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OPINIÕES

Empresa de gabarito para o Trem Republicano


Salto e Itu tiveram a sorte de atrair para administrar o Trem Republicano uma empresa de gabarito, a Serra Verde Express, uma das grandes empresas do mundo no que se refere às viagens e aos passeios turísticos de trem. Ela faz o percurso há vários anos entre Curitiba e Morretes, que é considerado pelo jornal inglês The Guardian, “um dos passeios de trem mais espetaculares do mundo”. A viagem entre Salto e Itu e vice-versa não terá os mesmos atrativos dessa viagem paranaense, mas a empresa têm outras opções para atrair um grande número de passageiros, dentre elas no setor gastronômico, além dos inúmeros passeios turísticos nas duas cidades.

A Serra Verde Express foi a única empresa a participar da licitação realizada pelas Prefeituras de Salto e de Itu e felizmente sua proposta foi escolhida, graças à sua experiência e confiabilidade, já demonstradas em seus trabalhos. A exposição feita por seus diretores e os vídeos apresentados por ocasião da assinatura do contrato, que aconteceu na última terça-feira, na Sala Palma de Ouro, demonstram isso. O prefeito Geraldo Garcia espera que até o final do ano o Trem Republicano possa iniciar suas atividades, o que foi confirmado pela direção da Serra Verde Express, que anunciou a utilização de uma máquina e três vagões para o trecho de 7 km. Este articulista perguntou ao presidente da empresa sobre a utilização de uma máquina “Maria Fumaça”, que com seu apito e fumaça é um encanto para as crianças e demais passageiros e ele respondeu que não é possível em passeios diários e de várias vezes ao dia, principalmente nos finais de semana, utilizar uma máquina a vapor. Ela não suportaria e por isso será usada uma máquina, também antiga, mas que receberá uma carcaça da especialista Marco Polo (cujo representante esteve presente terça-feira), que a fará parecida com uma “Maria Fumaça”. Durante a cerimonia de assinatura do contrato com as duas prefeituras, o presidente também revelou que sabe das dificuldades que terá nos primeiros anos, como aconteceu com o trem paranaense, que levou 12 anos para se tornar rentável. Tem confiança, porém, que tanto sua empresa como as prefeituras terão uma boa renda, pois espera atrair muitos visitantes da Grande São Paulo, como, aliás, já ocorre nos passeios de Curitiba a Morretes.

O prefeito Geraldo Garcia – que foi considerado pelo prefeito de Itu, Guilherme Gazola, o “pai do projeto do Trem Republicano”, além de dizer que Geraldo é, para ele, um exemplo de administrador – anunciou também na 3ª feira que o trecho de 550 metros que falta para completar os 7 km de extensão, tiveram suas obras iniciadas nesta semana e serão concluídas em 60 dias, conforme promessa da empresa que executa o serviço. Ele também prevê que em novembro poderão ser iniciadas as primeiras viagens-testes, visando, evidentemente, benefícios eleitorais, pois pretende se candidatar à reeleição. Não acreditamos que esses prazos serão atingidos, no entanto, é muito bom saber que o Trem Republicano em breve será realidade e que terá a administrá-lo uma empresa que certamente fará com que ele funcione de acordo com nossas expectativas.


CÁ ENTRE NÓS


“Indústria do turismo”

