QUEM FOI QUEM
Bruno Carra, padre que teve uma vida de grandes realizações
Um dos primeiros padres saltenses foi Bruno Carra, nascido na cidade em 22 de abril de 1914. Ele era filho dos imigrantes italianos Nemo e Anita Pieratti Carra. Fez seus primeiros estudos aos 7 anos de idade no Grupo Escolar Tancredo do Amaral, atual Escola Estadual, cursando também a Escola Anita Garibaldi, onde aprendeu a língua italiana. Aos 12 anos se empregou no empório do velho João da Rós, pai de Octávio e avô do engenheiro que levou seu mesmo nome, como engarrafador de vinho, que vinha para a cidade em barris, e entregador de mercadorias em domicílio. Depois trabalhou na fábrica de tecidos da Brasital S.A., como escriturário, onde permaneceu até completar 18 anos de idade.
Foi quando ingressou no Seminário Menor de Pirapora do Bom Jesus, interrompendo por um ano seus estudos, aos 19 anos, para prestar o serviço militar. De Pirapora foi para o Cemitério Central do Ipiranga, em São Paulo, sendo ordenado padre em 26 de outubro de 1947, na Igreja do Carmo, pelo cardeal dom Carlo Carmelo de Vasconcellos Motta. Em seguida passou a substituir o pároco da igreja de São Genaro, na Moóca, também em São Paulo e em seguida veio para sua terra natal.
Permaneceu em Salto de 11 de novembro de 1947 a julho de 1949, período em que atuava como vigário-cooperador do monsenhor João da Silva Couto. Nesse curto espaço de tempo teve algumas boas iniciativas na cidade, sendo a principal delas a de ser um dos fundadores e redator principal do jornal O Trabalhador, órgão do Círculo Operário, da matriz de Nossa Senhora do Monte Serrat. A fundação aconteceu em 5 de junho de 1949, um mês antes de ele deixar a paróquia, transferindo-se para Santana do Parnaíba, onde atuou como pároco durante 7 anos.
Em setembro de 1955 iniciou uma longa permanência na cidade de Tremembé, como vigário da Paróquia de São Pedro Apóstolo, que só terminou 30 anos depois, em abril de 1989, quando, com 75 anos, se aposentou. Teve a oportunidade, então, de executar um trabalho em Tremembé que até hoje é elogiado e reconhecido, gravando seu nome como um dos religiosos que mais contribuiu para favorecer a população católica e o povo em geral daquela cidade da Região Metropolitana do Vale da Paraíba.
Nos 30 anos em que permeneceu nessa cidade sua principal obra foi um prédio ao lado da igreja, com 5 lojas, teatro com palco e salão de festas para atividades artísticas e cessão para festas de casamentos, aniversários, batizados, etc. Construiu ainda uma creche denominada “Irmã Albina” e um abrigo de velhos, o “Frederico Ozanam”, mesmo nome que o de Salto. Empenhou-se a fundo para a criação da Paróquia de Santa Albertina, dedicada a Nossa Senhora Aparecida; instalou um cruzeiro luminoso em uma colina, visto em todos os pontos da cidade e ainda fundou um Centro Social, denominado “João XXIII”. Foi membro do Lions Clube de Tremembé, onde demonstrou também o seu empreendedorismo e criatividade.
Padre Bruno Carra faleceu em 19 de setembro de 1991, aos 77 anos de idade, em São Paulo.