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OPINIÕES

“Corrida” para entregar obras


Faltam cerca de 4 meses apenas para chegar ao fim o governo de Geraldo Garcia e o que se viu neste ano foi uma “corrida” para a entrega de um número considerável de obras, muito maior que a dos três anos anteriores. A oposição diz que ele não teve pressa em concluí-las, para tirar proveito visando as eleições municipais deste 2020, o que pode ter acontecido em alguns casos. Em outros, como em relação ao Trem Republicano, havia o interesse em inaugurá-lo bem antes, mas alguns problemas, inclusive com a licitação, impediram que isso ocorresse. Certamente Geraldo gostaria de ver o trem fazendo o percurso até Itu e vice-versa, está forçando a instalação antes do pleito de 15 de novembro, mas corre o risco de que isso não venha a acontecer.

Seja como for, várias das obras que estão sendo agora entregues ficarão marcadas como suas, mas, infelizmente para ele, não está podendo fazer inaugurações como as que eram feitas antigamente, quando não se falava em coronavírus e em Covid. Se isso fosse possível, a repercussão seria bem maior e os lucros políticos também. A compensação que ele encontrou é fazer a entrega das obras pela internet, com a presença de meia dúzia de pessoas apenas, para não haver aglomerações. Se essa medida terá efeito prático, só saberemos após 15 de novembro.

Não se pode deixar de reconhecer que entre as obras executadas estão algumas importantes e desejadas pela maioria da população. Ressalte-se, no entanto, que nem todas foram ou estão sendo feitas com recursos municipais, pois parte delas ocorreram em virtude de contrapartidas com as empresas que receberam algum benefício. Essa “troca” foi interessante para o município e já vinha sendo adotada em governos anteriores, podendo ser considerada das mais importantes, pois nem sempre a administração municipal tem os recursos suficientes para executar um melhoramento com verbas municipais. Destaque-se também a colaboração recebida do Governo Estadual, principalmente e de deputados federais e estaduais, que destinaram verbas valiosas para a execução de algumas obras, como a reforma do Estádio Municipal, que utilizou dinheiro destinado pelos deputados Arlindo Chinaglia (a maior parte) e Guilherme Mussi. Nesse caso, a participação de vereadores nessa e em outras obras, foi fundamental. O Governo Federal deu também sua contribuição, destinando alguns recursos não muito expressivos, mas bancando as obras do Trem Republicano.

Tivemos também as PPPs (Parcerias Público Privadas), como no caso da Usina de Reciclagem da C.S.O., uma obra que encantou o próprio secretário estadual do Meio Ambiente, que participou de sua inauguração, mostrando-se “radiante” por estar em Salto naquele dia, conforme suas palavras no discurso que fez, quando fez rasgados elogios à empresa e ao chefe do Executivo saltense.

Não se pode negar os méritos do prefeito Geraldo Garcia, pois tanto no que se refere às contrapartidas, verbas recebidas (embora a maior parte destas foi obtida pelos vereadores) e PPPs. Não fosse seu empenho e sua indispensável participação, várias delas poderiam não ter sido concretizadas. Se vão ou não pesar na avaliação que será feita no momento em que o eleitor fará sua análise e decidirá para quem será seu voto, é algo que não se pode prever. Antes da Covid talvez fosse possível avaliar, mas no atual momento, em virtude também do panorama político, hoje muito diferente de antigamente, o futuro é um ponto de interrogação.


CÁ ENTRE NÓS


Estádio Municipal

Desde a década de 1980 falava-se na construção de arquibancadas no Estádio Municipal para propiciar a volta de uma equipe profissional da cidade às competições estaduais. Essa promessa constava de todas as Leis de Diretrizes Orçamentárias (LDO), apresentadas todos os anos, com as metas e prioridades para o ano seguinte, mas nunca se tornaram realidade. No final do segundo governo de Geraldo Garcia (2012) sua administração iniciou as obras e seu sucessor, Juvenil Cirelli, conseguiu uma considerável verba (cerca de 2,5 milhões), destinada através de emenda parlamentar pelo deputado federal Arlindo Chinaglia. As obras foram iniciadas, mas a empresa que havia ganhado a licitação faliu e só foram retomadas no atual governo de Geraldo, que conseguiu recuperar a maior parte estabelecida pela emenda, obtendo ainda aproximadamente 1 milhão de reais através de emenda do deputado federal Guilherme Mussi, sendo construídas não só as arquibancadas, mas também a pista de atletismo e outras obras de infraestrutura. Agora Salto conta com um Estádio Municipal que nos orgulha, o que poderá servir para os clubes e praticantes de esportes locais e até propiciar a volta do futebol profissional, pois existe um grupo interessado. Prefeitos e deputados de partidos antagônicos, que não levaram suas preferências políticas em conta, devem merecer aplausos pelo que fizeram, pois quando se trata de beneficiar a cidade, não se pode fazer distinção.


Elogios e reconhecimento

Geraldo Garcia pode até não se reeleger para o cargo de prefeito de Salto, mas ele deve estar satisfeito com os elogios públicos que têm recebido nos últimos tempos. Depois do prefeito de Itu, Guilherme Gazzola, ter dito na assinatura do contrato do Trem Republicano que ele lhe serve de exemplo como político, terça-feira foi a vez do secretário estadual do Meio Ambiente, Marcos Pereira, destacar sua atuação à frente do Executivo saltense, principalmente no que se refere ao meio ambiente, na inauguração da Usina de Reciclagem da CSO. Um outro fato que deve ser destacado é o reconhecimento por parte da atual administração, na pessoa do prefeito e do presidente da Câmara (este durante a sessão de 3ª feira) à figura do ex-secretário municipal do Meio Ambiente, João Di Conti, que iniciou o trabalho visando a implantação da PPP com a CSO e ainda fez uma boa gestão à frente da Secretaria. Gestos como este dignificam não só quem é reconhecido, mas também quem os faz.


Lei injusta

Assim como aconteceu com os casos do Estádio Municipal e Faculdade Sant’Anna, duas grandes perdas ocorridas no anterior governo de Geraldo Garcia, agora o Grupo de Escoteiros Taperá corre o risco de não ser beneficiado em virtude de uma exigência legal, que nos parece injusta. O prefeito pretende doar uma área para a sede e treinamento dos escoteiros, mas vereadores da oposição (ver página 5) querem o cumprimento da lei, que exige realização de licitação. Se isso for feito, podem concorrer outras entidades, algumas até imerecedoras da cessão, ocasionando o risco de a beneficiada ser outra que não aquela a quem é destinado o benefício. A lei deve ser cumprida, mas é preciso registrar que temos em Salto vários exemplos de cessões que não a obedeceram e esses mesmos vereadores ignoram, como fez um deles no caso do Estádio Municipal. Parodiando um conhecido ditado, pau que bate em Chico deveria também bater em Francisco. Ou não bater em ninguém, o que seria mais certo.


BOCA-DE-SIRI


Amarelamos

(provisório)

Fomos amarelados pelo Governo do Estado, depois de passarmos pelas fases Vermelha e Laranja. Antes nós saltenses já estávamos nessa fase Amarela: os que estão com icterícia ou representam a raça asiática (japoneses e chineses). Se for possível escolher entre essas duas hipóteses, preferimos ter olhos puxados do que a pele amarelada da icterícia. Se formos atendidos, Arigatô e Zhéshî.

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