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QUEM FOI QUEM

André Telha, argentino responsável por grande número de construções na cidade


Muitas famílias italianas imigraram para a América no final do século XIX e início do século XX, a maioria delas para a América do Sul (Brasil e Argentina, principalmente), assim como para a América do Norte (Estados Unidos). Uma delas foi a família Teglia, cujo casal André e Carlota Angelini desembarcou em Buenos Aires no início do século XX, deixando a Argentina em plena Primeira Grande Guerra Mundial, em 1915, vindo para Salto. Um dos 7 filhos do casal, que levava o nome do pai, nasceu em Buenos Aires em 24 de setembro de 1907, formando também numerosa família na cidade e que teve o nome aportuguesado para André Telha.


Uma das principais obras de André como projetista-construtor: o Abrigo dos Velhos da Sociedade São Vicente

O argentino cujos pais escolheram Salto para viver logo ele se integrou à nova morada, tendo feito seus primeiros estudos no Grupo Escolar Tancredo do Amaral. Como as empresas podiam contratar menores de idade, ele começou a trabalhar na antecessora da Brasital S.A., a Ítalo Americana, como pouco mais de 10 anos de idade, na qual ficou por pouco tempo, pois logo se transferiu para a Cia. Ituana de Força e Luz, tendo permanecido até 1943, quando deixou de ser eletricista para se dedicar ao ramo da construção civil. Obteve o título de projetista-construtor licenciado, numa época em que o único engenheiro civil da cidade era João Scarano, que dedicava quase todo seu tempo à Brasital S.A. André passou então a ser muito requisitado, tendo projetado e dirigido diversos prédios na cidade, para fins residenciais, comerciais, associativos e escolares. Uma de suas principais obras foi a transformação do antigo “Isolamento”, onde pessoas com doenças graves eram internadas, no Abrigo de Velhos da Sociedade São Vicente de Paulo. Ele foi considerado, na época, o que tinha maior número de construções em andamento na cidade, com grande número de plantas registradas, muitas das quais eram feitas gratuitamente, para famílias humildes, de baixa renda, o que o levou a ser chamado de “Engenheiro dos pobres”.


Quando era presidente do Guarani aconteceu o show da Rádio Nacional com artistas famosos, dentre eles Mazaroppi, no campo de futebol (1953)

André não se limitou ao trabalho, pois atuou também em diversas sociedades saltenses, especialmente as esportivas, tendo sido diretor da A.A. Avenida, um clube amador da cidade e presidente do Guarani Saltense A.C., em 1953. Aliás, foi na época em que presidia o Bugre que Salto recebeu o show da Rádio Nacional, realizado no campo da Vila Nova, com a presença de grandes artistas do cenário nacional, como Hebe Camargo, Mazzaropi, Osni Silva e vários outros, trazidos pelo maestro Gaó.


Toda a família de André, com um irmão argentino e esposa (sentados à esq. e à frente), ao lado do casal Antonia-André (1963)

Família e homenagem

André casou-se em 1927 com Antonia Schiavon, formando numerosa família: nada menos que 11 filhos: Nair, Amadeu, Maria de Lourdes, Marcela, Zulmira, Helena, Luiz Carlos, Ivone, Odete, Vanda e Tereza Eliza (esta falecida com poucos dias de vida).

Graças aos bons serviços prestados à cidade e aos saltenses, ele foi homenageado pela Prefeitura e Câmara Municipal, que deram seu nome a uma das ruas do Jardim Saltense.

Faleceu em 18 de setembro de 1975, aos 67 anos de idade.



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