Ainda é considerável o número de saltenses que torcem o nariz para as medidas de incentivo ao turismo que Geraldo Garcia tomou em seus primeiros 8 anos de governo (2005 a 2012) e nesta gestão. Realmente foram muitas e das mais importantes, mas infelizmente a cidade não deu uma resposta à altura e a atração de turistas, objetivo maior das providências tomadas, não aconteceu com a intensidade que se esperava. Esperava-se que a Ponte Estaiada, com seu mirante, o Memorial do Tietê e o Parque da Ilha despertassem a atenção das agências de turismo e atraíssem muita gente. Vieram muitas delegações de alunos provenientes de cidades vizinhas e da capital, principalmente para conhecer o Memorial do Tietê; a Ponte Estaiada atraiu grupos de idosos, casais e famílias com seus veículos próprios; a Ponte Pênsil recebeu um número maior de pessoas, a imagem da Padroeira foi mais visitada que em anos anteriores, a Prefeitura chegou a divulgar que 200 mil turistas vieram para Salto no ano passado, mas foi apenas uma pequena melhora, não condizente com as verbas aplicadas, a grande maioria delas do DADE, de incentivo ao turismo. Muitos estudantes e outras pessoas que vêm para nossa cidade a fim de passar apenas algumas horas, proporcionam uma renda reduzida para bares, restaurantes, artesãos, etc. Isso leva à conclusão que a chamada por muitos de “indústria do turismo”, ainda não se desenvolveu em nossa cidade. Será que com o Trem Republicano isso acontecerá?


Sem infraestrutura

Salto tem muitos pontos turísticos, superior em grande número aos da vizinha Itu, que atrai uma grande quantidade de turistas, mas não tira proveito disso. A Prefeitura tem feito sua parte nos últimos anos, mas o que se poderia chamar de “iniciativa privada” não acompanha as medidas adotadas pelo Poder Público. Não se pode atribuir a ela culpa total por isso, mas quando se vê nossos restaurantes atraindo um número reduzido de pessoas, inclusive nos finais de semana (quando alguns fecham aos domingos), bares, docerias e lanchonetes às moscas, chega-se à conclusão que nossas atrações não estão tendo o mesmo retorno que o de outros municípios. Até pouco tempo, por exemplo, dizia-se que o turista vem conhecer nossos pontos turísticos, mas almoça em Itu e dorme em Indaiatuba. Falta iniciativa a esses estabelecimentos, é verdade, mas também um planejamento mais efetivo do governo municipal, oferecendo-lhes condições adequadas para sua inclusão no pocesso. Depois que o Trem Turístico tiver se consolidado, espera-se que os esforços se dirijam para um trabalho mais efetivo no sentido de transformar, verdadeiramente, Salto em estância turística, que é sem nunca ter sido como deveria.


Empregos?

Turismo cria empregos, podendo se transformar realmente numa “indústria”? Cria, sim. Existem estâncias turísticas, hidrominerais, climáticas, de turismo religioso, etc., que não possuem indústrias e vivem apenas do turismo. Salto, que conta com indústrias de grande porte, poderia se beneficiar de mais uma, a do turismo, se medidas concretas fossem tomadas. Antes, durante e após as visitas aos pontos turísticos, os visitantes poderia ser atraídos por bons restaurantes, lanchonetes, lojas de artigos relacionados ao turismo, etc., o que criaria novos empregos. Para que isso ocorra, no entanto, uma coisa é indispensável: planejamento. Sem ele não se pode esperar nada a não ser a manutenção do status quo.


Covid cruel

A doença causada pelo coronavírus é cruel. Causa problemas graves aos infectados e até a morte. Muitos saltenses não acreditaram, deixando de usar máscara, participando de aglomerações e até de festinhas e o resultado está surtindo efeito agora: crescimento considerável dos casos e um número preocupante de mortes. Fizeram até pilhéria do vírus e ele atacou sem dó, ao se tornar mais agressivo.


BOCA-DE-SIRI


Praça dos Cachorros


Os cachorros saltenses, que são levados pelas madames e pelos seus proprietários pra fazer xixi e cocô em terrenos baldios ou praças da cidade, agora têm um espaço todo seu: a Praça dos Cachorros, que a Prefeitura construiu na Vila Ideal. Eles poderão fazer corridas ou caminhadas diárias, paquerar o sexo oposto; passear com os filhotes; sentar-se e apreciar o movimento na praça, enfim muita coisa. Falta apenas um “MicCão para eles fazerem suas necessidades fisiológicas longe dos olhares de reprovação.




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