OPINIÕES
Voltamos a ser “Distrito de Itu”?
Na área da segurança pública parece que voltamos a ser “distrito de Itu”, como disse o vereador Antonio Cordeiro na última sessão da Câmara. Salto foi desmembrada do município vizinho desde 17 de março de 1889, mas até a década de 1960 tinha alguma dependência com ele, como por exemplo a de pertencer à comarca e à sua zona eleitoral. Nas últimas décadas o município passou a ter vida própria, mas a Secretaria da Segurança Pública do Estado fez com que retrocedêssemos e passássemos a depender de Itu para o registro de flagrantes durante a semana no período noturno, nos feriados e aos finais de semana. Isso ocorre há algum tempo causa problemas não só para as pessoas envolvidas, mas para as próprias forças militares, a Polícia e a Guarda Civil Municipal, cujos integrantes têm que se dirigir à vizinha cidade com suas viaturas e lá aguardar atendimento, que pode demorar horas. Para a Secretaria Estadual da Segurança está tudo bem. Questionada por este jornal, ela não informa o número de seus integrantes na cidade, mas a reportagem apurou que só temos 2 delegados, 3 investigadores e poucos escrivães na Polícia Civil, o que explicaria a necessidade de transferir os flagrantes para a vizinha cidade.
Não é de hoje que Salto e outros municípios do Estado de São Paulo (nos demais estados do país não deve ser diferente, talvez ainda pior) sofrem com a falta de pessoal. Nos mais de 50 anos de existência deste jornal temos registrado o grande número de solicitações feitas por prefeitos e vereadores, às vezes com a ajuda de deputados, para que sejam encaminhados delegados, investigadores e outros integrantes da Secretaria para nosso município, na grande maioria das vezes sem sucesso. Até mesmo funcionários administrativos o Governo do Estado nunca nos enviou na quantidade suficiente, o que exige que o Poder Público municipal coloque à disposição da Polícia local um número considerável de funcionários. Se não fizer isso, o trabalho da nossa Polícia para e a população será prejudicada. Chegamos a ter distritos policiais na área municipal, mas eles foram extintos e todo o serviço foi concentrado na Delegacia.
Segundo apuramos, nossa Delegacia de Polícia é de 1ª classe desde agosto de 2001, mas só para constar, pois deveria ter até 6 escrivães, 12 investigadores e 8 carcereiros, sendo que estes últimos talvez não sejam mais necessários (pelo menos nessa quantidade), pois não temos mais cadeia pública. O secretário da segurança pública estadual alega que a falta de pessoal poderá ser resolvida quando ocorrerem os concursos públicos para a Polícia Civil, mas essa história nós ouvimos desde sempre. Além disso informa que os serviços podem ser executados virtualmente, mas nem todos têm condições de fazê-lo, pelos mais diversos motivos.
Resumindo, a Segurança Pública saltense, apesar dos esforços dos poucos que ainda a compõem, tem muito a melhorar, mas infelizmente não se espera que isso ocorra a curto prazo. Pelo menos, no entanto, essa dependência com Itu deve acabar o mais rápido possível, devendo ser prioridade dos nossos governantes, que não podem aceitar a situação sem trabalhar para melhorá-la. Se não o fizerem, estarão contribuindo para que Salto seja mesmo um “distrito de Itu”, sabe-se lá até quando.
CÁ ENTRE NÓS
Candidatos
Começam a se delinear os candidatos a prefeito, vice e vereadores, com a primeira convenção, realizada na última segunda-feira pela facção do prefeito Geraldo Garcia, que aprovou sua candidatura a prefeito. A novidade foi a indicação do ex-secretário de Cultura, Sandro Bergamo, como candidato a vice. Para chegar a esse nome diversas consultas e cogitações foram feitas, a principal delas envolvendo o dr. Cláudio Terasaka, que, aliás, já tinha sido convidado por outros dois candidatos a prefeito (Laerte Sonsin e Sandro Garcia) e cogitado pelo partido Republicanos, na pessoa do vereador Natalino Silveira. Além disso, um grupo formado por candidatos a vereador, integrado, dentre outros, pelo ex-prefeito João Conti e Ângelo Domingos Nucci também o havia convidado, o que demonstra que ele é um nome muito requisitado, graças ao trabalho que sempre realizou como médico dedicado, competente e atencioso, além dos comentários que tem feito na TV Taperá sobre Medicina & Saúde, que alcançam milhares de visualizações. Desta vez não aceitou nenhum dos convites, mas seu nada impede que ele se candidate a prefeito de Salto numa futura eleição, pois condições para isso não lhe faltam. Havia vários pretendentes ao cargo de vice-prefeito de Geraldo, mas a escolha acabou sendo de Sandro, que já demonstrou sua capacidade como secretário municipal.
Mais três
Os outros três candidatos a prefeito também já estão com suas convenções marcadas, devendo ser realizadas duas neste final de semana (hoje a do candidato Laerte Sonsin, amanhã a do candidato Sandro Garcia) e a última na próxima quinta-feira, dia 10, da candidata Gislaine Silveira. Esta, aliás, será a 3ª candidata a prefeito na história de Salto, a partir da redemocratização do país, em 1947. As outras duas foram Marilena Matiuzzi em 1996 e Rita Diniz, em 2008. Ela concorrerá pelo Republicanos, partido que apoia o presidente Jair Bolsonaro. Quanto aos outros dois candidatos, um deles é bastante conhecido dos saltenses, Laerte Sonsin, que surpreendeu nas eleições de 2016, ocupando o 2º lugar, à frente do ex-prefeito Juvenil Cirelli, que era candidato à reeleição. Juvenil decidiu não mais disputar, mas agora no PDT (saiu do PT em 2016), vai apoiar um nome novo, o sindicalista Sandro Garcia, que tem aparecido com desenvoltura em conversas políticas, inclusive esteve neste jornal, quando deu uma ideia do que pretende realizar, caso seja eleito.
Volta às aulas
O Governo do Estado pretende que as aulas da rede estadual presenciais voltem a acontecer a partir do dia 8, terça-feira próxima, com os devidos cuidados, dependendo cada estabelecimento de pesquisas junto aos pais e se houver as condições necessárias. As escolas municipais, já foi decidido, só voltarão em 2021. Restam as escolas particulares, só dependendo do prefeito, que deve ou não autorizar e de que forma, as aulas presenciais. As opiniões divergem sobre se devem ser retomadas as aulas, inclusive por parte de pais e professores, que são aqueles a quem cabe a decisão. Os pais temem que seus filhos sejam expostos, outros acham que há tempo ainda para que o ano escolar não seja perdido. A mesma dúvida é a dos professores, parte deles não querendo se expor a contrair a Covid-19 e outra parte achando que se forem tomados os devidos cuidados não há problema. Seja como for, o risco sempre existe, principalmente envolvendo crianças que não têm perfeita noção de como devem se comportar, caso regressem às suas escolas. Seja qual for a decisão, quem a tomar deve estar consciente de que corre um risco e perguntar-se se vale a pena.
BOCA-DE-SIRI
Entrada proibida
Está todo mundo dando palpite sobre a volta às aulas – pais, professores, funcionários das escolas, etc., mas até agora ninguém sabe a opinião das crianças. Será que elas estão dispostas a enfrentar o temível coronavírus, que está assustando muita gente, inclusive machões? De uma coisa elas podem ter certeza: o coronavírus assusta bem mais que a mula sem cabeça, boitatá, vampiros, saci Pererê e outros personagens que aterrorizaram nossa infância, mas que hoje não despertam tanto medo como os monstros que veem em filmes.