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OPINIÕES

Os esclarecimentos dos secretários na Câmara


No atual mandato houve muitas reclamações de vereadores pelo não atendimento de requerimentos de convocação de secretários municipais, para comparecerem ao Legislativo, a fim de prestarem esclarecimentos sobre diversos assuntos. A maioria desses requerimentos não foram atendidos e, quando o foram, só ocorreram depois de vários meses, sendo que alguns até agora não se consumaram. É lamentável que isso tenha ocorrido, pois além de os secretários terem a obrigação de esclarecer muitos fatos questionados pelos vereadores, deveria haver o interesse deles em justificar atitudes tomadas ou a falta delas. Espera-se que daqui pra frente seja diferente, pois as informações são essenciais para que não só os vereadores, mas toda a população tomem conhecimento.

Surpreendentemente, foi marcada para a última quinta-feira a presença no Legislativo de nada menos que 5 secretários e do superintendente do SAAE, que prestaram informações e responderam perguntas formuladas pelos vereadores. Como não poderia deixar de ser, houve algumas trocas de “amabilidades” entre as partes, principalmente as partidas do secretário de Governo, Gilmar Mazetto e do vereador Edemilson dos Santos (ver matéria na página ...). No geral, porém, o tratamento foi dentro da normalidade, sendo prestadas informações importantes, muitas das quais até então desconhecidas

Pode-se citar, por exemplo, o que informou o secretário José Carlos Grigoletto (Ação Social e Cidadania), que revelou uma série de medidas tomadas nesta época de avanço da Covid-19 por sua Secretaria. Ele apresentou números que demonstram um trabalho intenso por ela realizada, podendo-se citar: fornecimento de CADs únicos; regularização de documentos para os interessados receberem o auxílio emergencial; distribuição de 96 toneladas de mantimentos, perfazendo mais de 3.000 cestas básicas; distribuição de mais de 30 mil marmitas; acolhimento em tendas no Jardim 3 Marias de moradores de rua, com doação de milhares de máscaras material para higienização e fornecimento de café da manhã; doação de 1.600 máscaras nos CRAS, dentre outras coisas. Grigoletto também prestou informações sobre as barracas e tendas instaladas no CRAS do Jardim Três Marias, esclarecendo, ao contrário das críticas feitas por vereadores oposicionistas, que as barracas foram doadas e as tendas alugadas, sendo o aluguel pago por terceiros, não tendo custos para o município.

Outro secretário a fornecer informações importantes nesta pandemia, foi o secretário da Saúde, Fernando Amancio, que falou sobre os leitos existentes no Hospital Municipal (10 na UTI, sendo 6 para a Covid e 4 para outras doenças, mas se estes estiverem vagos podem ser usados para a Covid); afirmou que o Hospital conta com 15 respiradores; que, caso haja necessidade de mais leitos para UTI, Salto pode recorrer a Itu ou ao CHS e Hospital Adib Jatene, em Sorocaba, e ainda a São Paulo, locais que tem previsão para casos de emergência do interior; revelou que a estimativa de casos que se tinha para o início de julho era de 549, mas foram 247 até quinta-feira; que a Prefeitura está licitando a compra de 5.000 testes (eles já foram feitos com o pessoal da Saúde e guardas-civis municipais), mas tem dificuldades de adquirir remédios; citou que a Prefeitura evita comprar respiradores e testes, pois os preços são variados e exorbitantes (vão de 38 a 350 reais), além de diversas outras informações.

Infelizmente não nos é possível detalhar tudo o que foi exposto pelos secretários e pelo superintendente do SAAE, pois a reunião durou quase 4 horas e iria ocupar muito espaço. Tivessem os secretários atendido as convocações feitas, na época oportuna, isso já poderia ter sido mostrado. Não se pode, porém, culpá-los, pois essa pode ter sido uma estratégia da administração, o que temos que lamentar, se realmente ocorreu.


