OPINIÃO
Salto no seu 322º aniversário
Estamos comemorando neste mês de junho e especialmente no dia 16 próximo, o 322º aniversário de Salto. Infelizmente, a data não vai poder ser comemorada, como nos anos anteriores, em virtude da pandemia que restringiu muitas coisas em nosso dia a dia. No entanto, nada impede que façamos uma reflexão sobre o momento pelo qual passamos, que não é nada confortável. Aliás, nunca passamos por uma situação como esta, que nos impede até mesmo de usufruir da garantia constitucional de ir e vir e de todos sermos iguais perante a lei. Hoje essa igualdade está sendo prejudicada, se não legalmente, pelo menos impedindo de as pessoas agirem de uma forma que era comum antes dessa pandemia.
Falando especificamente de Salto, vamos verificar que nossa situação diante da Covid-19, uma doença cruel, que tem ceifado vidas de muitos brasileiros, pode ser considerada confortável, numa comparação com cidades próximas. O número de casos é baixo, só tivemos uma morte, os leitos hospitalares têm sido suficientes, enquantoos casos de recuperação expressivos. Evidentemente, essa situação pode não perdurar, mesmo porque está se verificando uma flexibilização inoportuna, que pode agravar o momento pelo qual passamos.
Colocando-se de lado o corovírus, evidentemente o Poder Público municipal está passando por um momento difícil, pois houve queda da arrecadação dos tributos municipais (impostos e taxas) e dos repasses dos governos estadual e federal (ICMS e Fundo de Participação dos Municípios), especialmente. No entanto, a situação financeira, se não é a mesma que se esperava caso não tivesse ocorrido a pandemia, não é desesperadora. Tanto que o Executivo está até pretendendo antecipar o pagamento do 13º salário aos servidores.
As obras também estão sendo executadas, sendo que várias delas já foram concluídas, mas evidentemente não houve as inaugurações que deveriam ocorrer. O prefeito garante a conclusão de 13 obras neste ano, algumas entregues, outras que o serão até o final do ano. Pode-se citar as executadas em pelo menos 3 grandes avenidas parcialmente (José Maria Marques, Nações Unidas e da Rocha Moutonnée), as creches do Icaraí, Nair Maria e Jardim Soberano, a duplicação da ponte do Buru e a avenida, o novo Centro de Especialidades, o Senac, o asfaltamento de diversas ruas, as já entregues clínicas da Rocha Moutonnée e Nair Maria, o Centro do Idoso e até uma que provocou muitas polêmicas, a Nova Prefeitura.
Felizmente a Covid não impediu que os trabalhos em vários pontos da cidade prosseguissem. O caixa da Prefeitura deve estar quase zerado, mas se os efeitos não forem tão devastadores como os que atingiram as contas federais, podemos nos dar por satisfeitos.
CÁ ENTRE NÓS
Desemprego
No início deste ano uma certa esperança nasceu entre os brasileiros, pois acontecia uma recuperação lenta, mas promissora, de nossa economia. Veio o coronavírus e o panorama se modificou completamente. Se antes se falava num crescimento baixo do PIB (Produto Interno Bruto), que é a soma de todos bens e serviços produzidos no país, durante um período determinado, hoje verifica-se uma queda de 8% do PIB, porcentagem que pode crescer até o final deste ano, se não houver uma reviravolta, o que será muito difícil de acontecer. O homem do povo não está muito preocupado com essa piora da situação no principal índice econômico, embora ele seja afetado diretamente. Ele se preocupa com a sua situação atual, mais importante até que seu futuro, pois muitos passam por uma situação bastante difícil, com grande número de pessoas encontrando dificuldades para sua subsistência, pois praticamente está zerada sua renda. Já tínhamos um número considerável de desempregados na cidade e a situação piorou com o coronavírus e o pior é que não se vislumbra solução a curto prazo. Certamente vai aumentar não só a quantidade de trabalhadores informais, mas também os temporários, sem falar nos que vivem de bicos. Que Deus ajude a toda essa gente, pois dos governantes não se pode esperar muita coisa.
