CRONICANDO
Em defesa do monsenhor
Os padres, assim como todos os seres humanos, cometem também seus pecados, alguns deles graves, inaceitáveis, indignos, outros simples pecadilhos que não fazem mal a ninguém. Ultimamente alguns padres, acusados de pedofilia, estão merecendo a repulsa das pessoas de bem, que abominam sua conduta e não confiam em todos eles como confiavam antigamente, antes das notícias serem divulgadas em grande quantidade. Muitas delas foram comprovadas, o que inclusive levou o Vaticano a tomar algumas medidas, dentre elas o afastamento dos sacerdotes que não merecem esse título.
Existem os que sofrem críticas inclusive depois de mortos, como ocorre atualmente com o monsenhor Mário Negro, alvo de fake news partidas de pessoas desclassificadas, que se utilizam de perfis falsos para seus ataques pessoais e anônimos. Mesmo quando ele vivia, foi alvo de várias acusações e isso até me levou certa feita a duvidar de sua fidelidade a Cristo e à Igreja. Mesmo assim mantinha boa amizade com ele, que chegou até a colaborar com este jornal, depois que O Trabalhador deixou de circular. Semanalmente ele escrevia a coluna “Mas seu padre...”, na qual falava sobre fatos ocorridos na cidade, ou relacionados à religião. Essa minha desconfiança teve fim um dia, quando participei do batizado de uma das minhas netas. Não sou de ir à igreja, mas nesse dia não podia me ausentar e foi bom, porque vi e ouvi um padre demonstrando toda a sua fé e amor à religião que professava. Durante mais de uma hora ele falou de Cristo, da Bíblia, enfim deu uma demonstração de alguém que possuía laços fortes com tudo o que se relaciona à fé cristã, o que me impressionou. Pensei: um sacerdote assim não é um farsante, é um homem que acredita no que faz, que acredita em Jesus como o Cristo, Filho de Deus.
Não é a primeira vez que falo do monsenhor Mário, pois em outras oportunidades já tive ocasião de destacar seu trabalho religioso e as muitas boas ações que praticou. Também escrevi crônicas sobre ele, duas das quais destaco, por serem engraçadas:
1 – certa feita o Claide Pântano foi comungar durante uma missa dominical e quando ia receber a hóstia, o monsenhor Mário de repente parou ao direcioná-la para sua boca e começou a falar com o Claide. Os demais presentes à missa ficaram surpresos: o que levava o monsenhor a não dar-lhe a comunhão? Posteriormente o Claide explicou: “O monsenhor aproveitou para perguntar se eu tinha algum livro sobre a flor do maracujá, que seria o tema de um livro que ele pretendia escrever”.
2 – A segunda crônica é o complemento da primeira: dias depois Claide foi até a casa do monsenhor para levar o livro solicitado e viu que ele estava na janela, fazendo sua leitura matinal. Bateu palmas, mas o monsenhor não se mexia. De repente o padre tirou uma nota de 2 reais do bolso e fez menção de entregá-la ao Claide, sem olhar, achando que era o mendigo que todos os dias pela manhã passava na Casa Paroquial para pedir um trocado...