de José Rezende Filho; “Um Cadáver Ouve Rádio” (Plínio Rey) e até um que nunca me serviu pra nada: “Só é Gordo quem Quer”, de João Uchoa Jr. Estou até pensando em processar esses autores, além de outros que vou relacionar, cobrando deles a permanência em minha biblioteca, durante anos, sem o pagamento do respectivo aluguel pelo espaço ocupado.

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