CÁ ENTRE NÓS


Tentativa do prefeito

O prefeito Geraldo Garcia não se conforma com o fato de Salto ter sido rebaixado da fase Laranja para a Vermelha, o que determinou o fechamento do nosso comércio, que funcionava parcialmente. Conversando com ele depois dessa atitude do Governo Estadual, Geraldo disse que iria a São Paulo, na segunda-feira para demonstrar que nosso município tem condições até mesmo de passar para a fase Amarela e não apenas Laranja, pois os números permitiriam isso. Será muito difícil que o Estado volte atrás, pois não leva em conta a situação dos municípios, mas da região a que pertencem. Realmente Salto viveu uma situação privilegiada, pelo menos nos primeiros meses de Covid, mas quando houve a flexibilização parcial, com abertura do comércio, os números cresceram consideravelmente. No mês de junho, quando a flexibilização ocorreu, a quantidade de casos aumentou quase 300% e o de mortes 6 ou 7 vezes mais. Não se pode culpar apenas a abertura do comércio como fato gerador dessa piora da situação, mas também e principalmente o descumprimento por parte de muitas pessoas das recomendações para evitar a disseminação maior da doença. Voltaram a acontecer churrascos, festinhas, festas juninas e outros eventos que reuniram grande número de pessoas, pois muita gente achou que com a flexibilização tudo poderia voltar ao normal. Será que a lição valeu?


Multa de R$ 500,00

Somos dos que consideram que a aplicação de multas para punir os que não respeitam as determinações que visam reduzir o número de casos proporcionados pelo coronavírus. Que se multe, porém, apenas os casos crônicos, ou seja, de pessoas que foram chamadas à atenção e orientadas por duas ou três vezes e continuam com o desrespeito, pelo não uso de máscaras e falta de distanciamento social, por exemplo ou o comércio que teima em não agir conforme foi estabelecido. Não seria o caso de punir quem é flagrado numa primeira vez, principalmente se essa multa for a estabelecida pelo Governo do Estado, de R$ 500,00 e de R$ 5.000,00 para o comércio. Trata-se, evidentemente, de um exagero. Se fosse de 100 ou até 200 reais poder-se-ia aceitar, assim como se poderia aceitar se a punição ao estabelecimento que permitir a entrada de pessoas sem máscara fosse menor. Em Salto a administração municipal não está propensa a aplicar multas, mas essa não é uma atitude sensata, pois incentiva os que acham uma besteira “esse tal de coronavírus”, continuando a não aceitar as determinações e chegando até a ironizar quando são cobrados.


Poucos leitos

Segundo o secretário municipal da Saúde, Fernando Amâncio, em declarações prestadas na reunião de quinta-feira na Câmara, Salto só conta com 10 leitos da UTI, sendo 6 para a Covid-19 e 4 para outros casos. É muito pouco. Apesar dele aventar a possibilidade de aumentar esse número, a ideia inicial é recorrer, quando necessário, a hospitais de Itu, Sorocaba e São Paulo, para emergências. Salto deveria seguir o exemplo de Itu, que bem antes do número de casos aumentar consideravelmente criou dezenas de novos leitos na Santa Casa, que estava desativada. Espaço existe na própria área do nosso Hospital Municipal e providências já deveriam ter sido tomadas, mas ainda há tempo. O número de casos e de mortes tem aumentado consideravelmente e por isso é necessário que medidas urgentes sejam tomadas. A gente sabe da dificuldade em se adquirir respiradores, insumos e remédios, tendo em vista a exploração existente, mas pode-se recorrer aos governos do Estado e Federal e até mesmo para empresas que têm prestado sua colaboração de forma das mais elogiáveis.


BOCA-DE-SIRI


Cartão vermelho para Salto


A cidade estava tranquila, chupando sua laranjinha na fase Laranja nessa classificação do coronavírus, quando o governador João Doria manda Salto para a fase Vermelha, dando o cartão vermelho para o prefeito, que representa a cidade. Geraldo não gostou, mesmo porque não fez nenhuma falta violenta. O jeito é o prefeito pedir a repetição na TV de 4 meses de coronavírus, pelo VAR, como no futebol.


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