OPINIÕES
Covid: o que se fez e o que se deixou de fazer
Nos comentários que a gente faz outras pessoas sobre o coronavírus, algumas fazem críticas ao presidente da República, ao governador e ao prefeito, outros apontam necessidades e outros ainda (estes em maior número) falam sobre o comportamento das pessoas diante de tão terrível doença. No que se refere ao presidente da República, ele tem sido omisso desde que foi constatada a pandemia, deixando de comandar uma ação nacional e usando como desculpa o fato de o STF ter dado autoridade aos governadores e aos prefeitos para decidir as medidas a serem tomadas nos respectivos estados e municípios, o que lhe permite lavar as mãos. Nem ministro da Saúde o país tem, há mais de 6 meses, o que é imperdoável, numa prova evidente do distanciamento do presidente e até do seu alheamento seu diante de um grave problema nacional, que exigia seu comando.
O governador João Dória, ao contrário de Bolsonaro, assumiu a responsabilidade e organizou melhor o enfrentamento pelo Estado contra a disseminação do vírus, mas às vezes age de forma discutível, pensando em tirar proveito político, causando descontentamentos. Já o prefeito de Salto procurou agir desde que a doença atingiu Salto e, numa recente publicação de sua assessoria de imprensa, relacionou tudo o que foi feito e não foi pouca coisa. Dentre as principais medidas pode-se citar a distribuição de grande número de máscaras, inclusive recebidas de empresas; campanha de arrecadação de alimentos; investimento de quase 1 milhão de reais na compra de materiais, insumos e equipamentos; distribuição de cadernos de atividades aos alunos da rede municipal; prorrogação do vencimento do ISS e taxas de licença para o comércio; acolhimento de pessoas de rua; distribuição de cestas para alunos do ensino municipal, dentre outras.
Apesar de sua boa vontade, o prefeito falhou em algumas coisas. Por exemplo: foi muito condescendente com a não obediência de normas pelo comércio e por pessoas que se recusavam a usar máscaras, deixando de puni-las, como prevê o decreto estadual. Embora tenha procurado ser bonzinho com o comércio, não só porque é uma pessoa de bom coração, mas também porque não pretende ser prejudicado eleitoralmente, deixou de fazer uma fiscalização eficaz, o que só aconteceu na última semana, quando o número de casos e de óbitos aumentou assustadoramente. Mas não tem multado ninguém, embora devesse fazê-lo, pois muitos ainda desrespeitam as determinações, como comerciantes que abrem suas portas ou fingem que estão com seus estabelecimentos fechados, e também com cidadãos que relutam em usar máscaras e tomar outros cuidados, como aqueles que não obedecem o distanciamento social, participando de festinhas e encontros de parentes ou amigos. Outra coisa que tem faltado é um número maior de testagens, o que só foi feito com os profissionais da Saúde, deixando de ser atingir parte da população, talvez porque, com isso, o número de casos iria aumentar ainda mais. Faltou também providências que só agora estão sendo tomadas, como a precaução visando o aumento do número de leitos clínicos e de UTI nos primeiros tempos da pandemia. Felizmente, Salto teve maior sorte que Itu e Indaiatuba, cidades em que cresceu de maneira assustadora os casos e os óbitos.
Como resultado dessas falhas, hoje causa preocupações a quantidade de casos, assim como o de óbitos, passando de ... para ... e de 2 mortes para .... Contribuiu para isso a intenção do Executivo em não prejudicar nosso comércio e a boa vontade com os desobedientes, não se explicando a revolta dos comerciantes, que, pelo contrário: deveriam ser gratos ao prefeito por não exigir mais deles. Felizmente o prefeito despertou para uma ação efetiva que podem até ser mais severa, se os números continuarem crescendo como estão. Justificaria até uma volta para a fase Vermelha, como fizeram alguns municípios que, como Salto, voltou para a fase Laranja.
CÁ ENTRE NÓS
“Querida Izildinha”
Pessoas suspeitas de estarem envolvidas com as fake news e que foram beneficiadas com as postagens, agora devem estar arrependidas de terem apoiado a ação da “Izildinha das Dores”, a quem chamaram de “Querida Izildinha” no relacionamento com ela através das redes sociais. Pode sobrar pra elas e agravar sua situação, se for comprovada sua participação mais efetiva no caso, o que a Justiça vai avaliar quando os nomes dos envolvidos foram conhecidos.
Esperneando
Um bom número dos que utilizam as redes sociais para vomitar sua bílis através de ataques aos que não lhes são simpáticos, principalmente os que estão na lista de suspeitos de serem autores de fake news, estão esperneando após terem sido divulgadas as notícias sobre o “Gabinete do Ódio” que se instalou em nossa cidade. Existe uma expressão jocosa, muito usada no meio jurídico, mas inexistente em latim (o advogado do grupo deve conhecer bem), o jus esperneandi, que significa “direito de espernear”. Podem usá-la à vontade esperneadores das redes e continuem atacando os que não precisam usar de expedientes condenáveis para serem reconhecidos, dentre eles – modéstia à parte – este venerando jornal. Rimos muito com os ataques que estamos recebendo nas redes sociais de elementos cuja ignorância e parcialidade é flagrantemente mostrada.
C.C.O. Ambiental
A visita que este editor fez às dependências da C.S.O. Ambiental, ao lado do Aterro Sanitário, impressionou-nos favoravelmente. Comentamos inclusive com o prefeito Geraldo Garcia, que nos acompanhou, que Salto deve dar graças a Deus por contar com uma empresa tão séria, eficiente e honesta no serviço de coleta de lixo, limpeza e aproveitamento de materiais descartáveis, como é a C.S.O. É verdade que o município tem uma despesa considerável para manter esse exemplar serviço, mas vale a pena. Costumamos ver nos noticiários da TV que prefeituras da região têm dificuldades com empresas que assumem a mesma tarefa e recebem muitas críticas por parte da população, além de sofrer paralisações do serviço pelo não pagamento aos funcionários e outras irregularidades, o que felizmente não acontece em Salto.
Rejeição automática
Não houve nem argumentação: três projetos dos 3 vereadores da oposição, que sempre se unem na apresentação e votação, foram sumariamente rejeitados pelos da situação, com exceção de Alexandre Xandão, que tem votado com os 5 oposicionistas. A rejeição foi por 10 a 6, sem o voto do presidente Lafaiete Pinheiro dos Santos, o que só acontece quando ocorre empate. As proposituras poderiam até ser aprovadas, pois apresentavam pontos positivos, não houvesse esse posicionamento radical, que ocorre principalmente para não prestigiar Edemilson, Cícero e Márcio, que sempre atacam o prefeito e também porque se aproxima o pleito municipal e os edis acham que não é hora de facilitar. Inclusive a Comissão de Justiça e Redação aprovou a emenda a um dos projetos, ela foi anexada ao texto dele e mesmo assim não houve a aprovação. É tempo de vale tudo!
BOCA-DE-SIRI
APELANDO A SANTA IZILDINHA
Os muitos envolvidos no caso das fake news em Salto estão apavorados com a possibilidade de terem que prestar contas à Justiça. O jeito é rezar muito e pedir à Santa Izildinha (se é que ela existe) que os ajude a escapar dos processos, que certamente serão abertos contra eles. Se ela não se mostrar disposta a livrá-los, que tal apelar para o Capeta, que é do mesmo “time” deles?