QUEM FOI QUEM
Roberto Ferrari se sobressaiu como proprietário de uma grande casa comercial da cidade
O Grande Bazar Saltense pode ser considerado uma das casas comerciais de maior destaque da cidade, servindo os saltenses durante cerca de 108 anos, quando ocorreu o incêndio que destruiu suas instalações, até hoje muito lamentado por todos. Contou com diversos proprietários, mas se sobressaiu quando era dirigida por membros da família Ferrari, especialmente um dos filhos de Hilário, Roberto Ferrari. A casa, que levou o nome de “Grande Bazar Saltense”, porque realmente era grande e oferecia uma quantidade considerável de produtos, tinha sido fundada em 1908 pela família Almeida Campos, passando para a família Ferrari, tendo à frente Hilário, em 1926. Durante 20 anos os Ferrari dirigiram o estabelecimento, voltando para a família Almeida Campos (leia-se José Maria – Teleco e Paulo Miranda Campos) em 1946.
Nesse ano um dos filhos que mais de dedicava ao armazém, Roberto, deixou-a e passou a atuar num setor completamente diferente: montou uma empresa de extração de areia do Rio Jundiaí e de pedreiras de granito da Fazenda Castanha, de propriedade do seu pai. A pedreira dava emprego a mais de 100 pessoas, os “scarpelins” que produziam paralelepípedos para o calçamento de ruas de Salto e de cidades do Estado, além de guias para sarjetas e pedras para cantaria (moinhos, túmulos e monumentos).
Dez anos depois Roberto voltava ao comando do “Grande Bazar Saltense”, adquirindo-o da família Almeida Campos, após deixar o ramo de extração de areia e granito. Passou a ser auxiliado por seu filho, Roberto Valdimir, conhecido como “Bertinho”, que veio a se tornar um dos mais conceituados comerciantes saltenses, seguindo os passos do seu pai, conhecido como “Berto”. “Bertinho” era auxiliado pelo irmão Ismar, que cuidava do escritório e inicialmente alternava com ele seus horários de trabalho e da escola, pois ambos ainda estudavam. Posteriormente “Berto” contou também com o apoio da esposa Antônia, pois Ismar foi estudar em São Paulo. A freguesia crescia sempre, o que exigiu a contratação de um grande número de funcionários, que atendiam à grande clientela, oferecendo uma variedade enorme de artigos, muitos dos quais difíceis de encontrar em outros estabelecimentos.
Na sociedade – Roberto não foi apenas um comerciante de destaque, mas também atuou em outros setores da vida da sociedade saltense. Foi, por exemplo, o 2º presidente da Associação Atlética Saltense (1937/38), além de ser um ferrenho torcedor. Também atuou em outras entidades da cidade, ou lhes deu apoio, aliás, uma característica da numerosa família Ferrari.
Família – Roberto Ferrari era um dos 13 filhos do casal Hilário-Rosa Patucci Ferrari, cujas famílias vieram ao Brasil, procedentes da Itália, no final do século XIX. Eles se conheceram na Fazenda da Grama, onde se casaram em 1º/12/1900. Roberto era o filho mais velho, vindo depois dele João Batista (Tita), Orazília, Clotilde, Archimedes, Zilda, Alcides (cujo nome foi dado ao estádio da Saltense), Deolinda, Albina e Rosa e os três que faleceram depois de alguns dias ou horas de vida: Casimiro, Iraine e Olga.
O nascimento de Roberto aconteceu em 23 de dezembro de 1902 e seu falecimento quase 90 anos depois (28 de agosto de 1992). O casal teve 7 filhos: Darlene Isabel, Ismar, Rosi Mari Aparecida, Roberto Valdemir, Maria Suzete, Maria da Graça e Oswaldo Antonio.
Homenagem – O nome de Roberto foi dado a uma das ruas do Jardim dos Eucaliptos, sugerido pela Comissão de Nomenclatura e aprovada pela Câmara e Prefeitura de Salto, pois se tratou de um comerciante que se sobressaiu entre os demais na cidade.