CRONICANDO
Em defesa do Coleginho
Tenho representatividade para me posicionar a favor do Coleginho contra essa gente desprezível que criou uma personagem fictícia, a madre “Izildinha das Dores”, como se fosse uma das irmãs das Filhas de São José, fazendo pesados e às vezes injustos ataques a autoridades, pessoas, etc. É que foi nessa escola, que leva o nome de Sagrada Família, que iniciei meus estudos, ainda com 5 anos de idade. Como meus pais trabalhavam, fui matriculado no Jardim de Infância, atual pré-escola, onde passava parte do dia, naquela área hoje ocupada pela Praça Archimedes Lammoglia, onde o prédio histórico (foto) recebia os alunos, o que aconteceu até o início da década de 1950, quando o novo prédio da Avenida D. Pedro II foi inaugurado.
As madres nos ensinavam, além das primeiras letras e da orientação religiosa, a fazer trabalhos manuais, permitiam que parte do tempo tirássemos uma soneca e na hora do recreio íamos para a área externa, onde sentíamos o cheiro dos pinheiros e de outras árvores, além de brincarmos com os bichinhos que encontrávamos na terra húmida.
Aos 7 anos passei para o primário e a partir de então tive mais responsabilidades. Quando não obedecia, ou quando fazia bagunça na sala de aula, ficava de castigo numa sala, no horário de almoço. Na convivência diária com as madres, lembro-me de várias: Otília, Davídica, Izidora, Nazarena, Fortunata, Giordana, dentre outras, tão dedicadas como as atuais. Das minhas primeiras professoras, Olinda e Dilma e dos alunos recordo-me de Milton Boni, Orpheu Facchini Filho, Euclides Carvalho Nogueira Jr., Oscar Groninger, Décio Zanirato Jr., Nelsindo Mosca, Luiz A. Ghini, José Carlos Bombana, Rosely Ferrari, Bernadete Ferrari e várias outras meninas, cujos nomes não me ocorrem no momento. A gente usava uma gravatinha que indicava o ano em que estudávamos: 1 listinha para o primeiro ano, 2 para o segundo e assim por diante. No final de ano havia a exposição de trabalhos manuais, a distribuição de pão de mel, além da saudade que nos invadia o coração, principalmente depois da formatura, após 4 anos de estudos.
No 4º e último ano nossa tranquilidade foi quebrada por um fato marcante na vida da cidade (deu até no New York Times): estávamos na sala de aula quando ouvimos gritaria e uma explosão na praça. Uma das madres foi ver o que estava acontecendo: estudantes saltenses que frequentavam o curso ginasial em Itu, descontentes com os atrasos e quebras dos ônibus que faziam a linha para a vizinha cidade, puseram fogo no veículo. Imediatamente a madre que nos dava aula nos levou para os fundos do prédio, até que a situação se normalizasse. Foi aberto processo contra os que comandaram a ação, que correram o risco de punição.
É o que se espera agora que aconteça com esse pessoal de baixo nível, dentre eles um advogado que deveria ser o primeiro a agir com correção. Desta feita, porém, espera-se que não seja só ameaça, pois esse pessoal precisa sofrer uma condenação maior do que a simples execração pública pelos seus atos. Atos próprios de boçais, que só são valentes em frente aos teclados dos seus celulares ou dos seus computadores.