Enchente e pandemia
Este ano está nos castigando bastante, pois após as grandes enchentes que aconteceram em fevereiro e março, veio a pandemia do coronavírus. Essas enchentes causaram muitos prejuízos materiais, atingindo propriedades particulares e pontos turísticos, alguns dos quais foram praticamente destruídos. A pandemia está atingindo as pessoas, embora devamos dar graças a Deus por não ter causado um número considerável de mortes. Mas ocorreram casos que colocaram vidas em risco, perigo que ainda persiste, pois está acontecendo uma flexibilização que não deveria ser adotada ainda. Cabe aos cidadãos se cuidar, atendendo as recomendações das autoridades de Saúde, para não se tornarem as próximas vítimas.
Liberdade de expressão
Tem sido discutida, nos últimos tempos, a liberdade de expressão, que é o direito de qualquer cidadão manifestar livremente suas opiniões, ideias e pensamentos pessoais. O que não pode é transformar esse direito em abuso, o que tem acontecido amiúde nos últimos tempos. Até ministros, que deveriam dar o exemplo estão exacerbando, atingindo inclusive outros poderes, como fez o lamentável ministro da Educação que o governo Bolsonaro apoia. Outros agem da mesma forma e a justificativa é sempre a liberdade de expressão, um direito que tem seus limites.
Questionamentos
O vereador Cícero Granjeiro Landim não perde oportunidade para alfinetar a imprensa em seus comentários na Câmara. Como as críticas que faz na Câmara não chega a atingir 50 pessoas, ele quer que os jornais assumam seu papel de oposicionista. Falou até uma barbaridade: que o Taperá não questiona o prefeito, que é uma coisa que sempre fazemos, não utilizando o palavreado às vezes chulo que ele emprega, mas com o jeito e a responsabilidade próprios de pessoas educadas. Ele deveria ser o primeiro a reconhecer que fazemos questionamentos, via vereadores da oposição, que não tem seus requerimentos, na maior parte das vezes, respondidos pelo prefeito e que nós assumimos, fazendo as indagações que o chefe do Executivo responde. Sem contar que semanalmente são apresentados pelos leitores questionamentos ao prefeito, que nós também assumimos e encaminhamos para as devidas respostas. Além disso, muitas vezes questionamos o Executivo sobre fatos que chegam ao nosso conhecimento, bastando compulsar as nossas edições. Mas o vereador quer é criticar, demonstrando uma ojeriza pela imprensa (idêntica a de algumas autoridades do Governo Federal), que ele diz não ter, mas que seus atos mostram exatamente o contrário.
Sem festas
Neste período de pandemia os saltenses não estão podendo participar das festas que acontecem anualmente, como a Ítalo-Saltense, a Nipo-Brasileira, além da Festa do Salto, que possivelmente também não acontecerá. Em março a cidade iria ser sede da Virada SP, um evento que estava entusiasmando muita gente, pois contaria com a presença de astros da música, além de grupos de dança, canto, etc. Infelizmente foi na véspera do evento que a suspensão ocorreu e o que se espera é que o Governo do Estado venha a programar esse evento para o início de 2021, quando tudo indica que a pandemia não mais existirá. Mas em se tratando de coronavírus é bom não ter muita certeza.
BOCA-DE-SIRI
Exemplo do nosso capitão
Quando o capitão Tavares fundou nossa cidade, há 322 anos, o coronavírus não tinha nem nascido. Se existisse algum outro vírus tão perigoso, ele certamente seguiria todas as recomendações: lavaria as mãos na cachoeira, usaria uma máscara feita de folha de bananeira e, em vez do álcool em gel, faria a higiene das mãos com suco de piranha. Daria um exemplo que não está sendo seguido por um certo capitão, lá de Brasília, que não usa máscara e que nunca foi visto lavando as mãos.