top of page

QUEM FOI QUEM

Maria Constança (Dona Cotinha), uma professora que não dava beliscão nos alunos


Naquela época era normal e até aceitával as professoras darem beliscão nos alunos, ou dar aulas com uma régua nas mãos, para punir os alunos desobedientes. A professora Maria Constança de Miranda Campos, conhecida por todos como Dona Cotinha era diferente: ela tinha um método próprio de ensino, preferindo chamar a atenção dos que não se portavam direito, usando sempre o diálogo. Além disso, inovava no ensino de algumas matérias, em que usava sementes coloridas ou pequenos objetos, com os quais ensinava as quatro operações. Era uma professora que não resumia seu trabalho às 4 horas de ensino. Para os alunos que não conseguiam acompanhar o que era ministrado nas aulas, Dona Cotinha os levava para sua própria casa e lhes oferecia aulas particulares gratuitamente, recordando as matérias, para que todos aprendessem.


Dona Cotinha, ao centro, sentada, em roupa escura (formandos de 1935 no Grupo Escolar Tancredo do Amaral)

Ela nasceu em Itatiba, em 16 de março de 1896, onde fez os cursos primário e ginasial. Depois matriculou-se na Escola Normal Oficial de Campinas, diplomando-se professora em 1913, ano em que foi criado e instalado o primeiro Grupo Escolar de Salto, inicialmente denominado “João Pessoa” e depois “Tancredo do Amaral”. Vindo lecionar em Salto, logo mudou-se para a cidade, constituindo-se na primeira professora, inicialmente ao lado dos professores Cláudio Ribeiro da Silva e Luiz Costa, seguindo-se os professores Paula Santos, Acylino do Amaral Gurgel, João César, Dona Argentina e outros.

Na Escola Tancredo, Dona Cotinha foi assistente de direção, assumindo a diretoria em algumas ocasiões. Durante os 29 anos que lecionou na mesma escola, sempre mereceu o respeito e a admiração de todos. Amou a escola e a cidade que a acolheu, onde formou sua família e foi de muita utilidade para os meninos e as meninas que iniciavam seus estudos, tendo passado por ela várias gerações de saltenses.


A homenagem que foi prestada a Dona Cotinha, em 1964, com o descerramento de sua foto, feito por uma de suas netas, e a colocação de sua foto no novo prédio da escola que leva seu nome, na Vila Flora, inaugurada em 1990

A homenagem que foi prestada a Dona Cotinha, em 1964, com o descerramento de sua foto, feito por uma de suas netas, e a colocação de sua foto no novo prédio da escola que leva seu nome, na Vila Flora, inaugurada em 1990

Homenagens – Dona Cotinha teve reconhecido seu trabalho, merecendo importantes homenagens após seu falecimento. A principal delas ocorreu em maio de 1990, quando o deputado Archimedes Lammoglia

apresentou projeto de lei na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, que deu a denominação de Escola Professora Maria Constância de Miranda Campos à então existente Escola Agrupada da Vila Flora, em Salto. O projeto foi aprovado por unanimidade de votos, sendo o nome mantido por ocasião da construção do prédio da escola, na Vila Flora, inaugurada em novembro de 1990.

Anteriormente a professora tinha recebido uma outra homenagem, desta feita na escola onde atuou durante 29 anos, a Tancredo do Amaral, em maio de 1964. Na comemoração do Dia das Mães ela representou todas as mães de alunos e professoras, sendo inaugurada uma foto sua numa das salas do centenário estabelecimento de ensino. O descerramento foi feito por uma das netas de Dona Cotinha, Fátima de Campos Vendramini, e um dos seus filhos, Paulo Miranda Campos, fez uso da palavra, agradecendo a homenagem, em nome da família. Estiveram presentes o delegado de Ensino, professor Farid Pedro Sawaia, inspetor Alvaro Castanho Carneiro, diretor professor Sebastião Villaça Neto e professoras da escola, dentre elas a saudosa Benedicta de Rezende.


Família – Dona Cotinha era casada, em primeiras núpcias, com Joaquim de Almeida Campos, tendo nascido dessa união os filhos Maria de Lourdes (professora, como ela), José Maria (Teleco) e Paulo, os quais também formaram famílias e prestaram bons serviços à coletividade saltense.

Em segundas núpcias ela casou-se com Antonio Boarini, com o qual teve uma filha: Juraci.

Ela faleceu em São Paulo, em 21 de junho de 1943.


Posts recentes
bottom of page